EU SOU IRMÃO K.
Irmãos e Irmãs,
permitam-me transmitir-vos as minhas homenagens pela vossa Presença.
É-me pedido, hoje,
pela Assembleia dos Anciães, com minhas palavras, dar-vos um certo número de Elementos
que podem permitir-vos, seguindo-os, talvez, seguirem-se a vós mesmos, a fim de
descobrirem o que Sois.
Eu tive a
oportunidade de me expressar sobre A LIBERDADE, sobre A AUTONOMIA, sobre O CONHECIDO
e O DESCONHECIDO.
Na minha precedente
Vida Encarnada, sobre esta Terra, eu vivi, muito jovem, um Choque.
O Choque que vem
abalar as próprias Estruturas da Vida na pessoa e o mais frequente, quando se
trata de uma Perda, uma Perda vivida, é claro, como um Drama.
É, frequentemente,
nessas condições que há como uma Sideração da própria Vida: uma paragem, um Choque,
uma Dor Indizível que, de repente e de um golpe, de um único, vai mudar o que
eu chamaria a vossa Relação com o Mundo, a vossa Relação à Vida e, de algum
modo, a vossa conexão com a Vida.
Nos dias, semanas e meses que
seguiram o Choque que eu vivi e que me é pessoal, meditando sobre o próprio
sentido desse Choque, do seu significado e de sua Relação com a minha própria Vida,
de um golpe, de um único, o lugar onde eu estava, que eu olhava como uma forma
de devaneio, essa Paisagem, essa Natureza maravilhosa que eu observava, de
repente, transformou-se.
Ela tornou-se viva,
como animada de um outro Sopro, que não aquele que me tinha sido dado a ver através
dos meus olhos.
Tudo se animou,
tudo se tornou, e eu não tenho melhor palavra… Vivificado.
No instante
anterior, o que eu achava, simplesmente, belo e majestoso foi, então,
considerado como morto.
E, no entanto, eu
tive que me render à evidência: o que eu observava continuava ali, mas era
portador de qualidades diferentes.
A minha
introspecção, a minha meditação de então, fez-me levar, prioritariamente, não
tanto no sentido da Experiência, que é incomunicável, nem mesmo exprimível em
palavras ou por qualquer arte que seja.
Esta Experiência,
que eu qualifiquei, em seguida, de indizível, não podia Ser comunicada de modo
algum, porque o que é Conhecido, durante toda a Vida, por exemplo, o modo como comem,
vocês podem expressá-lo, mas ninguém pode comer no vosso lugar, ninguém pode
ver através dos vossos olhos.
No entanto, todo o Mundo
vê, e todo o Mundo come.
E mesmo que as
circunstâncias desses actos possam tomar uma cor diferente para cada Ser,
trata-se, fundamentalmente, dos mesmos actos, das mesmas funções, para todo o Humano.
Ora, aí, no que
acontecia, no que se desenrolava, existia um Elemento precisamente Desconhecido,
que me fez sair, de algum modo, do Conhecido.
E, no entanto, ao
mesmo tempo vivendo isso, devido à minha qualidade de introspecção, que era a
minha, eu apreendi, imediatamente, que jamais eu poderia partilhar essa Experiência
transcendente, que, jamais, eu poderia, com palavras, partilhar o que eu tinha vivido.
Então, eu percebi
que a única coisa que era possível, nesse momento, GRAÇAs a essa faculdade de
introspecção, era descrever, de algum modo, os meios que iam permitir ver além
do que era visto, além do Véu, ir do que é Conhecido para esse Desconhecido.
E, uma vez que isso
era a Consequência, para mim, como para todo o Ser que vive isso, viver A LIBERDADE,
A AUTONOMIA e o que eu chamei, recentemente, A RESPONSABILIDADE.
Primeiro, o que eu
vivi era completamente independente de toda a referência a um Passado, de toda
a referência à minha própria vivência anterior, de toda a referência a uma
mínima Projeção, qualquer que fosse, a um mínimo Desejo.
No instante antes, isso
não estava ali…No instante após, isso estava ali.
E esse instante do
após transformou, radicalmente, o que eu era.
Houve,
efetivamente, um antes e um depois.
Do mesmo modo que o
traumatismo de Perda enorme que eu tinha vivido inscreveu-se como um antes e um
depois.
Um antes, em que eu
nada tinha perdido.
E um após, no qual
eu tinha o sentimento profundo de Perda, de Sofrimento, de Luto.
Aí, do mesmo modo,
saindo desse Conhecido habitual, foi-me dado viver, sem o buscar, é claro, algo
que nada mais tinha a ver com o Campo de Experiências habituais do Humano, seja
no Comum como no Espiritual.
O que era o mais
marcante é que, nesse momento, a minha Relação com o Mundo, a minha Relação com
os outros foi, inevitável e radicalmente, transformada.
Tudo o que eu
percebia, tudo o que eu vivia tinha uma tonalidade, uma cor, uma impregnação
que não correspondia, absolutamente, a nada do que os Sentidos podiam
propiciar, ao que o Intelecto podia propiciar, ou que as próprias Emoções podiam
propiciar.
Eu estava,
portanto, em face do que eu nomeio, sempre, hoje, esse Desconhecido que, é
claro, se tornou a minha Natureza, como ela está se tornando a vossa.
Mas toda a minha Vida,
devido a esse Choque inicial, eu compreendi e apreendi e tentei transmitir, o
melhor que eu podia, que esse Indizível, que esse Desconhecido apenas podia
manifestar-se e Ser, ao mesmo tempo estando sempre aí, a partir do instante em
que o Conhecido tivesse desaparecido, totalmente.
Apreendam,
efetivamente, que não era questão de renegar o que quer que fosse, mas,
efetivamente, de viver algo de diferente, sem o procurar, e eu analisei, então,
as circunstâncias da Inteligência da Relação e tentei, na maior parte de minhas
entrevistas, conduzir a Consciência dos meus Irmãos e Irmãs ao que podia
representar, de algum modo, obstáculos na Manifestação do que aí estava, de
toda A ETERNIDADE, de todos os Tempos, mas que, simplesmente, Mecanismos particulares,
inscritos na pessoa, impediam, literalmente, de Ser vivido.
Eu apreendi que
toda a Relação devia Ser livre e que toda a Relação que estava inscrita numa Dominação,
num Poder, numa Organização, mesmo a mais lógica, Social, Espiritual, Familiar não
permitiria, jamais, viver isso.
Que, enquanto
existisse a persistência de um Conhecido, enquanto a pessoa mantivesse esse Conhecido
mesmo nos seus aspectos os mais agradáveis, os mais charmosos, os mais
amorosos, poder-se-ia dizer, esse ABSOLUTO não podia penetrar ou não podia, de
algum modo, deixar-se penetrar por esse Desconhecido.
Eu apreendi,
também, que a Relação não tinha que ser rompida, que ser negada, que ser renegada,
mas, efetiva e realmente e não há melhor palavra, que ser TRANSCENDIDA.
Enquanto vocês estiverem
delimitados numa Relação, qualquer que seja, mesmo a mais bela, vocês não podem
descobrir o Desconhecido, porque a Relação, por Essência é baseada sempre, numa
necessidade de Confiança, numa necessidade de AMOR, numa necessidade de Certezas.
Mas o conjunto
dessas Relações não é Livre.
Elas dão a
impressão da LIBERDADE, o substituto da LIBERDADE, o sucedâneo do AMOR, mas
elas não vos permitirão, jamais, na vossa realização a mais total, também,
viver o Desconhecido e viver A LIBERDADE.
Não há, portanto, Relação
LIVRE.
A única verdadeira Relação
é aquela que se estabelece bem além da pessoa, bem além da Alma, bem além do Espírito,
bem além de todo o discurso que possa fazer-vos crer na existência de Relações ente
Almas, entre Espíritos, entre as Dimensões ou entre vocês e quem quer que seja
o Outro.
Eu vim, nesse
momento, para dissolver a minha filiação a toda a organização porque, a partir
daquele instante, eu apreendi que nenhum Movimento, nenhuma Organização, nenhum
Grupo podia realizar isso, porque o conjunto disso não podia inscrever-se em
nada de Conhecido, nada de Organizado, nada de Estruturado ou de Sistematizado.
O Desconhecido não
pode acomodar-se com nada do Conhecido.
Enquanto houver Conhecido,
há Persistência, nesse Mundo, dessa pessoa, qualquer que seja a sensibilidade,
quaisquer que sejam as Experiências, qualquer que seja também, o lado agradável
ou belo.
O Conhecido não
conduz, jamais, ao Desconhecido.
É, portanto, precisamente,
algo de que é necessário desfazer-se e é necessário desfazer-se, já, de toda Relação.
Apreendam,
efetivamente, que eu não vos peço, com isso, ou eu não vos aconselho, de modo
algum, a romper ou quebrar uma qualquer Relação que seja, mas, efetivamente, A
TRANSCENDÊ-LA, para além de todo o sentido de organização, para além de
todo o sentido de Propriedade ou de Apropriação.
A LIBERDADE, a
Autonomia, a Responsabilidade, o SER apenas se pode estabelecer a partir do
instante em que vocês romperam, nos próprios Mecanismos do vosso Pensamento,
todos os Apegos, a qualquer Religião que seja, a qualquer Pessoa que seja, a
qualquer Identidade que seja.
Vocês não podem
pretender Ser Livres sem se Libertarem, verdadeiramente.
Vocês não se podem
re-encontrar com Ser Desconhecido estando no Conhecido, qualquer que seja.
Quaisquer que sejam
os nomes que possam dar as diferentes correntes tradicionais e iniciáticas, na
sua própria precisão de palavras, nada poderá permitir-vos viver o Desconhecido,
enquanto vocês estiverem no Conhecido porque, por definição, nesse Mundo, tudo
o que vos é Conhecido pertence, necessariamente, a uma reprodução, a um Efémero,
a algo que pertence a uma Convenção, qualquer que seja.
Convenção que se
inscreve, necessariamente, na Dependência Afetiva, Social, Familiar e que,
jamais, vos permitirá viver a Independência.
Poetas disseram: «Os vossos filhos não são vossos filhos».
É a exacta verdade.
Enquanto existir,
em vocês, um sentido de Propriedade, um sentido de Apego ao que quer que seja,
a qualquer Conceito que seja, vocês não podem pretender o Desconhecido, a LIBERDADE
e, ainda menos, a Libertação.
Apreendam,
efetivamente, e aí está todo o paradoxo ou, se assim se pode dizê-lo, a
aparente dificuldade, que não há portanto, nada a rejeitar, nada a romper, a
não ser em vocês mesmos, ao nível do que vocês concebem, do que vocês crêem, de
tudo o que foi experimentado.
Nenhum Desconhecido
pode revelar-se enquanto vocês estiverem instalados no Conhecido.
Nenhuma LIBERDADE
pode aparecer enquanto vocês mesmos não forem Livres.
Ora, a Experiência
que eu vivi, esse acesso ao que era VIVO, é a LIBERDADE, porque isso É,
de toda A ETERNIDADE, independentemente de toda a circunstância,
independentemente de todo o Olhar, independentemente de qualquer pessoa.
Eu fui, portanto,
chamado a exprimir-me, longamente, sob forma de imagens, por vezes, tentando
dizer e expressar que jamais nenhum Ser Humano poderá fazer-vos viver esse Desconhecido,
porque é uma Diligência Pessoal, para além da pessoa, que não podia existir nenhum
Salvador Exterior, que não podia existir nenhuma Opinião Exterior a vocês
mesmos e que, a partir do instante em que uma Relação se estabelece no Conhecido,
de Casal, de Professor a Aluno, não pode haver LIBERDADE.
Eu afirmei, portanto,
e re-afirmo, hoje, que não há nenhum guru, nenhum mestre, nenhum Ser que possa
conduzir-vos à LIBERDADE e à Libertação.
Existem apenas Ressonâncias,
numa Relação a mais livre possível, que podem conduzir-vos a reconsiderar o que
vocês chamam de LIBERDADE, de Liberação, o que vocês chamam o Conhecido.
Vocês podem, como
diriam outros Anciães, eliminar sem rejeitar
da vossa cabeça, tudo o que é Conhecido.
O Desconhecido não
pode ali encontrar-se.
Não há, portanto,
solução de continuidade, e toda a armadilha da pessoa está aqui:
É
crer que A LUZ, impactando-se nas Estrelas, nas Coroas, vai preencher-vos e vai
transformar algo em vocês. - É impossível.
Isso foi uma Etapa.
Mas viver a LIBERDADE
e a Libertação é abandonar bem mais do que a pessoa.
É Abandonar também,
A LUZ que é vivida como Exterior.
SER LUZ NÃO É
PREENCHER-SE DE LUZ.
SER LIVRE NÃO É
EVOCAR A LIBERDADE.
É, JÁ, APREENDER O
QUE ELA NÃO É.
Do mesmo modo, o ABSOLUTO
não pode Ser compreendido.
Ele apenas pode ser
aproximado, através do que ele não é.
Do mesmo modo que
houve, no meu Choque que é, também, o Choque de cada um, um antes e um depois, há, efetivamente, uma Passagem.
Essa Passagem não
pode ser decidida no Conhecido.
Ela necessita, além
do Abandono à LUZ, um Abandono do SER e da pessoa, na sua totalidade.
O que não é,
contudo, um suicídio ou o facto de renegar o que quer que seja, mas,
efetivamente, estar numa Lucidez nova, aceitar que não pode haver nenhuma autoridade,
nenhum Ser, nenhum Guru, nenhum Deus, nenhum Circunstância que possa conduzir-vos
ao que Sois.
É, eu repito,
apenas afastando da vossa Consciência tudo o que é Consciente, todas as Experiências
que, em definitivo, vocês superarão a própria Consciência do SER, o que termina
no que nós poderíamos chamar, de diferentes modos, O TUDO, O ABSOLUTO, «EU E O
PAI SOMOS UM», ou, ainda, O BRAHMAN e O PARABRAHMAN ou, se preferirem, O FIM
DO CONHECIDO.
Existirá, sempre,
em toda a Relação, uma barreira (suporte).
Essa barreira está sempre,
inscrita em relação a uma norma, a uma regra.
Eu afirmo, como
afirmava na minha Vida, que nenhuma Regra, que nenhuma Forma, que nenhum Limite
pode manter-se no Ilimitado, que nenhuma DEFINIÇÃO, que nenhum Conceito e que
nenhuma Percepção , mesmo habitual, sensorial, pode definir o que não entra em nenhuma
definição.
E, portanto, é aí
que se mantem A VERDADE, A ETERNIDADE, e mantem-se, exclusivamente, o que Sois,
o que nós Somos.
A LIBERDADE
inscreve-se numa Relação totalmente nova, despojada, é claro, de todo o Apego, de
todo o Papel, de toda a Função também, e, sobretudo, de toda a Vontade inerente
à pessoa.
Não há pior
obstáculo a essa LIBERDADE do que «a Vontade de Bem», do que «a Vontade de » organizar,
de estruturar essa Experiência.
Não há pior
obstáculo ao Desconhecido do que o Conhecido.
Não há maior Resistência
do que o que vocês acreditam Ser
no vosso Conhecido: a pessoa, a Vida, a Experiência, a história pessoa, a lenda
pessoal.
Tudo ao que vocês se têm, tem-vos, de maneira inexorável e
definitiva.
É necessário,
portanto, aceitar, como dizia nosso Comandante (ndr: O.M. AÏVANHOV), soltar,
nada mais ter, enfrentar O NADA
do Conhecido para Viver O PLENO.
Vocês não podem ser
preenchidos por uma qualquer consciência do
que vos deve preencher ou ser o que Sois.
A diligência da Relação,
qualquer que seja essa Relação, deve Ser concebida como uma diligência de LIBERDADE
e de Libertação total.
O AMOR É ESSA LIBERDADE.
O AMOR É ESSA LIBERTAÇÃO.
Ela não está na Projeção
do que quer que seja no Exterior do Ser, mesmo que isso seja sedutor, mesmo
que seja tranquilizador, mesmo que possa parecer preencher-vos.
Reflitam:
Porque é que, mesmo
numa Relação Comum de Casal, haveria necessidade de recomeçar algo que vos
preencheria de maneira definitiva, seja olharem-se, fazer amor?
Qualquer que seja o
acto que vocês empreendam, com outro ou outro, há necessariamente, uma
reprodução, porque há efetivamente, necessidade de preencher o que está
vazio em vocês.
Ora, vocês
preenchem com algo que não vos preencherá, jamais.
Nenhuma Relação no Conhecido,
nenhuma Relação com outro Ser poderá, jamais, preencher-vos, de forma alguma,
porque vocês já estão preenchidos.
Aí está o que
poderia aparecer como funesto ou triste.
Como o que é, por
exemplo, na Paisagem que se desvendou a mim, teria podido não estar ali, no
instante antes?
O que mudou foi minha visão, além de toda Percepção
e de toda visão, mesmo ocular.
Passar do Conhecido
ao Desconhecido não pode realizar-se enquanto vocês mantiverem o que quer que
seja de Conhecido.
Como diziam alguns Ensinamentos
no Passado: «Se encontrares Buda, mata-o».
O Mestre serve apenas para isso: Ser morto.
Toda a Relação é
fadada ao fracasso enquanto permanecem no Conhecido, mesmo que ela preencha toda
a vossa Vida. - Que restará, no momento
da partida?
O que me restou,
quando eu perdi, jovem, o que eu tinha de mais caro aos meus olhos: o nada, a aniquilação.
E foi nessa
aniquilação que nasceu, enfim, eu acreditei nisso, o que estava ali, de toda A
ETERNIDADE.
Portanto, de algum
modo, eu Transcendi o Conhecido, assustado diante do Desconhecido dessa Morte que
me havia tomado o que eu tinha de mais caro, para descobrir que, com efeito
nenhuma Relação, no Conhecido, podia satisfazer o que quer fosse.
Foi, portanto, nesse
momento, da minha Responsabilidade, como o é, hoje, atrair a vossa Atenção, a
vossa Consciência, que nada do que vos é consciente, que nenhuma Relação
presente com o Outro, ou mesmo no vosso Interior, nas diferentes partes da
pessoa, que nenhuma Lógica, que nenhum quadro de Referências, que nenhuma Acção
pode levar-vos ao Desconhecido.
A ACÇÃO DE GRAÇA, esse
CASAMENTO MÍSTICO realiza-se apenas, e em definitivo, com nada mais do que o
que se poderia nomear vocês mesmos,
noutro nível , o duplo, se preferirem.
É o momento em que
o complexo que foi nomeado, eu creio, inferior, o Corpo Físico e seus Envelopes
Subtis, se casa com o complexo, se assim se pode nomear, bem além do Conhecido,
no Desconhecido, além do próprio Corpo de ETERNIDADE, além do próprio SER.
É claro, muitos Seres
Humanos vivem, hoje, o Acesso, eu chamá-lo-ia assim, ao SER, A REALIZAÇÃO DO SER,
de maneira completamente inesperada, de maneira completamente feliz ou, aí
também, por vezes, após um Sofrimento.
Mas, mesmo esse SER,
qualquer que seja a leveza que ele propicie, não é a Verdade.
A única Verdade é aquela que
vocês não podem imaginar, conceber, perceber e nem mesmo sentir.
O ABSOLUTO está
além de toda a Percepção e de toda a Sensação e, sobretudo, além de toda Projeção,
de toda a Relação, porque todas as Relações tornam-se Não-Apego.
O CASAMENTO MÍSTICO,
tal como eu o vivi, olhando essa Paisagem, vai bem além da simples Comunhão do
que é vivido, mas faz-vos perceber a Ausência total da Distância entre o que
acreditavam Ser anteriormente, uma pessoa e a própria Paisagem.
Eu dizia, na minha Vida,
àquele que me interrogava sobre essa outra Margem, que eu não podia fazê-lo
atravessar.
Apenas ele é que
podia constatar, por si mesmo, o que era essa outra Margem.
É o mesmo, hoje.
Nenhuma Afirmação,
nenhuma Experiência no Conhecido, através do próprio Caminho Vibratório, Energético,
que vocês viveram ou não, pode conduzir-vos a essa outra Margem, porque existe,
dentro do que é chamada A VIDA nesse Mundo, na pessoa, seja ela quem for, um Princípio
no qual não é também questão de discutir a Existência, o que eu denominaria de Princípio
de Sobrevivência.
Esse Princípio de Sobrevivência
inscreve uma forma de Perenidade Ilusória nesse Corpo.
Se a mão se coloca
sobre algo que está quente, independentemente da vossa decisão, a mão retira-se
para evitar a queimadura.
Esses Mecanismos de
Sobrevivência são perfeitamente conhecidos.
Eles não são,
portanto, o Desconhecido, e eles não vos conduzem, absolutamente, ao Desconhecido,
dado que eles são também, a barreira impedindo-vos, de modo muito lógico, de Aceder
e Ser esse Desconhecido.
A Relação exata é
uma Relação que se torna impessoal e que o é, porque no SER, como no ABSOLUTO,
não há mais Limite, não há mais Papel, não há mais Função, não há mais Organização.
O Outro não é visto
como outra Forma, mas, efetivamente, parte integrante, além de toda a Visão,
desse Desconhecido que nós Somos.
Em todos os Tempos,
Seres renunciaram a esse Mundo, esperando encontrar o outro Mundo.
Bem poucos ali
chegaram, porque Renunciar ao Mundo é Renunciar à VIDA.
Ora, vocês não
podem Renunciar à VIDA, apesar dos seus Apegos, negando-a.
Vocês apenas a podem
Transcender, transcendendo, precisamente, o que eu nomeei, A RELAÇÃO.
A LIBERDADE e A
VERDADE são um País ou um Território sem nenhum Caminho .
É claro, a pessoa
que Sois, que crêem Ser, vai fazer-vos crer, permanentemente, na existência de
um Caminho, Comum, através dos vossos Filhos, do Ser Amado, através de um Amigo.
ORA, NÃO EXISTE NENHUM
CAMINHO PARA O ABSOLUTO.
ELE ESTÁ AÍ, DE TODA A
ETERNIDADE.
- Como é que o que está aí, de toda A
ETERNIDADE, poderia Ser procurado ou encontrado, uma vez que já está aí?
Quando nós vos
dizemos que Sois A ETERNIDADE, que Sois A GRAÇA, que Sois A DOAÇÃO DA GRAÇA,
não é uma Afirmação gratuita ou uma Auto-Sugestão que, aliás, para nada
serviria porque, aqueles que não O vivem, apenas podem gritar a sua
consternação e a sua cólera perante isso.
Assim é o EGO,
repleto da própria LUZ.
Vocês devem, se tal
for o vosso desejo, libertarem-se, totalmente, de tudo o que é Conhecido,
conceber que em definitivo, não há Caminho, para se aperceberem de que não existe
Território, de que não há País, de que não há Ninguém e de que não há Mundo sem
que isso seja porém uma rejeição ao que quer que seja.
O Desconhecido não
se importa com o Conhecido, mas INTEGRA-O.
O Ilimitado não se
importa com o Limite e, no entanto, o Limite apenas pode ser contido no
Ilimitado.
Vocês estão,
exatamente, na mesma situação.
Vocês estão,
exatamente, no mesmo caso e apenas vocês é que podem realizá-lo, aceitando que,
rigorosamente, nada há a realizar.
Isso não é um
paradoxo nem uma oposição, ainda menos um antagonismo.
A única Relação
exata não pode ser estabelecida com uma das partes do TODO, mas,
efetivamente, com O TODO.
Ora, toda a Relação
com O TODO, O ABSOLUTO, O BRAHMAN é apenas A Realização incondicional
desse Estado, bem além de todo o Estado, do que está bem além da própria
Consciência.
A Consciência, em
definitivo, qualquer que seja: Limitada ou a do SER, será apenas e sempre, a
expressão de uma Simples Separação, mais ou menos pronunciada.
Vocês não podem Ser
Separados, de maneira alguma, do que Sois.
Vocês não podem Limitar
o que é Ilimitado.
Nenhuma Experiência
conduzir-vos-á a isso.
Não há, aliás
nenhum Caminho e, tal como eu o disse, nenhum Território e nenhum País.
Se, contudo, a
pessoa que Sois, se contudo, o SER que Sois não pode aceitar, nem mesmo
vislumbrar o que eu digo, então, não tem nenhuma importância, porque, aí
também, nada há a projetar num qualquer Desejo do Ser isso, porque vós Sois, de
toda A ETERNIDADE.
Nada há, portanto,
a Desejar, assim como nada há a Projetar, assim como nada há a Ser.
Têm apenas que se
estabelecer, de algum modo, no que já está estabelecido.
Nenhum Vida, nenhum
Conhecido poderia também, ser vislumbrado sem ser sustentado, contido através
do AMOR, do Desconhecido.
Frequentemente, o Humano
fala de AMOR.
Ele criou também, Religiões,
em nome do Amor, cujos Actos foram a antítese do AMOR.
Todo o Mundo
conhece as Relações Amorosas, Filiais, Maternais, mesmo as mais ideais, que
terminam, sempre, tragicamente.
Porquê?
Porque a Morte,
inevitável, faz desaparecer todo o Laço.
Então, é claro, a Alma
que se re-Encarna noutra pessoa vai, por Desespero ou por Amor Projetado,
manter esses Laços, essas Relações, sob outros Papéis, sob outras Funções, sob
outras Perspectivas, mas isso não é a LIBERDADE e não conduzirá, jamais, à
Libertação.
Assim, o próprio Carma,
o Livre-Arbítrio são uma Heresia, uma pura Criação da Limitação, do Aprisionamento.
O QUE SOIS NADA CONHECE DE TUDO ISSO, O QUE SOIS, ESTÁ ALÉM
DE TUDO ISSO.
Não é suficiente
consciencializarem-se disso, porque isso não pode ser consciencializado, nem
percebido, porque, precisamente, sempre
esteve aí.
Aí onde se colocam,
tinham dito alguns Anciães, a vossa Intenção e Atenção, realiza-se a Consciência
do que Sois ou do que acreditam Ser.
No que concerne o
que foi nomeado de ONDA DE VIDA, e que eu prefiro chamar de DOAÇÃO DA GRAÇA, rigorosamente,
nada há a fazer.
Nada há a querer.
Nada há, tampouco,
a esperar.
Há, precisamente,
que “deixar Ser o que É”, de toda A ETERNIDADE, sem nenhuma intervenção da
pessoa, sem nenhuma intervenção da Emoção, do Mental, do Julgamento ou de uma qualquer
Espiritualidade.
A Relação, quando
ela é apreendida além de tudo o que pode ser Conhecido, libertar-vos-á porque,
em definitivo, a única Relação que pode permanecer e que é A VERDADE está bem
além da Relação, tal como ela é compreendida.
ELA É COMUNHÃO,
FUSÃO, DISSOLUÇÃO.
Ela é esse Êxtase
ou esse Íntase muito específico, para além do Samadhi, no qual a identidade tão
ferozmente mantida na Ilusão, desaparece.
E, no
desaparecimento da Ilusão da Identidade, há o Estabelecimento no ABSOLUTO, no
qual, efetivamente e concretamente, não através da Projeção, do Desejo ou da Suposição,
tudo é UM, porque na mesma GRAÇA, na mesma ONDA, na mesma LIBERDADE.
Apreendam,
efetivamente, também, que vocês não podem suprimir qualquer nenhuma Relação
existente nesse Mundo, mas mudar de Olhar, servirem-se da Inteligência para
apreender que tudo está, inevitavelmente, re-ligado.
Mas não re-ligado
numa Relação de Posse ou de Amor, qualquer que seja, mas, efetivamente, como «a
própria expressão da Natureza do AMOR».
AÍ ESTÁ AO QUE A
TERRA DESPERTA E SE REVELA.
Aí está ao que a DOAÇÃO
DA GRAÇA vos convida: A CASAREM-SE.
Mas não no
casamento com esse Corpo ou com outro Corpo ou com outra Alma ou com outro Espírito.
Esse Casamento com
o ABSOLUTO restitui-vos ao ABSOLUTO.
Ele restitui-vos à
única Verdade, àquela que não está inscrita no Tempo e no Espaço, aquela que
não está inscrita num Caminho ou num País
ou num Território e, ainda menos, numa qualquer Organização, seja ela qual for.
Enquanto pensarem em
dever pertencer a Alguém, a uma Organização, a um Grupo Social, a um Grupo Humano,
VOCÊS NÃO SÃO LIVRES.
Ser Humano é, precisamente,
escapar sem renegar, todo o condicionamento, de toda a Percepção , de toda a Concepção,
refutar tudo o que é Conhecido.
Não há outro Caminho.
Não há outra
possibilidade, doravante, além de serem o que Sois, aí onde estão.
Essa DOAÇÃO DA GRAÇA
representa o último momento em que, como vos dizia A FONTE:
“ O JURAMENTO E A PROMESSA SÃO REVELADOS”.
Eles sempre
existiram.
Aí onde vocês se mantêm,
é o que Sois.
Agora, olhem, com INTELIGÊNCIA,
quais são as vossa Relações.
Toda subtileza está
aí.
As Religiões confinaram-nos
num Ser Exterior que podia salvar-vos.
Enquanto esses Grandes Seres, e houve muitos,
mesmo os maiores deles, disseram, em definitivo, apenas uma coisa, evidentemente
transformada através do próprio Princípio da Organização, qualquer que fosse: que a vossa Essência era o AMOR, que vocês
não eram desse Mundo, mas sobre esse Mundo.
NÃO HÁ NINGUÉM A
SEGUIR.
Apenas têm,
eventualmente, que imitar esses Grandes Seres, não pela imitação, mas, de algum
modo, através da Ressonância.
Todos esses Seres,
nada expressaram, enquanto as Organizações, as Religiões organizaram a Verdade Final
à sua conveniência, para manter relações de dependência, de aprisionamento.
A Sociedade realizou
exatamente a mesma coisa, seja através de Técnicas, através de Regras e, também,
através de uma Relação que, paradoxalmente, se chama de Amorosa.
O AMOR não pode Ser
uma Projeção do que quer que seja, para com que quer que seja, dado que O AMOR é
a própria Natureza do Átomo, dos Mundos, de toda a Dimensão, bem além de toda a
Apropriação, bem além de toda a Suposição.
Hoje, a DOAÇÃO DA GRAÇA
apela-vos, embora a Morte não seja exata.
Mas o conjunto das Circunstâncias
da Terra chama-vos.
Os Som do Céu, o
Som da Terra, os Vulcões são apenas o Reflexo do que acontece em vocês.
O Apelo percebido,
tanto no Céu como na Terra, é o Apelo da DOAÇÃO DA GRAÇA em vocês.
Apenas o Olhar projetado
é que vê um Mundo.
As lutas que vocês
observam nesse Mundo são apenas as vossas próprias lutas.
Tudo o que vocês
rejeitariam desse Mundo representaria apenas o que, em definitivo, vocês
rejeitam em vocês mesmos.
A DOAÇÃO DA GRAÇA É UM APELO À LIBERDADE E À AUTONOMIA,
À VOSSA
RESPONSABILIDADE.
A DOAÇÃO DA GRAÇA
é, efetivamente, um Gozo Permanente.
Esse Gozo não se
importa com o Gozo limitado, dado que é um Gozo Ilimitado.
O Gozo Limitado pertence
ao âmbito Amoroso ou Afetivo.
Ele é obrigado,
como eu disse, a reproduzir-se sem parar, para dar a impressão de manter-se
numa permanência: sejam as carícias prodigiosas, um olhar dado, um beijo dado,
uma educação de um Filho, tudo, e vocês sabem-no, por vivê-lo, tudo deve Ser
reproduzido, sem cessar, a cada dia, a cada instante.
No início, é claro,
com facilidade e evidência e, por vezes, até ao fim também, na mesma evidência.
Mas é apenas a Reprodução,
é apenas a ilusão do AMOR.
O verdadeiro Amor,
aquele que vos faz considerar todos os vossos Irmãos como parte integrante de
vocês mesmos, porque essa é a exacta VERDADE, apesar de ter estado sempre aí, apenas
se pode revelar a partir do instante em que vocês aceitam ir além da pessoa.
Eu não falo,
portanto, de um qualquer narcisismo que visa amar a pessoa, mas, efetivamente,
amar o que Sois, bem além da pessoa e, portanto, de todo o papel, é estar em Conexão
real com a VERDADE, e nada mais Sois além da VERDADE.
Vocês não são o que
projetam.
Vocês não serão,
jamais, o que crêem, Idealmente, manter numa Permanência, mas Sois, realmente,
essa Permanência.
Nada têm, portanto,
que procurar no Exterior, porque não há Exterior.
Hoje, a DOAÇÃO DA GRAÇA
vai conduzi-vos ou não, a viverem, porque essa é a vossa Natureza, A DOAÇÃO e
A GRAÇA.
NÃO A DOAÇÃO DE UM
AMOR, NÃO A DOAÇÃO do SER, unicamente, mas
bem mais:
ALÉM DE TODA A CONSCIÊNCIA , VIVER A
NATUREZA ESSENCIAL E PRIMORDIAL DO QUE SOIS..
Só o Jogo da Distância,
da Separação, do Distanciamento, da pessoa fez-nos a todos, crer que podemos
perder algo.
E é essa Experiência
também que, frequentemente, conduz à Eternidade, porque a Dor da Separação é
tal, é tão intensa e indizível que ela pode apenas terminar no ABSOLUTO,
rendendo Graças, de algum modo, à própria GRAÇA, colocando um fim, então, a
toda a Ilusão.
Nesse momento, VÓS SOIS O AMOR.
O mesmo AMOR nessa
pessoa que não Sois mais, no ÁTOMO, no SOL, no Ser dito Amado, como no Ser
chamado de Inimigo.
Todas essas
denominações não têm mais sentido porque, precisamente, nada mais há a chamar
que não esteja já, presente no ABSOLUTO.
Hoje, nesse Mundo,
tudo isso é, eu diria, cada vez mais acessível e cada vez mais evidente.
Em outros termos,
não há outro Apocalipse que não esse: enquanto a pessoa vislumbra, de uma
maneira ou de outra, um Fim, ela sabe-se, portanto, Finita, ela sabe, -se
portanto, Efémera.
Aquele que vive
essa Conexão Final saiu, definitivamente, dos Jogos de Papéis, dos Jogos de Posse,
dos Jogos de Atribuição de Papéis ou de Poderes, porque não há outro poder além
do Poder da VIDA, que é DOAÇÃO da GRAÇA.
ONDA DE VIDA. ONDA DO ÉTER. ONDA DE
ETERNIDADE.
Não há outro
Casamento além daquele da vossa LIBERDADE.
NÃO HÁ CAMINHO. NÃO HÁ TERRITÓRIO. NÃO HA
LIMITE.
Se a pessoa que Sois
não pode aceitar eu digo, efetivamente, não
aceitar e não compreender, porque o que eu digo está inscrito além de toda
a Compreensão, eu chamei a isso algo que vocês podem apreender na vossa Essência
e não através destas palavras, então, eu dir-vos-ia, simplesmente, que isso É,
de toda A ETERNIDADE, e não se importa com a vossa opinião, não se importa com a
vossa posição, não se importa com a vossa adesão ou negação, porque tudo isso
não pode alterar, de forma alguma, o ABSOLUTO.
Senão, em que seria
ABSOLUTO e em que seria ULTIMO?
Aí está o que,
através da minha Experiência viva, e através do que eu poderia ser tentado a
chamar o que eu represento, hoje, eu podia dizer-vos.
Penso que o Tempo que
me era atribuído chega ao seu termo.
Se tivermos tempo e
se existe alguma interrogação respeitante, exclusivamente, ao que eu acabo de
enunciar, então, eu escutar-vos-ei.
Não temos perguntas. Agradecemos-vos.
Eu proponho-vos um
instante.
Esse instante não é
dedicado ao Acolhimento da LUZ, nem mesmo à ONDA DE VIDA, mas dedicado,
simplesmente, a estarem atentos.
Um momento de Meditação,
sem Objeto, sem Apoio, sem Pedido, a penas isso.
É meu modo de vos
agradecer a vossa Presença, o meu modo de vos saudar e de vos dizer até breve.
Eu dir-vos-ei
quando isso cessar.
AGORA. … PARTILHA
DA DOAÇÃO DA GRAÇA...
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Compartilhamos essas informações com toda
transparência.
Agradecemos que, ao fazerem o mesmo, se a divulgarem,
reproduzam integralmente o texto e citando a fonte: www.autresdimensions.com.