domingo, 8 de abril de 2012

BIDI - 08.04.2012 - 1




BIDI - 2012.04.08 - 1


Vamos fazermo-nos companhia e interagir.

Vocês tiveram a oportunidade de ler o que eu me proponho aportar-vos.

Peço-vos insistentemente para escutarem e compreenderem.

A minha companhia não é um diálogo ou um Jogo Mental, mas uma oportunidade para vocês dalguma forma, de deixarem o SER além do vosso Ser, além da vossa Presença.

Este Espaço, este Tempo concerne-vos, a todos.

Através de uma questão que vos é pessoal, outros podem estar em ressonância, em afinidade e, portanto, encontrar, por detrás das palavras que vou empregar, um ponto específico sobre o qual se apoiarem.

O que vos interessará, nessa sequência de diálogos, está diretamente re-ligado, além do nome que eu vos dei, à Acção da LUZ, à Acção do ABSOLUTO.

A Minha Presença não é uma presença, mas efetivamente, mais do que isso, porque ela é, também, vocês mesmos.

Nós temos todo o vosso Tempo para caminhar na Vida.

SEJAM NEUTROS.

SEJAM CALMOS.

A neutralidade e a vossa Paz são as condições, indispensáveis, suficientes e necessárias, para instalar, se assim se pode dizer, o que deve ser instalado, em vocês e além de vocês, além mesmo deste Espaço e deste Tempo.

Se não existem questões prévias e técnicas, vamos, portanto, poder começar.

***** Pergunta: - Como ser liberto do Medo e ter Confiança?

R:- O Medo, tal como a Confiança, dependem, unicamente, do Ego.

A Confiança não permitirá, jamais, tal como o Medo, atravessar.

É necessário reconsiderar o Medo e a Confiança porque, tanto um como o outro são apenas duas extremidades de uma barreira intransponível, situada, como sempre, no Ego e na “pessoa”, porque nenhuma Confiança, como nenhum Medo pode permitir transcender um Limite.

É necessário, portanto, que aceites depositar os teus Medos, como depositarás a tua Confiança.

Há, portanto, um convite para te posicionares além do Medo porque, se te situas no Instante , calmo, sem questões, o Medo não pode aparecer.

O Medo é sinónimo de Desconhecido, para a “pessoa”.

O Medo representa, dalgum modo, o Elemento de Resistência, o próprio contexto em que se inscreve toda a “pessoa”, todo Ego, todo Indivíduo.

O Medo infiltra-se.

Como a Emoção, como o Pensamento, ele apenas faz resultar, em definitivo, do vosso próprio Passado.

Reflitam: não há nenhum substrato, nenhuma Causa no Instante presente, para o Medo.

Assim como não há nenhuma razão e nenhuma Lógica para estabelecer uma qualquer Confiança, a partir do Instante em que estás aí, e não num Instante dantes e, ainda menos, num Instante depois.

Ficar tranquilo é isso.

É não se colocar a questão dos Medos, não se colocar a questão da Confiança.

É instalar-se na ETERNIDADE, porque o Medo, como a Confiança, inscrevem-se, de maneira definitiva, no que é linear.

O ABSOLUTO não conhece a Linearidade.

Ele é, precisamente, a Transcendência total do Espaço/Tempo, tal como ele é Conhecido.

O Medo é um Limite.
Tu não podes transpor o Limite considerando-te inscrito num Limite.

A partir do Instante em que a tua Atenção for atraída pelos teus próprios Medos, vais dalgum modo, cristalizá-los, densificá-los, torná-los vivos, no Instante, no presente.

A partir do Instante em que tu estás em Paz e calmo, nenhum Medo pode surgir.

E quando, efetivamente, esse Medo surgisse, o próprio facto de estar em Paz providenciar-te-ia, inevitávelmente e quase imediatamente, a Lógica de que esse Medo não tem nenhuma Consistência, nenhuma Verdade, mas que ele é um Sinal que vem do que está morto, no que tu viveste ou no que tu temeste, mas que não pode, de modo algum, estar presente no Instante que vives.

A Dualidade consistindo numa extremidade ou na outra, no que te concerne, o Medo devendo ser substituído pela Confiança, inscreve-te no Limite do Medo e da Confiança.

Querer substituir o Medo pela Confiança instala-te na tua própria Dualidade e, portanto, reforça a tua própria Personalidade.

Quando eu emprego a palavra Paz, a outra extremidade é a Guerra.

A Meditação, como a Atenção, são Estados que se aproximam da Paz.

Evidentemente, a Guerra seria a atividade incessante do Mental, que vem perturbar a tua Paz.

Se escutas e estás atento, não ao que te diz o que está morto, não numa Projeção querendo suprimir este Medo, mas, efetivamente, na Aceitação, na Compreensão e na Lógica de que tu não és nenhum dos teus Medos e de que não há a aplicar, nisso, nenhuma Confiança.

Simplesmente, mudares-te para a tua Paz.

Simplesmente, não mais ser o que emerge do que passou, o que emerge do que morreu e, ainda menos, o que emerge do que não pode ter nascido, e portanto, não pode estar presente.

A partir daí, colocarás, em ti, o próprio fundamento da Atenção e da escuta.

 Não do que tu crês Ser, não de um qualquer Passado, não de um qualquer Futuro, mas, efetivamente, na Verdade do Instante que vives, o único que é capaz de fazer-te cruzar os teus próprios Limites e, portanto, Ser Ilimitado.

Lembra-te de que o Ilimitado sempre esteve aí, sempre presente, sempre inscrito além da Consciência.

Só os Freios e as Resistências oriundas do que tu não és, e às quais deste importância, com as quais concedeste crédito, impedem-te do viver.

- Tu não és, portanto, os teus Medos, porque, como é que o que não é uma “pessoa” poderia aportar um qualquer Medo?

- Como é que poderia existir, no que não existe, ou seja, essa “pessoa”, um qualquer Amanhã?

A Premonição, a Antecipação e o Medo apenas resultarão, sempre, na atividade do Mental e, unicamente, do Mental.

Ora, esse Mental nasce com a tua vinda a esse Mundo, quando da tua construção na Ilusão, e é um Elemento, um Atributo absolutamente real, na Dualidade.

Ele permite-te adaptares o que foi vivido ao que se vive e ao que será para viver.

Mas tu não és nem o que viveste, nem o que vives, nem o que tens que viver.

Tu és A VIDA.

Existem, portanto, em ti, a ver, sem te apegares, os Medos, como o que não é a Vida, mas, efetivamente, o que tu acreditaste ser da tua Vida.

O Medo é um peso morto, que resulta do próprio terror do Ego e da “pessoa”, dos teus próprios Limites inscritos entre o Nascimento e a Morte.

Tu não és nem o que nasceu, nem o que vai morrer, contrariamente ao que quer te fazer crer o teu Mental, e tu não és o teu Mental.

O crédito que aportas à tua “pessoa” traduz-se por um crédito maior ou menor que dás à tua própria história, que é a Morte e que te afasta da experiência do ABSOLUTO.

Compreende efetivamente que, não se trata de rejeitar, como um Acto de Negação, o que tu percorreste na tua história.

Mas a tua história não será, jamais, o que tu És no SER e, ainda menos, no ABSOLUTO.

Muda de Olhar.

Eu não falo do Olhar dos Olhos, eu não falo do Olhar das Emoções do vosso próprio Passado.

Mas muda de Olhar sobre ti, aí nesse presente, porque tu não és nada dessa história, nada desse Futuro e nada dessa Confiança que tu quererias adquirir, porque nada há a adquirir que já não esteja aí.

Nada há a combater, porque tudo o que resiste reforça-se.

Considera tudo isto como não tendo nenhuma existência própria, porque tu não és nem essa história, nem essa Confiança, nem mesmo essa “pessoa”, nem mesmo a Esperança, porque tudo já está aí, na Paz além de toda a Confiança, no Instante da tua pergunta e da resposta.

***** Pergunta: - Frequentemente, o Mental desvia-me para Pensamentos para combater a Injustiça ou ver o lado negativo dos acontecimentos. Por vezes, tenho a impressão de que nada move, mesmo que o sentir Vibratório esteja certo. Como transcender esses Processos ou essas Resistências?

R:-O Julgamento está inscrito no Mental.

O Mental é feito para discriminar, para avaliar e sobrepesar o Bem e o Mal.

Ele é feito para agir nesse Mundo.

Enquanto tu te considerares como neste Mundo e não, unicamente, sobre este Mundo, o teu Mental será parte envolvente das tuas Experiências.

A Cultura, a Educação, o Ensinamento foram sempre edificadas em torno dessa Dualidade.

A própria Moral, o próprio Afetivo e o conjunto de Leis observáveis e utilizáveis nesse Mundo vêm apenas daí.

Há uma parte de ti que é A TOTALIDADE, mas que o teu Ego não pode reconhecer.

Essa parte de ti que te é desconhecida, nomeada ABSOLUTO ou ÚLTIMO, não pode aparecer-te, porque já está aí, se o Aspecto Discursivo do teu Mental estiver presente.

Ele é, de algum modo, aquele que te venda, de maneira opaca, A VERDADE, A VERDADE além do Aspecto Discursivo.

Isso mantém, em ti, a uma necessidade de segurança, a uma necessidade de ser tranquilizado, mas quem dita isso que não seja o Ego ou a “pessoa”?

Não têm que trabalhar, propriamente falando, sobre a Causa ou a razão dessa necessidade de ser tranquilizado, porque O QUE TU ÉS, está bem além do facto de ser tranquilizado ou de compreender.

O Conhecimento é, em definitivo, apenas uma Ignorância do que TU ÉS.

ACEITA SER IGNORANTE, aceita não ter necessidade de ser tranquilizado ou de compreender e, aí, tu passarás, inevitavelmente, da Ignorância ao Conhecimento real, que não tem necessidade de nenhum Aspecto Discursivo, que não tem nenhuma necessidade de ser tranquilizado nem mesmo de ser compreendido.

O Olhar, aquele dos olhos, leva-te, sempre, a esta Vontade de compreender e pôr, portanto, em Acção, o Mental e, portanto, o Julgamento.

Em definitivo, se tu vês claramente, nenhum Julgamento poderá aportar-te Paz, porque todo o Julgamento apela, inevitávelmente, outro Julgamento, todo o Olhar levado, discriminando, apela à continuação do que é discriminante e, portanto, Dualitário.

Aceita olhar isso, não encontrar uma origem ou uma compensação, porque nem a origem, nem a compensação não te darão a possibilidade de Transcenderes, nem mesmo de superares esse Princípio.

O Mental deve servir para viver e para agir nas atividades normais desse Mundo, mas, a partir do Momento em que não se trata mais desse Mundo, mas do ABSOLUTO que tu ÉS, ele não te é mais de nenhum socorro, de nenhum recurso, de nenhum utilidade.

A dificuldade reside, aparentemente, em passar de um ao outro.

Tu deves, então, considerar e reconsiderar que, na Vida Comum, o Mental age por si mesmo, no que se refere às tuas Experiências passadas, à tua história.

Então, aí também, pode-se dizer que o teu próprio Mental age por si mesmo, também, nos teus Actos quotidianos.

Ele não tem necessidade, propriamente falando, de ti.

Deixa-o agir, deixa-o, de algum modo, exprimir-se nos Momentos comuns.

Assim, se tu lhe soltares as rédeas, se tu te contentares em observar e deixá-lo trabalhar, ser-te-á muito mais fácil, nos Momentos Unitários, não o deixares interferir com o que Tu ÉS.

Serve-te, portanto, desse Aspecto Discursivo, Comparativo e Habitual do Mental, observando-o nos Momentos Comuns da Vida e não, é claro, querendo expulsá-lo, nos Momentos Interiores, porque tu não o poderás, jamais, expulsar.

Tu apenas podes, simples e facilmente, tomar Consciência da sua Atividade, que não é a tua, aí tampouco, nos Momentos os mais Comuns da Vida, porque esses Momentos Comuns concernem, efetivamente, apenas ao Mental e não têm, absolutamente, necessidade de ti para serem eficazes e eficientes.

Adopta isso, verifica disso a Veracidade e, sobretudo, a Eficácia, e verás, então, muito rapidamente que, nos Momentos Interiores ou definidos como tais, o Pensamento e o Julgamento não podem alterar, de maneira alguma e de modo algum, aquilo a que acedes na tua Experiência, naquele Momento.

Aí também, e sobretudo, nesses Momentos ditos Interiores, tu não te podes opor sem reforçar o teu próprio Mental.

Ele é o que ele é.

A tua história é o que ela é.

Mas tu não És nem um, nem outro.

Em resumo, deixa o Mental ao que ele é, às suas Funções, às suas utilidades, olha-o nesses Momentos: ser-te-á, então, extremamente fácil vê-lo agir e, portanto, apreender, nesses Momentos comuns, que tu não ÉS o que age.
Mas, se tu fizeres o inverso, ou seja, esperar os Momentos ditos Interiores para te opores, frontalmente, ao teu próprio Mental, perderás sempre, a Batalha, porque é uma Batalha, e a Paz não pode adaptar-se a nenhuma Batalha.

Coloca-te assim e constatarás, então, que o Mental continua no lugar e nas suas funções.

***** Pergunta: - O que é que a parte de mim que eu não conheço tem a me dizer, no Instante presente, para ajudar-me a ir para esse ABSOLUTO?

R:- Compreende que não há que “ir para”, porque, a partir do Instante em que tu pedes para “ir para”, tu já colocas uma Distância que não existe.

Esta parte que tu não conheces, nada tem a dizer-te, no que tu conhece, senão, ela não te seria desconhecida, se não, tu serias ABSOLUTO.

É necessário, portanto, aceitar que o que te é Desconhecido, rigorosamente, nada tem a dizer-te no teu Conhecido.

E que ele não pode aparecer-te, revelar-se, não como algo ao qual é necessário ir, não como um esforço, mas efetivamente, a partir do Instante em que tu fazes calar tudo o que conheces.

Elimina tudo o que conheces.

Refuta tudo o que é Efémero.

- E, em primeiro lugar, o que é que é Efémero?

A tua própria Vida, o Passado, qualquer que seja, as tuas Emoções, quaisquer que sejam, porque elas inscrevem-se, sistematicamente, na Lei da Dualidade, de Acção / Reação sem fim, sem, contudo, serem Eternas, dado que por definição, essas Emoções mudam em Função do que te é dado a viver, a ver e a sentir.

O que te é Desconhecido não pode ser nem vivido, nem sentido no teu Conhecido.

Não há, portanto, possibilidade de fazer entrar o Desconhecido no Conhecido.

Tu deves, portanto, sair do teu Conhecido, não como uma Rejeição, não como uma Negação, mas, simplesmente, aceitando que tu não és, exatamente, nada do que conheces.

O verdadeiro Conhecimento é independente do Conhecido.

O que o Ego interpreta como Conhecimento é uma Farsa, porque isso não é, jamais, durável, porque isso é, geralmente, oriundo de Crenças, veiculadas por outras histórias e outras experiências que, rigorosamente, nada têm a ver contigo e às quais, no entanto, tu atribuíste crédito.

Não é porque Buda existiu que tu vives Buddha.

Por mais que tu leias tudo, por mais que tudo compreendas, tudo assimiles, tu não pode reproduzir o que quer que seja, porque isso é oriundo de Crenças.

Deves, portanto, real e objetivamente, matar todas as tuas Crenças, porque tu não és essas Crenças.
Tu não podes, portanto, de maneira alguma, ir para o Desconhecido com uma qualquer Crença, com um qualquer Conhecimento, com uma qualquer história.

E isso não pode efetivamente, produzir-se, porque não há parte alguma para onde ir, não há deslocamento.

Enquanto tu acreditares procurar o ABSOLUTO, ele não te encontrará jamais, porque ele sempre esteve aí.

E, portanto, crer que tu vais ir a algum lugar é uma farsa do teu próprio Mental.

Mesmo que o SER não sejas tu, no ABSOLUTO.

Do ponto de vista do ABSOLUTO, o Ego, a “pessoa”, esse próprio Mundo, a tua própria história não existem.

Aí também, é uma Mistificação, uma simples Projeção, uma Ilusão, um Jogo estúpido e estéril.

Não há Evolução.

Apenas o Ego crê nisso, apenas o SER pode vislumbrar isso.

O ABSOLUTO não se coloca esse género de questão.

É impossível que haja uma qualquer Evolução.

Pode haver, certamente, Transformações.

Pode haver, certamente, Melhorias.

E o Ego deleita-se com isso.

 Porque ele estava mal na véspera, ele está melhor no dia seguinte, porque ele compreendeu a Causa e a Origem de um Sofrimento, a Causa e a Origem de uma Doença, a Causa e a Origem de um Desequilíbrio, dá-lhe, portanto, a impressão de “avançar”.

Dá-lhe, portanto, a impressão de melhorar, mas é uma Armadilha porque, em Momento algum ele permitir-te-á sair daquilo em que ele te faz crer.

É impossível.

O Desconhecido, o ÚLTIMO, nada é de Conhecido, não é Tempo algum, Espaço algum.

Do teu ponto de vista, isso é O NEANT.

Mas, do ponto de vista do ABSOLUTO, O NEANT és tu, e nada mais.

Quando fechas os olhos, o Mundo desaparece.

Quando dormes, o Mundo no qual vives desaparece, também.

Somente a Crença, através da Experiência de crer que tu vais acordar no dia seguinte, faz com que tu adormeças sem inquietação.

-Mas, no entanto, quem te pode assegurar que tu vais daí sair?

- E, no entanto, tu coloca-te a mínima questão?

Nada há a deslocar, a não ser o teu Olhar.

Não existe lugar algum aonde ir, porque tu já aí estás.

Não há esforço algum a fornecer, bem ao contrário.

O Ego, a “pessoa” é um esforço permanente, através dos Sentidos, através das Emoções, através da tua história e do teu Mental, que agem, permanentemente, de maneira mais ou menos intensa, para que não tomes, jamais, Consciência da tua medida.

E, não tomando, jamais, Consciência da tua medida e dos teus Limites, continues na prisão e não encontres, jamais, o ABSOLUTO que não é para encontrar, porque não és tu que o procura, mas é ele que te encontra, a partir do Instante em que sais de todo o Conhecido, de toda a Referência e de todo o Ilusório Conhecimento que é apenas uma Farsa.

***** Pergunta: - Como viver melhor na Alegria e na Simplicidade?

R:- A Alegria e a Simplicidade fazem parte da tua Essência e da tua Natureza.

Aí tampouco tens que a cultivar, porque essa Alegria está presente.

Apenas a Distância que colocas, e a Ignorância que ali colocas podem representar o que é vivido como uma Ausência da Alegria.

Nada há de mais simples do que o ABSOLUTO.

O que é complicado é o Mental e o Ego, porque eles constroem, permanentemente, Estratégias, eles constroem, permanentemente, Condutas, Regras a Observar, Contextos e Limites, quaisquer que sejam esses Contextos e esses Limites.

Eles tentam construir-se uma Simplicidade, preservando-se da complexidade desse Mundo, crendo conhecê-la, crendo experienciá-la.

Mas, absolutamente, nada desse Mundo é ABSOLUTO mas, no entanto, TU ÉS ABSOLUTO.

A Alegria decorre do Êxtase.

A Alegria é a Manifestação do SER, de SAMADHI.

A Simplicidade está, também, presente em SAMADHI.

Isso permite-te aproximares-te e viver, através da Experiência e por Momentos, a Não-Separação.

Mas tu permaneces inscrito na Separação e, portanto, a Simplicidade parece partir, como a Alegria parece partir.

Não é a Alegria nem a Simplicidade que partem, mas efetivamente, és tu quem parte de ti mesmo.

A Alegria e a Simplicidade sempre estiveram aí.

O único Movimento é aquele do Ego, o único Movimento é aquele do Mental e das Emoções que se desenrolam e sucedem-se num Tempo Linear.

Não há, portanto, nada a cultivar, Não há, portanto, nada a procurar que não esteja já, porque, se falas da Alegria, a cultivar, tu consideras, portanto, já, a Não-Alegria e, portanto, a outra extremidade está presente em ti.

Não há extremidade.

Considera que a Alegria não pode ser uma Experiência situada entre dois períodos de Não-Alegria, mas que é um Estado que decorre, diretamente, do que TU ÉS, e tudo mudará para ti.

Quanto à Simplicidade, ela consiste, simplesmente, em estar em Paz, em não dar corpo ao que quer que seja mais, em não nutrir o que quer que seja mais.

O SER e o ABSOLUTO são uma Transcendência Total, aí também, do que tu denominas Alegria e Simplicidade, porque o ABSOLUTO não pode, mesmo que ele seja simples referenciar-se a algo que seria complicado e a uma Alegria que implicaria uma Não-Alegria.

Essa Alegria está, portanto, além de toda a Alegria.

É por isso que é mais sábio denominá-la ÊXTASE ou ÍNTASE.

O Ego reter-te-á, sempre, nessa Dualidade do Conceito e da Experiência.

Ele mantém, portanto, a Linearidade.

O ABSOLUTO é a saída da Linearidade.

O ABSOLUTO é a tua Natureza, a tua Essência.

Não há, portanto, que procurar ou cultivar uma qualquer Alegria, uma qualquer Simplicidade porque, se tu consegue permanecer, totalmente, na Atenção e na Compreensão, além de todo o Tempo, a partir desse Momento, o ABSOLUTO está aí, porque ele vem a ti.

Querer a Alegria, querer a Simplicidade é, já, considerar que ela não está presente.

ORA, TU ÉS A ALEGRIA E ÉS A SIMPLICIDADE.

A Distância decorre, simplesmente, da tua história e das tuas experiências passadas, nas quais o arrependimento e o desejo disputam-se, em ti, para ocuparem a dianteira da cena.

Mas isso é apenas uma cena, é apenas uma representação, uma Projeção, que não tem substância alguma, nem mesmo a mínima realidade.

Isso é para descobrires por ti mesmo, porque ninguém to pode dizer, ninguém pode fazer-te viver.

Apenas tu, e tu sozinho, é que podes atualizá-lo.

Em definitivo, deixa esse Corpo viver, deixa os teus pensamentos viverem, deixa-os trabalhar.

- Será que te colocas a questão quando comes um alimento, de saber se ele vai fazer bem, o que ele tem a fazer?

Não, isso faz-se.

Age do mesmo modo para o que tu consideras ter que fazer nessa vida.

Não te impliques, mas fá-lo.

Olha-te a agires e, depois, coloca-te a questão de quem olha.

-Será que tu és esse Corpo que absorve um alimento?

-Tu és esse Mental que se coloca a questão do efeito do alimento?

- Ou tu ÉS outra coisa?

Elimina, também, o que é da ordem de uma dinâmica Efémera, como comer, como dormir.

Elimina, também, o que é da ordem do hábito: lavares-te pela manhã, mesmo se seja necessário fazê-lo.

- TU NÃO ÉS NADA DE TUDO ISSO.

Então, aparecer-te-á, de maneira fulminante ou progressiva, o que ÉS.

SER OU NÃO SER.

O ABSOLUTO não é nem um “querer”, nem um “objetivo”, nem um “Caminho”.

Não há nem querer, nem objetivo, nem Caminho.

Há apenas A VIDA que escoa, quer tu ali participes ou não, quer estejas ali ou não.

Portanto, torna-te A VIDA, e O ABSOLUTO aparecer-te-á, porque ELE sempre esteve.

***** Pergunta: - As Relações ou Comportamentos imprimidos de Dualidade neste Plano podem constituir um Freio à realização do ABSOLUTO?

R:- Primeiro, não pode existir uma qualquer Realização ao ABSOLUTO.

A Realização concerne ao Ego e ao SER, mas, em caso algum, ao ABSOLUTO.

Nenhuma Manifestação Dualitária pode contrariar, frear ou bloquear o ABSOLUTO.

Tu comes.

Toda a fisiologia desse Corpo é baseada na Dualidade.

Toda a fisiologia das Emoções e do Mental é baseada na Dualidade.

Nenhum Elemento desse Corpo ou dos teus envelopes subtis pode alterar, de maneira alguma, o que ÉS.

Pensar e conceber que haja uma tarefa a cumprir, um Caminho a efetuar, um Yoga a praticar é da competência da Personalidade e do Ego, jamais do ABSOLUTO.

Os yogas, quaisquer que sejam, conduzem-vos ao SER que é, eventualmente, a Realizar.

Mas o ABSOLUTO não será, jamais, uma Realização, mas, efetivamente, a Libertação de todo o Yoga e de toda a Dualidade.

O que não consiste em negar a Dualidade enquanto essa Forma, esse Corpo, essa “pessoa” esteja presente nessa Ilusão.

Trata-se, portanto, efetivamente, de uma Transcendência e, de maneira alguma, pode tratar-se de uma Transformação.

O crer é uma farsa do Ego.

Tu não podes Transformar o que é Limitado, e acreditar que a Imperfeição se vá tornar perfeita.

A Perfeição não é desse Corpo, nem desse Mental, nem da tua própria Vida.

Ela é o ABSOLUTO.

Vislumbrar que algo possa alterar ou impedir o ABSOLUTO é uma palhaçada.

É o Ego que joga, ele mesmo, para crer que ele estará melhor amanhã.

- Ele sê-lo-á, talvez, ele sê-lo-á, certamente, mas o que ele vai ganhar?

Melhorando a saúde, melhorando a respiração, melhorando as angústias, ele tem uma busca entusiasta de um melhor Ser ou de um bem-estar, mas nenhum melhor Ser e nenhum bem-estar o fará descobrir o Não-SER.

Ele afastar-te-á disso, tão seguramente como o mal-estar.

São Estratégias, elaboradas pelo Ego, para fazer-te acreditar que há algo a procurar, algo a melhorar, algo a praticar, que vai fazer-te aproximar, mas em definitivo, tu afastas-te disso.

É claro, a “pessoa”, o Ego, vai satisfazer-se em sofrer menos, em estar menos angustiado, em viver melhor e mais longamente ou diferentemente, mas isso, rigorosamente, não serve para nada.

O que não quer dizer, com isso, que seja necessário colocar um fim à Ilusão, mas, efetivamente, estar consciente e lúcido do que é:

Apenas uma ocupação, apenas uma derivação.

Então, aí também, ocupa, se quiseres, o teu Mental e o teu Corpo, mas aceita o Princípio de Farsa e de Ilusão.

Nutre esse Corpo, quando ele tem fome, dá-lhe de beber, quando ele tem sede.

Não te virá à ideia refutar a fome e a sede e, contudo, será que satisfazer a fome e a sede deixa o ABSOLUTO aparecer?
É o mesmo ao nível do Mental.

Tu podes nutri-lo de todos os modos, podes dar-lhe a ler e, portanto, regares-te de todo o Conhecimento, tu apenas fará reforçar a tua própria Ignorância do ABSOLUTO.

É apenas o Jogo do Ego e do Mental que, de maneira duradoura e incessante, quer fazer crer que tu vais ali chegar.

Mas tu não podes ali chegar, uma vez que não existe nenhum lugar aonde chegar.

E se, efetivamente, houvesse um Destino a chegar… bem, isso significaria, simplesmente… o fim do Ego.

Conheces algum Ego que queira morrer por si mesmo, se não é pela porta da Morte?

O ABSOLUTO não se ocupa, absolutamente, desse Corpo, absolutamente, do que tu procuras, absolutamente, do que tu acreditas ou esperas.

Ele não se importa, de forma alguma, com as tuas próprias gesticulações.

São apenas Movimentos que não aportam nada à Paz e à Imobilidade.

São, portanto, realmente, gesticulações que vão, simplesmente, atrair a Consciência.

O ABSOLUTO não se importa com tudo isso: ele instalou-se a montante, a jusante, por toda a parte, além de todo o Espaço, de toda a ETERNIDADE.

Nada há de pior do que acreditar que vais ser Liberto, porque tu procura a Liberação, porque, em definitivo, tu estás liberto, de toda a ETERNIDADE, ma, simplesmente, tu não sabes disso.

Não há, portanto, aí tampouco, a rejeitar o que quer que seja, mas, efetivamente, a Transcender todos esses aspectos que são apenas Véus e Máscaras colocadas sobre o ABSOLUTO.

É necessário, portanto, cessar toda a Projeção do que quer que seja.

A partir desse Instante, então, o ABSOLUTO aparecer-te-á.

Mas é necessário cessar a vaidade de crer que há algo a procurar, algo a Realizar e ainda, algo a Libertar.

Se tu fizesse calar todas essas vaidades, então, o não SER seria a única possibilidade,

Lembra-te de que tu és Efémero no que acreditas, sejam os Pensamentos que passam, ou mesmo esse Corpo que nasceu e que retornará à Terra.

-Será que tu és esse Corpo?

-Será que tu és o que é Efémero?

-Será que tu és a tua procura?

- Será que tu és as tuas práticas?

- Em definitivo, o que é que tu és?

Se és capaz de viver o que eras antes de seres esse Corpo, bem além de todos os Corpos, de uma qualquer Vida passada que pertença à Personalidade, de maneira irremediável, pois bem… instantaneamente, o ABSOLUTO estaria aí, porque ele sempre esteve aí.

Tu não te podes apropriar do que quer que seja, porque tu, ÉS isso.

Tu não podes possuir o que TU ÉS

É apenas o Ego que te faz crer nisso.

***** Pergunta: - Eu, frequentemente, desejei que, após a Morte, houvesse O NEANT. Há uma diferença entre O NEANT e o ABSOLUTO?

R:- O que deseja, após a Morte, é, obviamente, o Ego.

A melhor imagem e a melhor representação que possa o Ego sugerir do ABSOLUTO, é, naturalmente, O NEANT.

O ABSOLUTO não é, seguramente, nenhum NEANT, mas ele é, também, O NEANT.
O ABSOLUTO, após o fim dessa Forma, é o retorno ao Sem-Forma, além de toda a Memória, além de toda a Experiência, em toda a Forma, mesmo que possa persistir uma Forma, não tendo nada a ver com uma Forma desse Mundo.

O ABSOLUTO é O TUDO e O NEANT.

O Sem Forma, ou o Fim da Vida, aqui, coloca um fim, de algum modo, ao complexo inferior Ego/Personalidade, Envelope Físico e Envelopes Subtis, mas coloca e colocava, até ao presente, o SER, do outro lado do cenário.

Mas era o mesmo cenário e, em caso algum, O NEANT.

E, portanto, em caso algum, O ABSOLUTO.

A Forma desaparece, porque ela é Efémera.

A Personalidade desaparece, porque ela é Efémera.

Mas, se algo volta, esse algo não está inscrito em nenhuma Forma e personalidade alguma.

Hoje, no sentido do vosso Tempo, não existe nada que deva voltar ou afastar-se do ABSOLUTO.

Em definitivo, O NEANT, quer ele seja ansiado, desejado ou repelido com terror e Medo, é efetivamente, para o Ego, para a “pessoa”, para o Mental, o ABSOLUTO.

Encarar o teu próprio fim, como Efémero, pode encher de terror ou de Paz, mas, tanto num caso como no outro, representar-se a Morte como um NEANT não permite, de modo algum, viver o ABSOLUTO, seja mantendo essa Forma ou não, porque O NEANT continua, nesse caso, e continuará, sempre, uma Crença.

Uma Crença não tem nenhuma importância.

Uma Crença é uma justificação da Ausência, ela mesma, da Experiência.

Nenhuma Crença pode substituir a Experiência.

Nenhuma história pode escrever-se no Instante.

A Crença faz-vos crer no Instante ou no Instante seguinte, ou no Instante Passado, mas ela não é o Presente.

O Ego não é feito para conhecer O NEANT, dado que ele desaparece.

 Ainda menos o ABSOLUTO, porque ele não pode ali reconhecer-se, nem conhecer-se.

O ABSOLUTO não pode ser, tal como O NEANT, um Desejo, dado que vocês em definitivo, não podem desejar, o que Sois, verdadeiramente, e que está já aí.

É o Ego que vai acreditar que tem que desejar.

Num Momento ulterior, chamado de Morte, O NEANT já está aí, para o Ego.

Recusar vê-lo é recusar o ABSOLUTO.

Colocá-lo no Amanhã ou dizer-lhe que é impossível, é uma forma de negação do ABSOLUTO.

O Ego procura, ele também, à sua maneira, refutar o que lhe é Desconhecido, negá-lo, e, eu diria que isso é legítimo.

Se vocês permanecerem Tranquilos e em Paz, se vocês estão além daquele que observa, se estão além do Testemunho, além de todo o Conceito, além de toda a Percepção, de todo o Consciente ou Inconsciente, se saem de toda a Referência, de toda a Projeção, de todo o sentido de Antecipação, então, vocês deixam o lugar para A VERDADE, para o ABSOLUTO.

Vocês não podem refletir sobre o ABSOLUTO.

Tu não podes colocar-te a questão do NEANT, simplesmente, ao dele experienciar a vertigem ou a plenitude, pois é conforme, mas o que experiências, naquele Momento, não pode ser validado, nem mesmo ser uma prova.

A única prova do ABSOLUTO é o Êxtase e, em preliminar, o teu Testemunho: A ONDA DE VIDA.

Nada pode ser nada mais.

E nada pode ser de menos.

Não existe mistério no ABSOLUTO, apenas o Ego acredita nisso e tem tendência a fazê-lo viver, porque o Ego não pode representar o que, efetivamente, não tem nenhuma representação.

Então, a palavra NEANT pode aparecer como uma segunda opção, sedutora ou assustadora.

Mas isso continua um mal menor.

***** Pergunta: - Essa latência, à qual faz alusão, como apoio do ABSOLUTO, pode ser vivida como uma sensação de não ter que se fazer isso, o que quer que viva, ainda, a Personalidade? E que a Alegria profunda e a Beleza que animam, então, são uma Verdade à qual se pode afixar-se?

R:- O ABSOLUTO não pode ser preso a nenhum lugar.

 É necessário, portanto, que tu te desprendas dele.

Enquanto estiveres preso à tua própria Alegria, colocas o teu próprio Limite ao ABSOLUTO e, portanto, tu não o pode viver.

Não podes, portanto, permanecer apegado ou preso ao que quer que seja.

Todo o Apego é um Freio.

Mesmo que existam camadas sucessivas permitindo e dando a Ilusão de subir o que quer que seja, há um Momento em que, mesmo isso, é para abandonar.

Como é que tu podes viver o ABSOLUTO enquanto não abandonares o SER e a tua Alegria?

É, efetivamente, muito mais fácil e sedutor viver a Alegria, e inúmeras Estruturas que se manifestaram, convidaram-vos a isso,(ndr: o Conclave Arcangélico, a Assembleia dos Anciães, das Estrelas...), porque a Alegria é um alívio e um alívio pode ser considerado como benéfico.

E isso o é, contrariamente à Gravidade e à Densidade.

Mas aliviar-se não basta para fazer desaparecer a Projeção na Ilusão.

É, portanto, um Instante, ou um Tempo, se preferires, para, aí também, aceitar não mais estar preso.

Não pode ser concebível, nem aceitável, que o facto de viver a Alegria, de maneira contínua, possa permitir-te, um dia, SER ABSOLUTO.

Como as Estruturas que se revelaram disseram: VOCÊS ESTÃO LIBERTOS.

Mas essa Liberdade não é, necessária e implicitamente, viver a Libertação.
A problemática do ABSOLUTO, contrariamente à Realização, é que isso não pode ser, de modo algum, uma Nova Consciência, ou mesmo, um Salto de Consciência.

Não existe a possibilidade, porque não existe ponte entre a Realização e o ABSOLUTO.

O ABSOLUTO é, justamente, e bem ao contrário, o desaparecimento na Crença de toda a Ponte, ou de toda a possibilidade, ou de toda a Verdade à qual permanecer aprisionado.

É necessário, realmente, não mais estar preso.

Aceitar, dalgum modo, ABANDONAR-SE À FONTE DE SI MESMO, sem A conhecer.

Abandonar o SER, que é Conhecido, através da Alegria e da Beleza.

O ABSOLUTO e o Último jamais foram, nem serão, jamais, outra coisa além do que é Verdadeiro e do que É, de toda a ETERNIDADE, porque não Efémero.

A Alegria à qual tu pretendes estar preso desaparecerá, assim que a Forma desaparecer.

Isso não pode ser, portanto, Eterno, nem Durável, mesmo que isso se instalou de maneira que vos pareça duradoura.

Têm, portanto, em Verdade, que se desprender de todo o Conhecido, sem nenhuma excepção.

A partir do Instante em que algo vos apareça como Conhecido, não pode ser ABSOLUTO.

Os Limites representantes de Medos, de Obstáculos, não vos são de nenhuma utilidade nem de nenhuma assistência e, de maneira alguma, para que o ABSOLUTO vos encontre.

Em definitivo, o mecanismo de Latência é o que dá a perceber a existência de um Tempo e que dá a perceber a existência de um Futuro.

Ora, o ABSOLUTO não tem nem Passado, nem Presente, nem Futuro.

ELE É, ALÉM DO SER.

ELE, É ISSO.

E TU ÉS ISSO.

Não há nenhum esforço a fornecer.

Não há nenhuma vontade a demonstrar.

Tu não podes, portanto, permanecer preso nem, portanto, ser tributário de uma Verdade Relativa, porque toda a Verdade, mesmo Relativa, não é o Verdadeira, é apenas uma Etapa.

E o ABSOLUTO não é uma Etapa.

Se refutas isso, se aceitas disso a incidência, então, o ABSOLUTO encontrar-te-á.

Lembra-te de que não podes prender-te, nem procurar.

***** Pergunta: - Se um Projeto foi feito antes da Passagem ao ABSOLUTO, esse Projeto pode manter-se ou ele desaparece?

R:- Será que o ABSOLUTO faria desaparecer o Projeto de uma Forma que está na Vida?

De modo algum.

Mas, mesmo que esse Projeto viesse a desaparecer, isso não é uma Acção da Personalidade e, evidentemente, ainda menos, uma Acção do ABSOLUTO.

O ABSOLUTO não interfere e não modifica as circunstâncias desse Mundo.

Contudo, a Libertação pelo ABSOLUTO faz mover o conjunto do Universo, o conjunto dos Mundos.

O Relativo de um Projeto, qualquer que seja, seja um Projeto de Vida, um Projeto de Negócios, desenrolar-se-á ou não se desenrolará.

O ABSOLUTO não está aí por acaso.

A Mudança Olhar sobre o Projeto e sobre a Forma não requer, obrigatoriamente, o desaparecimento do Projeto ou da sua Forma.

Mas isso não tem nenhuma importância, dado que vocês não são mais esse Projeto, vocês não são mais essa Forma.

Quer vocês continuem a apoiar o Projeto como a aportar essa Forma, porque é um peso, isso nada muda o Verdadeiro.

O ABSOLUTO não é concernido pelo Limitado, mas ele engloba o Limitado.

O Limitado não tem nenhuma ponte nem nenhuma continuidade com o ABSOLUTO.

O ABSOLUTO engloba-o.

Não tem que se colocara questão desse Corpo, como de toda a Relação.

Não existe nenhuma razão válida e objetiva ou Lógica para que o ABSOLUTO decida ou queira o que quer que seja.

Em contrapartida, o Relativo inscrito numa Forma, Ego, “pessoa”, pode ser levado a reposicionar-se, porque o ABSOLUTO faz, efetivamente, mudar o Olhar.

Mas isso não é nem obrigatório, nem uma obrigação, mesmo que se possa produzir.

O ABSOLUTO, vivido e inscrito numa Forma, continua a fazer viver essa Forma.

Não existe oposição ou antagonismo.

Há apenas a Evidência do ABSOLUTO, o fim do questionamento sobre o Sentido e o porquê.

Mas essa Forma Relativa continua a evoluir ou é sempre o que ela crê.

O ABSOLUTO pode colocar um fim às Ilusões, mas não à Ilusão desse Corpo, não sempre, mas isso não tem mais nenhuma espécie de importância, porque aquele que é Liberto-Vivo (Ressuscitado), não pode mais ser levado para a Morte, para nenhum  Ilusão, para nenhum  Jogo.

Tudo isso é Transcendido, verificado e verificável, a cada minuto, a cada sopro, quer esse Corpo permaneça ou desapareça, a des-identificação é total com o Corpo, sem que, contudo, haja um desengajamento desse Corpo.

Tudo pode parecer similar mas no entanto, tudo é diferente, não, simplesmente, Transformado, mas, efetiva e realmente, Transcendido.

Há um antes e um depois do ponto de Oscilação no ABSOLUTO, para a “pessoa”.

Esse antes e esse depois podem ser idênticos ou radicalmente diferentes.

Isso não tem nenhuma incidência e nenhuma repercussão.

Ser um Liberado Vivo é agir Livremente e em Liberdade, é não mais ser tributário de uma qualquer Moral, de uma qualquer Sociedade, de uma qualquer Relação.

Vocês estão libertos, ao mesmo Tempo podendo, amplamente, continuar a estar nesse Mundo, mas, simplesmente, vocês sabem que vocês não estão ali.

Vocês consideram-no como um Jogo, e é um Jogo.

Vocês descobriram a palhaçada.

Vocês descobriram a farsa.

Vocês são Liberados Vivos e apenas podem estar, aliás, Vivos.

O que muda e que deve mudar não é função de um Desejo da Personalidade nem de nenhuma Transgressão, mas efetivamente, o Efeito direto da Transcendência.

As Relações, o Posicionamento em relação ao outro, em relação ao Mundo, em relação à Sociedade e à Moral não serão mais, jamais, as mesmas, porque vocês tornaram-se o Testemunho Vivo do ABSOLUTO e estão des-condicionados, mesmo estando presentes em algumas condições.

Aí está o Verdadeiro.

***** Pergunta: - Pode indicar-nos o que permite, de onde estou, o ponto de oscilação que evocou?

R:- Não estar mais em nenhum lugar.

Não procurar mais Marcadores.

Aceitar.

Não há nada a procurar, não há nenhum lugar melhor do que o outro.

Crer e esperar que um lugar seja melhor coloca-te na perspectiva linear da “pessoa” e da Personalidade.

Não te podes aproximar, de modo algum, do que já ÉS, porque isso, já está aí.

Portanto, esse ponto de oscilação não depende de nada além de ti.

Mas não de ti numa Acção ou num Desejo, mas de ti, na Ausência total de Ideal, na Ausência total da demanda.

Trata-se de uma Capitulação e de uma Rendição total de tudo o que acreditas ser, de tudo o que manifestas.

Isso foi denominado, por aqueles que intervieram em algumas Estruturas, de CRUCIFICAÇÃO.

Do mesmo modo que não é necessário prender-se a uma verdade qualquer, não existe ponto de vista ou ponto de Oscilação melhor que outra.

Apenas se tem que refutar tudo o que tu acreditas ser.

Enquanto houver, em ti, um apego à tua própria “pessoa”, Forma ou Envelope Subtil, esse Apego prende-te tão seguramente como uma corda  à “pessoa”, à Personalidade ou ao SER.

Não há nenhum  troféu de caça ou de guerra a exibir.

Precisamente, é necessário desprender tudo o que está afixado, fazer o Vazio sem se colocar questões: uma Forma de Aceitação do NEANT, uma Forma de Aceitação de que nada há e, sobretudo, a Medalha ou a Recompensa, e ainda menos, um espírito a conquistar ou a Libertar.

É-te necessário, portanto, estar Presente, inteiramente e na totalidade, à VIDA, sem atividade, sem Acção, sem Reivindicação.

Apenas colocares-te aí onde sempre estiveste: no Não-SER.

Fazer cessar o Eu de uma Personalidade, de uma Forma, de uma Vontade ou de uma Medalha.

Não há nada a ganhar.

Não há nada a conquistar.

O facto de ganhar e de conquistar pertence à Personalidade, que quer possuir e ter.

O ABSOLUTO é uma restituição de todos os teus haveres, de todas as Medalhas, de todas as tuas  Vontades, mesmo as mais refinadas ou as mais Espirituais, porque em definitivo, tudo isso representa apenas uma Fraude que não tem nenhuma consistência, nem nenhuma substância.

Jogar, Verdadeiramente, é Aceitar não mais jogar.

Simplesmente, colocar-se, receber, escutar o que vem então, e que jamais partiu.

ASSIM É O ABSOLUTO.

Fazer o Silêncio, e não, unicamente, exteriormente, das atividades, quaisquer que sejam, de expressões, corporais, visuais, sexuais ou verbais, mas bem mais, O SILÊNCIO INTERIOR DA IMOBILIDADE, da Não-Vontade e da Não-Volição, deixando todo o lugar, porque não há lugar definido, deixando todo o Espaço, porque não há Espaço para o Ilimitado.

Aceita e acolhe o que É e não o que tu queres.

O SER é, ainda, um Desejo, preenchido através da Realização.

O ABSOLUTO é não Desejo, através da Libertação.

Não há nada a manifestar, nada a criar e nada a empreender, dado que isso É, já.

***** Pergunta: - Além do ponto de Oscilação, a Consciência de si torna-se a Consciência de SER O TODO ou, efetivamente, a Consciência desaparece?

R:- A Consciência desaparece, na sua totalidade.

Os quatro Estados da Consciência não têm nenhum Sentido, nem nenhuma Legitimidade no ABSOLUTO.

Não pode existir uma solução de continuidade, aí tampouco, entre a Consciência e a Não-Consciência.

A Consciência está, irremediavelmente, ligada à Observação, à Projeção, quer essa Projeção seja Separada ou Não-Separada, ou seja, no Ego ou no SER.

A Ausência de Separação não é o ABSOLUTO, dado que, o ABSOLUTO não pode ser apreendido, de nenhuma maneira, pela própria Consciência.

O único Testemunho que a Consciência pode disso ter é o que vos foi denominado de ONDA DE VIDA.

Mas, mesmo aí, a um dado Momento, deve existir uma Forma de distanciamento disso.

Essa distanciamento não é uma Distância, no sentido afastamento, mas, efetivamente, um distanciamento do próprio Testemunho relativamente ao que é vivido e observado.

A Aniquilação da “pessoa”, da Forma, de Percepções dessa Forma vai inscrever a Consciência nesse ponto de Oscilação, que confluirá no NEANT, para a Personalidade, mas do ponto de vista não-pessoal, no ABSOLUTO.

A ONDA DE VIDA, vivida, então, como Experiência, com as suas consequências e as suas implicações, fará de vocês uma ONDA DE VIDA, suprimindo a Distância e colocando-vos na Distância.

Aí está o ABSOLUTO.

Não podem existir outros Testemunhos ou outros Marcadores que não este.

A ONDA DE VIDA percorre-vos até ao Momento em que vocês percorrem A ONDA DE VIDA, fazendo-vos irremediavelmente, sair de toda a Projeção, a tal ponto que vocês experimentam,  não através de Projeção, toda outra Forma, toda outra Consciência, qualquer que seja, em qualquer reino que seja.

Isso não quer dizer que vocês vão vivê-la permanentemente, mas, efetivamente, que isso faz parte do possível, demonstrando O VERDADEIRO e A VERDADE do ABSOLUTO.

Passar ao Ilimitado torna-vos, efetiva e concretamente, Ilimitados.

E ainda mais Ilimitados e sem Limite de nenhuma Forma, fosse ela a vossa, na qual vocês estão, de maneira Efémera.

A ONDA DE VIDA, como Testemunho e Marcador, requer, também, a um dado Momento, da vossa parte, uma Forma de Identificação e de Renúncia a vós mesmos, dando-vos a viver A VIDA, além de toda a Forma e não importa qual Forma, mesmo que seja mais fácil, num primeiro Tempo, viver isso com uma Forma que vos foi Conhecida ou que vos é Conhecida nesse Mundo ou em outros lugares, colocando um fim à Separação, colocando um fim à Ignorância, fazendo de vocês um Liberado Vivo.

Esse Liberado Vivo não terá nada a Reivindicar, ele não terá nada a explicar, ele não terá nada a justificar, porque ele É.

Ele apenas terá que Testemunhar, sem o querer, sem Vontade deliberada, mas porque ele É e faz parte da VIDA.

Ele é o Testemunho disso, ele é o Mensageiro disso, além de todo o Papel, de toda a Função.

***** Não temos mais perguntas, agradecemos-vos.

Eu agradeço-vos, portanto, pela nossa conversa.

Certamente, até muito em breve, segundo a fórmula consagrada.

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NDR : 
Na sua intervenção de 29 de Março de 2012, BIDI apresenta as suas modalidades de intervenção. 
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