BIDI -2012.04.13 - 1
BIDI está, portanto, de novo, com vocês.
Depois das nossas entrevistas, depois das vossas perguntas e do que eu vos dei como respostas, duvido que não existam em vocês outras questões.
Então, eu terei outras respostas.
Apreendam que para além dessa intervenção, além das vossas perguntas e das minhas respostas, o ABSOLUTO Permanece.
Evidentemente, vocês compreenderam-no, todas as minhas respostas apenas estão destinadas a vos fazer interrogar sobre o ABSOLUTO.
ABSOLUTO que vocês não podem, nem definir, nem mesmo compreender, nem mesmo se aproximarem como eu vos disse.
Pelo contrário, eu poderia, com efeito, vender-vos, de qualquer modo, as vantagens de Ser, antes de tudo, ABSOLUTO, e os inconvenientes de permanecer no EU ou no SER.
A primeira vantagem é que, o que quer que digam, o que quer que pensem e o que quer que vocês experimentem, o EU e o SER acabarão com a vossa partida desse Corpo e, portanto, nem o EU, nem o SER, poderão satisfazer-vos, de forma alguma, além da duração Efémera do que vocês chamam esta Vida.
O ABSOLUTO confere, de qualquer modo, muito exatamente o inverso e o oposto disso.
É o fim da Morte.
É o fim do Esquecimento.
A segunda vantagem, que é, certamente, para esta Vida Efémera e este EU/ Jogo Efémero que deixa o ABSOLUTO SER, é que evidentemente, no ABSOLUTO, não pode existir nenhuma das flutuações que vocês vivem em cada dia da vossa Vida.
Um dia, vocês estão felizes, um dia vocês estão infelizes, um dia vocês vivem o SER, um dia o SER afasta-se de vocês.
E isso é impossível no ABSOLUTO.
O ABSOLUTO confere-vos uma forma de perenidade e, eu diria mesmo, uma segurança total, bem além do SER.
Do ponto de vista do ABSOLUTO, podemos mesmo colocar-nos a questão de “porque é que vocês duvidam?”
- Porque é que vocês não ousam?
Eu irei mesmo mais longe: o EU tem tendência a querer procurar o Despertar, a Iluminação, a Realização.
Ele ocupa-se disso, eu diria para aqueles que estão num Caminho Espiritual, o tempo todo.
Mas é ridículo, na medida em que o ABSOLUTO que são vocês próprios, abre-vos as suas portas e, instantaneamente, desde que vocês suponham e proponham a possibilidade do ABSOLUTO, pois bem, ELE está aí.
Mas, o Ego não vos permitirá jamais supor isso, porque ele está construído, precisamente, sobre a Negação do ABSOLUTO.
E o SER é, eu diria, de tal forma narcisista, de tal modo imbuído de si mesmo, que ele também, não permitirá jamais, ao ABSOLUTO, imiscuir-se nessa espécie de auto-satisfação daquele que se crê Desperto Ou Acordado, do que quer que seja.
Nós estamos em Tempos sobre esta Terra, que vocês vivem, particulares e intensos.
Toda a questão é a de saber quanto tempo vocês vão, de qualquer modo, resistir à Evidência, resistir à perenidade e preferir, de qualquer forma, as idas e vindas entre a Alegria e a Tristeza, a Auto-Satisfação e, de qualquer modo, a Negação da Evidência do Último e do ABSOLUTO.
Se vocês se colocarem, sinceramente, a questão, e eu desafio-vos a colocarem-na a vocês e não a mim, vocês constatarão, por vós mesmos, que é a esse nível aí, uma espécie de estupidez da Inteligência Humana que está muito afastada da Verdade da Experiência e desse Estado Último que não é um Estado.
Vocês passam o vosso tempo a ir de um Estado para outro, de um centro de interesse para outro.
E, se eu vos digo que o ABSOLUTO responde em bloco e de uma só vez, ao conjunto de todas as vossas interrogações, o Ego vai pensar que é aborrecido e que é enfadonho.
Então, certamente, ele vai passar o seu tempo, em vez de se Refutar a si mesmo, a Refutar o ABSOLUTO e a afastar-se, através de uma procura hipotética, de uma qualquer Realização, de uma qualquer Evolução ou de uma qualquer Transformação, dentro de uma Linearidade que, de qualquer modo, não deixa nenhuma Evidência ao Infinito.
Resumindo, vocês estão num Corpo Limitado, vocês estão nos Pensamentos Limitados, sonhando com o Ilimitado.
Vocês são finitos, sonham com o Infinito mas, logo que o Infinito chegue, vocês refazem o Caminho, porque, evidentemente, não há Solução de Continuidade, como foi dito e, portanto, para vocês, é absolutamente deplorável, absolutamente ilusório, enquanto permanecerem dentro desse Ego, dessa “pequena pessoa” que nasceu um dia e que morrerá, de qualquer modo, o que quer que vocês façam, o que quer que vocês realizem.
E vocês recomeçam a cada vez.
Ontem, UM excelente AMIGO, que é vosso Amigo, lançou-vos frases (ndr: ver a intervenção de UM AMIGO de UM AMIGO - 2012.04.12 - O YOGA DA ETERNIDADE.pdf ).
Essas frases são Ressonâncias importantes para vos permitirem ousar e para se colocarem a pergunta da razão porque vocês não ousam?
Que Medo é esse?
Que dúvida é essa que está inscrita nesse Corpo que apenas é um saco de comida, que está destinado a alimentar outra coisa, certamente, a vossa Morte?
E vocês persistem em se imaginarem Ser esse Corpo e tudo o que não dura, que apenas tem um tempo dentro deste Mundo, que está inscrito entre a vossa vinda a este Mundo e a vossa partida deste Mundo…
E vocês sonham com o Ilimitado através de uma Relação com um Ser Amado…
E vocês sonham em permanecer “qualquer coisa que será Eterna”, mas tendo bem o cuidado de se instalarem no Efémero…
Será que vocês se dão conta desse ridículo, do que é pensado, do que é imaginado e do que é projetado?
Vocês querem sair desse ridículo?
Vocês querem, enfim, ser essa Alegria Eterna, esse Êxtase Permanente?
Terão vocês tanto Terror do vosso próprio prazer?
Terão vocês tanto Pavor de Ser apenas essa Fonte de Prazer, Indizível, Permanente, Eterna?
Eis onde se situa, hoje, o contexto, entre nós.
Eu digo-vos, portanto: Bom Dia e Bem-Vindos À ETERNIDADE.
Nós vamos, portanto permutar, aos solavancos, sobre as perguntas que vocês me colocarem e as respostas que eu der.
Aí também, eu peço-vos para não procurarem compreender, mas para se impregnarem das nossas trocas.
As perguntas são infinitas.
As respostas são-no também.
Da mesma forma que vocês se escondem atrás de vocês mesmos, da mesma forma que além do Observador e da Testemunha, há qualquer coisa que está lá e que nunca se moveu, da mesma forma, além das vossas perguntas e das respostas, há, também, esse ABSOLUTO.
É isso que nós vamos tentar deixar-se instalar, atordoando, de algum modo, o vosso Ego, a vossa Personalidade e o vosso SER, do seu Estado, a fim de Abandonarem esse Estado em proveito de qualquer coisa da qual nada pode ser dito.
Mas que, desde o instante em que se instalará, mostrar-vos-á a Vaidade e a Superficialidade de tudo o que vocês tinham feito antes e que, no entanto, foi em certos casos, vocês sabem-no, necessário.
Mas, mesmo esse necessário não deve ser uma Finalidade.
É-vos necessário deixar as muletas, deixar tudo o que vocês têm, tudo aquilo a que vocês pensam ter chegado.
Vocês não chegaram a lado nenhum, porque não há nenhum lado aonde chegar.
Chegar a algum lugar significa que é necessário partir.
- Mas, partir de quê?
- E partir de onde?
Dito isto, eu escuto-vos.
***** Pergunta:- Como se manter no ETERNO PRESENTE?
R:- Refutando o teu próprio Mental.
Ele está aí, tu não o podes negar.
Não o escutes.
-A que é que tu dás crédito?
- Será que vais dar crédito, Eternamente, ao que te sussurra um monte de coisas que são falsas?
O Mental apenas serve para evoluir neste Mundo.
Há que, entrar em reação permanente e ajustar-se ao que a Vida te propõe.
Mas ele não tem nenhuma utilidade para ir para além disso.
Então, não acredites no que ele te diz.
Acredita nele quando se trata de ser Lógico, no quotidiano da Vida Comum.
- É necessário acreditar nele quando ele intervém nos momentos em que tu não o solicitaste?
-Quem é o mestre?
-Quem decide?
Não te oponhas ao teu próprio Mental!
Reforçá-lo-ás cada vez mais, e esse é o Jogo que jogastes durante dezenas de anos!
O Eu/ Jogo terminou.
Não te oponhas a ele.
Ele será sempre mais forte do que tu, no teu Ego.
Então, não o escutes !
Não lhe respondas.
Não lhe dês nenhuma legitimidade.
Tu constatarás, por ti mesmo, que então, pouco a pouco, ele soltar-se-á.
Refuta-o sem te opores.
O Mental serve-se igualmente da Meditação, e ainda da tua própria Observação além do Mental.
Ele vai querer ser, de qualquer forma, o proprietário de tudo o que pode emitir, no teu interior, do que ultrapassou este Mental e te reenvia, em permanência, para ti mesmo.
E, em permanência, de qualquer modo, a uma certa forma de inutilidade de ti mesmo.
Há portanto, simplesmente, que não lhe dar o mínimo crédito.
Ele acabará por se calar.
Mas, sobretudo, não lhe peças para se calar porque, para ele, tudo é pretexto para interagir e reagir.
O objetivo é, precisamente, não interagir e não reagir.
Não o escutes.
Tudo o que ele te possa dizer relativamente ao que tu És, é falso.
Não há outro meio.
Vocês todos notaram, na Vida que é vivida nesse Mundo, que desde o instante em que se dá crédito ao que quer que seja, existem todas as chances, para que aquilo a que a Consciência se dirige se manifeste, de uma maneira ou de outra.
E vocês constatarão, aliás, que se manifesta, muito mais facilmente, o que tem tendência a ser negativo do que tem tendência a ser positivo.
Muitos queriam ser ricos… muitos são pobres.
Muitos queriam ser saudáveis… e muitos são doentes.
Isso deverá e deveria já, atrair a vossa Atenção para a estupidez de crer nesse género de coisas.
O Eu, o Ego, a Personalidade, vai procurar, em permanência, proteger-se, antecipar, e o Mental é excelente nisso.
Ele vai, também, falar-vos de LUZ.
Ele vai, igualmente, falar-vos de Bem-Estar.
Ele vai, ainda, falar-vos de Realização.
Mas ele mente-vos.
E, sobretudo, VOCÊS NÃO SÃO ELE.
Quando vocês dizem: «eu como»… - Quem come? Vocês ou esse Corpo?
Quando vocês dizem «eu conduzo»… - Quem conduz?
Quando vocês dizem: «eu tenho um marido»… - Quem é esse «eu» que tem um marido?
- Será que esse marido está em vocês?
- Ou será que esse marido é exterior a vocês?
Compreendam que o «EU» não pode ter nada, nem ser nada.
Ele é apenas um intermediário e vocês dão todo a importância a esse intermediário.
É assim para tudo o que se manifesta no Pensamento, nas Ideias, nos Conceitos e eu vou mesmo mais longe… em tudo o que é percebido.
O próprio Princípio da Identificação vos leva à Projeção.
E a Projeção é uma Exteriorização e é, portanto, por natureza , e também por manifestação, Efémera.
Não se ocupem com isso.
***** Pergunta:- O que é que Refuta?
R:- O próprio Ego, porque para ele, a refutação parece não apresentar perigo.
Ele vai considerar isso como um Jogo.
Mas, rapidamente, ele vai-se desiludir porque, à custa de ter refutado tudo o que, até ao Presente, constituía o seu universo, ele vai dissociar-se. Ele vai capitular.
E é nesse momento que vos aparecerá por trás esse «EU», o SER.
Continuem a Refutar.
A ONDA DE VIDA aparecerá, ou não.
Deixem fazer o que se faz.
Vocês não podem conhecer o ABSOLUTO.
Em nenhum momento.
Apenas O podem viver.
Ele já está aí.
Lembrem-se que o ABSOLUTO não tem necessidade de Refutar o que quer que seja.
Ele não tem necessidade de negar o que quer que seja, já que ele é muito mais vasto, mais que o Infinito, que o Ego, que a pessoa, que o Mental, que o que é percebido ou o que é Conhecido.
Portanto, não se coloquem a pergunta de saber se é o ABSOLUTO que refuta.
O ABSOLUTO não refuta nada.
Ele não está absolutamente nada preocupado com a vossa «cena de teatro», nem mesmo com o Realizador, nem mesmo com o Iluminador, nem mesmo com o Ator, nem mesmo com aquele que olha.
Ele na verdade, não tem que fazer teatro.
Quando vocês, de algum modo, tomarem Consciência, de que não são, nem o Décor, nem a Cena, nem o Ator, nem o Espectador, nem o Teatro, o que restará?
O que Sois, além de toda a Fraude, Palhaçada.
Mas não há outra maneira, nem outra possibilidade de colocar um fim à Ilusão do Teatro.
Enquanto vocês estiverem no Teatro, vocês sofrem, quer o queiram ou não, a propósito desse Corpo, a propósito dos vossos Afetos, a propósito da vossa Fadiga ou do vosso Bem-Estar.
Se o Teatro acabar, o que é que pode sofrer?
Não há mais conteúdo.
O ABSOLUTO é, de qualquer modo, a Cura Última.
E vocês refutam esta Cura Última.
De algum modo, o «EU» e o SER são masoquistas.
E vocês sabem muito bem que, neste Mundo, de Masoquismo em Masoquismo aparece o Sadismo, o Bem e o Mal.
VOCÊS, NÃO SÃO, NEM O BEM, NEM O MAL.
Se vocês estão aqui, é porque vocês aderiram ao Bem, o vosso ou aquele do outro.
Mas o Bem é apenas construído a partir da Experiência deste Mundo.
Nenhuma Experiência deste Mundo é a Experiência do ABSOLUTO.
Porque o ABSOLUTO não será, jamais, uma Experiência.
Ele não o pode ser.
Chega um momento em que é necessário colocarem-se a pergunta das vossas próprias Experiências.
É claro que, o «EU, o SER » não quer nada, absolutamente nada, ouvir falar da Experiência.
Ele quer muito vivê-las.
Mas se esta Experiência se torna A VIDA e coloca um fim a toda a Experiência, isso vai aterrorizar o Ego e o SER, que se crê chegado.
- Em que é que vocês querem crer?
- O que é que vocês querem viver?
Mas enquanto vocês creem, vocês não vivem.
***** Pergunta:- O Observador será o Ego que avalia e que julga? Posso refutá-lo?
R:- Não. O Observador não é, em nenhum caso, o Ego.
Ele é o SER, o «EU SOU».
Tomar Consciência do Observador é já, não ser mais o Actor na cena de Teatro, num décor, mas estar sentado, confortavelmente, na poltrona e olhar.
Mas, mesmo isso, efetivamente, é Refutar.
Mas o Ego, não apela ao Observador.
Tu atribuis-lhe um Papel que ele não tem.
O Ego procura transferir-se para o SER.
De qualquer modo, é muito simples: o ABSOLUTO não é em nada, o que tu conheces.
A melhor das refutações é aquela que não procura identificar, discriminar o Décor, o Actor, o Espectador, ou o Teatro.
Então, certamente, há uma forma de dinâmica.
É mais fácil Refutar o Décor.
Em seguida, o Actor.
Em seguida, o Espectador.
E, por fim, o Teatro.
Porque é muito mais difícil Refutar, na sua totalidade, o Teatro, desde o início.
Porque o Ego, o SER, considera que há um início, e portanto, um Caminho, e portanto, uma chegada.
Há, portanto, um certo número de actos e de cenas a representar.
E isso é muito agradável, mesmo para o Observador.
A maior das Angústias ocorre quando nos apercebemos de que não somos, nem o Actor, nem o Décor, nem o Espectador, nem mesmo o Teatro no qual se desenrolava esta hipotética peça de Teatro. É uma Tragédia.
Mas, se vocês viverem o ABSOLUTO, isso não será mais uma Tragédia, mas antes uma Comédia.
Queres tu ser o Drama ou queres ser a Comédia?
Tudo se resume a isso.
***** Pergunta:- É necessário começar por Refutar as manifestações do Passado, ou as do Presente?
R:- Mas, Refutar o Passado significa que tu concedes ainda importância ao Passado.
O Passado não tem nenhuma gravidade.
Ele não é também, para Refutar, ele não existe.
Pelo contrário, a sua suposta Acção no Presente existe, se tu a colocas assim.
Portanto, o que é para Refutar, neste caso?
É tudo o que tu conheces.
O que tu conheces não é o que tu conheceste, que apenas é um peso morto.
O que está ativo no «EU» e no SER, é unicamente o que é Conhecido no Presente.
A Presença, o «EU SOU» ou o «EU SOU UM», o SER, não é, simplesmente, o Presente.
Ele é, precisamente, o que ultrapassa e transforma, largamente, este Presente.
Enquanto tu estiveres no «EU», tu estás no que se chama um Presente fraco, o mesmo é dizer que este Presente é de tal maneira débil que seria preenchido por pseudo-certezas vindas do teu Passado, da tua Educação, das tuas Vidas Passadas, dando-te a impressão de controlar esse Presente fraco.
A Meditação abre num Presente amplo, o que quer dizer que os Pensamentos não são mais tão rápidos.
Há como que uma possibilidade de Observar os seus próprios Pensamentos, as suas próprias ideias, permitindo desfazer-se deles muito facilmente, ou em todo caso, muito mais facilmente.
O Presente amplo leva à Presença, no «EU SOU».
Não te ocupes do que está morto.
O Ontem está morto.
O segundo antes está morto.
O quer que te venham dizer os teus Pensamentos, o que quer que te venham dizer os teus Medos ou os teus Sofrimentos, qualquer que seja a Causalidade do que vives hoje, tu não és, de forma alguma, uma Causalidade.
Não dês importância ao que verdadeiramente não o tem.
A refutação diz respeito à totalidade do que foi denominado o Efémero ou o Limitado.
Um instante Passado é Efémero e está morto.
-Porque é que o queres fazer viver?
O que é para Refutar é, essencialmente, o que se situa, em Princípio, nesse Presente pequeno, e em seguida, num Presente amplo.
Isso vai-te instalar no Eterno Presente que é A PRESENÇA.
Mas, enquanto deres crédito ao que quer que seja do teu Pensamento, tu colocas-te, a ti mesmo, na Lei da Acção/ Reação e no que é denominado de Carma.
O Carma diz respeito à Personalidade, Mortal e Efémera).
Jamais ao SER.
Quanto ao ABSOLUTO, ele não pode também considerar nisso uma qualquer veracidade.
***** Pergunta:- Nos meus momentos de Alinhamento, em que eu solto o que eu acredito, o que eu conheço, parece-me estar como que em suspensão e o que vem a mim é o Vazio. Na Vida de todos os dias, eu sinto o Vazio, de forma fugitiva, como a sensação que tudo me é igual e de que não tenho nada a fazer. Se eu largo o Apego à Alegria, eu não sei mesmo se o que aflora à minha Consciência me é Conhecido ou não, e isso me é igual. O que é isso?
R:- Obrigado pelo teu Testemunho, mas isso não é uma pergunta. É uma constatação.
- Agora, quem quer constatar?
Ainda uma vez, o Ego e a Personalidade procuram aproveitar-se , como uma espécie de auto-satisfação, de ter chegado a criar isso.
Aí também, vai além disso…
Não te contentes em observar um qualquer resultado, uma qualquer progressão.
Vai até ao fim.
Enquanto te mirares e te olhares a ti mesmo, o ABSOLUTO não pode nascer.
Ele já está aí.
És tu que espera que ele nasça.
Mas nada pode nascer.
Não te olhes a jogar.
Mesmo esse Jogo deve cessar.
Esquece mesmo isso.
Totalmente.
O ABSOLUTO está aí.
O SER vai sempre, vangloriar-se da maravilhosa Distância existente entre o que ele foi antes, no «EU» e o que ele se tornou.
Mas o ABSOLUTO não pode ser, nem antes, nem depois, Ele É.
Tu não és nada do que se joga.
Tu não és nada do que chegou.
E por boas razões.
Desde que haja auto-satisfação do que quer que seja, podes estar seguro que isso não é o ABSOLUTO.
Portanto, de qualquer modo, deixa cair tudo isso.
Não o constates também, isso.
***** Pergunta:- Como se faz a escolha do Acesso entre a 5ª Dimensão e a do ABSOLUTO ?
R:- Por quê? Tu tens uma escolha a fazer?
Quem é que faz a pergunta, além do Mental que procura apreender-se de uma compreensão, para melhor escolher?
Mas o Mental não pode escolher.
Isso foi largamente desenvolvido pelas Estruturas que se manifestaram (ndr: os diferentes intervenientes da Assembleia dos Anciães, das Estrelas, o Conclave Arcangélico …), através da Vibração.
Mas o ABSOLUTO está para além de toda Vibração.
Enquanto colocares a questão da escolha, existe o Mental, certamente, já que o Mental é em permanência, uma questão de escolha.
E o ABSOLUTO não pode aparecer.
O ABSOLUTO não é uma escolha.
ELE É.
A escolha é aquilo que crê ter Escolha: o Mental, a Personalidade ou o SER.
Não há nenhuma escolha para o ABSOLUTO.
A escolha é a Ilusão do Livre Arbítrio.
A Ausência de Escolha é A LIBERDADE.
Na LIBERDADE, há a GRAÇA, o Êxtase, o Prazer, no seu sentido o mais exacerbado, o mais intenso, o mais Interior.
No Livre Arbítrio, há a Gravidade, a Densidade, o Sentimento de conhecer qualquer coisa.
Mas tudo o que é Conhecido, deste ponto de vista Limitado, é apenas uma Ignorância.
Aí também, é um Teatro.
Colocares a questão da Escolha te remete para a Atividade do Mental.
Sistematicamente. Logicamente.
Enquanto tu te colocares a questão, ou que me coloques, tu não consegues deixar emergir, de qualquer modo, a resposta.
Ela fica enterrada e o ABSOLUTO parece desaparecer ou, em todo caso, afastar-se.
Que não é ele que se afasta, mas és tu que te afastas.
***** Pergunta:- A ONDA DE VIDA aqueceu-me uma parte da noite. Eu aproximei-me do ABSOLUTO?
R:- A ONDA DE VIDA é, de qualquer modo, o Testemunho e o Marcador de qualquer coisa que acontece, e que sempre esteve aí, que é efetivamente, o ABSOLUTO.
É A ONDA DE VIDA que proporciona, se o podemos dizer, o Estado de Êxtase, o fim do questionar.
E, efetivamente, do ponto de vista do SER, a instalação no «NÃO-EU SOU», no «NÃO-SER», no ABSOLUTO.
Há, portanto, que simplesmente, deixar agir, deixar fazer, nada dirigir e, a um dado momento, espontaneamente, no SER, muito naturalmente, A ONDA DE VIDA tornar-se-á o que TU ÉS.
Nesse momento, nenhum limite e nenhum fim inscritos nesse Corpo, nessa pessoa e nesses Pensamentos, será vivido como real.
Tu serás ABSOLUTO.
O mais assustador, mas que é, ao mesmo tempo, o mais simples, nesta fase, esta última fase antes da Ausência de fase, é precisamente aceitar nada mais fazer, aceitar nada mais olhar, a fim de que A ONDA DE VIDA, se assim o podemos dizer, se apodere de ti.
Porque és tu que reages à ONDA DE VIDA.
Ela, ela sempre esteve aí.
Sem isso, não haveria nenhuma Vida.
É necessário, portanto, inverter a noção do sentido de movimento:
Não és tu que vives a ONDA DE VIDA, mas A ONDA DE VIDA que te vive. - Isso mudará tudo.
Como vos disseram os Anciães, permanecem Tranquilos e em Paz.
Se tu te colocas, um pouco, na poltrona do espectador, tu vais constatar que o que se desenrola, sobre a Cena, muda o Actor.
E tu vais constatar, também, que o Espectador começa a ver apagar-se a Cena, o Décor e o Actor até se perguntar, também, se ele está sentado e se existe um Teatro.
Quando esta última questão cessar, o Teatro desaparece.
Poderíamos dizer, de qualquer modo:
Quando A ONDA DE VIDA trabalha, não trabalhes, não te ocupes com isso. Não a refutes, certamente, mas vái além disso.
***** Pergunta:- Há um inconveniente para o «Eu», de entreter ainda o Mental numa atividade profissional, mesmo reduzida?
R:- Absolutamente não. Não existe nenhum obstáculo ao ABSOLUTO.
Servir-se do Mental numa Atividade Mental parece-me lógico e normal.
O que é ilógico e anormal, é quando o Mental intervém no que não lhe diz respeito.
O Mental não pode ser um obstáculo ao ABSOLUTO.
O que quer que ele faça, na vulgaridade do que tem que fazer esse Corpo e das ocupações desse EU, nenhum desconforto pode nascer.
O único desconforto que pode ser concebido é o que elabora o «EU», ele próprio, para se justificar.
Isto apenas é uma a justificação que não tem nenhum sentido.
O ABSOLUTO não tem o que fazer do Mental e das suas Atividades.
Portanto, crer que o Mental vai ser um obstáculo ao ABSOLUTO é, aí também, um Jogo do Mental.
***** Pergunta:- Poder-nos-ia desenvolver sobre a frase: «tu não podes apropriar-te do que tu És»?
R:- Efetivamente, tudo o que é projetado, portanto o «EU» e, na maioria das vezes, o SER, não pode se contemplar a si mesmo.
- Podes tu ver-te sem a ajuda de um espelho?
Os olhos não estão virados para o interior.
Portanto, tu não te podes ver, sem a ajuda de um espelho.
O conjunto dos outros «EU», o conjunto dos Décors e o conjunto dos Teatros, apenas são Décors e Espelhos.
Tu não te podes ver através de outra coisa além de um espelho.
Mas nenhum espelho é real.
Do ponto de vista onde tu estás, tu não te podes apropriar do que quer que seja.
O ABSOLUTO é natural.
Ele é esse Último.
Enquanto o Limitado acreditar que ele se pode apropriar do que quer que seja, ele está na Atração.
Se eu puder empregar esta imagem: tu apenas te podes transladar, transcendendo, da Imagem ao Verdadeiro ou ao ABSOLUTO.
Mas tu não te podes ver a ti mesmo, porque tudo o que é visto permanecerá circunscrito num dado contexto de referências, às suposições dadas, aos referenciamentos dados, relativamente à Experiência passada que é Morte.
O Desconhecido não pode ser Conhecido a partir do Conhecido.
O Conhecido será, sempre, um espelho, um espelho de fantasia.
O que significa dizer que há, sempre, a necessidade de se mirar e de se admirar.
É o Jogo do Ego e do SER.
É quando cessa o Jogo de Projeções, isto é, quando não há nada a ver, nada a mirar ou a admirar, quando já não há nenhum lugar para o «EU» e para O SER, que se encontrará o ABSOLUTO.
Resumindo, tu não podes encontrar o ABSOLUTO.
Tu não podes também, procura-lo, nem compreendê-lo.
Enquanto o Ego não o compreender, pode-se ver repetir esta frase milhares de vezes, se não for milhões de vezes, ele não o vê, ele não o entende, porque ele tem necessidade de compreender.
Porque ele tem necessidade de se referir a um Conhecido.
Resumindo: o Conhecido não quer largar o Conhecido.
É todo o Drama do Ego.
É todo o Drama da pessoa que se acredita, uma pessoa.
Nenhum resultado é possível neste contexto.
Mas, no entanto, é neste conjuntura que tu te fechas, que o Mundo te aprisiona.
***** Pergunta:- Existem preferências ou afinidades no ABSOLUTO?
R:- Enquanto ele permanecer um ABSOLUTO, no seio de um relativo, isto é, que enquanto esse Corpo estiver Presente, qualquer que seja a Vida, as preferências vão permanecer.
Tu preferes um tal sabor mais do que outro.
Mas isso não és tu que preferes, é esse Corpo.
Então, deixa essas preferências evoluírem como elas evoluem.
Elas apenas fazem senão traduzir a Acção do Princípio Vital em ti.
Isso diz respeito tanto aos alimentos como às preferências, quaisquer que elas sejam, de Amizade ou de Amor, mesmo Pessoais.
Mas não te ocupes disso.
É apenas quando a Forma se termina, quando o ABSOLUTO encontra, eu diria, a sua Equanimidade e a sua Permanência em todas as coisas.
O Olhar, enquanto estiveres ainda, num Limitado, será sempre colorido por esse Limitado.
Mas tu sabes que é apenas uma coloração e que isso não tem mais sentido que o de preferir a couve-flor à cenoura.
Isso é apenas uma forma diferente, um arranjo diferente, de Cores, de Sabores, de Moléculas e de Átomos, mas isso apenas é qualquer coisa que entra na tua Forma.
É uma diferença de apreciação, como tu o disseste, mas que não muda absolutamente nada no ABSOLUTO.
Esse Corpo de comida tem necessidade de alimento, qualquer que seja o alimento.
Definitivamente, qual é a importância?
***** Pergunta:- E sobre as Emoções?
R:- Uma Emoção pertence à Acção/ Reação.
Ela está inscrita no Carma e, portanto, qualquer que seja a Emoção, mesmo a mais elevada, apenas ficará, definitivamente, dentro do que é denominado de Astral, o mesmo é dizer, no Corpo de Desejo.
O Corpo de Desejo é Efémero.
Nenhuma Emoção pode conduzir-te ao ABSOLUTO, mesmo que tu o pensas e o creias.
Tudo separa estes dois Mundos.
Absolutamente tudo.
A Emoção vai criar uma «Aspiração para o belo», para «a Vontade de melhorar qualquer coisa».
Uma música que te emociona é apenas a tradução da existência de uma Personalidade.
É necessário estar Consciente disso.
O que não quer dizer que seja necessário suprimir as Emoções porque, como para o Mental, elas estão lá.
É mais agradável ver qualquer coisa de Belo, do que qualquer coisa de Feio.
Segundo os critérios da pessoa, as Emoções não são as mesmas.
Mas isso não diz respeito, em nada, ao ABSOLUTO.
Fazer da Emoção um apoio para uma qualquer Evolução ou para uma qualquer Transcendência é uma Mentira.
Nenhuma Emoção pode conduzir ao ABSOLUTO.
Jamais.
Da mesma maneira que o Mental não deve ser mais um obstáculo, a Emoção é um obstáculo ao ABSOLUTO.
A Emoção é uma imitação da LUZ.
A Emoção é uma cópia, má cópia, do AMOR.
A Emoção pode criar um estremecimento mas que não é, em nada, o estremecimento do Êxtase.
Mais uma vez, é uma Imitação.
É este Princípio de Imitação também, que foi implantado pelas Religiões, pelas Espiritualidades.
O ABSOLUTO não será, jamais, uma Emoção.
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