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BIDI – 2012.04.08 – 2
***** Pergunta:- O que é que freia, para passar, simplesmente, do SER ao ABSOLUTO?
R:- O próprio SER.
O que é que pode frear, além do SER ou do Ego?
O Ego não pode conhecer o Desconhecido.
Ele não pode vivê-lo, ele não pode conceituá-lo, ele não pode percebê-lo, ele não pode vislumbrá-lo.
Quanto ao SER, ele é uma Contemplação.
E esse Estado de contemplação, frequentemente, foi vivido como uma finalidade, como uma Conclusão.
Conceber o SER como uma Conclusão e uma Finalidade é o freio.
A Resistência ao ÚLTIMO é, em definitivo, apenas isso.
E isso é, evidentemente, subentendido através do Medo: Medo do Desconhecido, Medo do que não existe, para aquele que está no Finito e na Experiência do SER.
Esse Medo não pode ser combatido e, geralmente, ele não pode também, ser visto nem integrado.
É apenas num Acto de rendição total, de capitulação total, que a Transcendência se faz.
O facto de não existir Ponte, de um Estado ao ÚLTIMO, é, certamente, o Elemento, o mais traumatizante e o mais insatisfatório, tanto para o Ego como para o SER.
O paradoxo do Ego e do SER, sendo ao mesmo tempo Limitados e Efémeros, é de se considerarem, ambos, como Eternos.
Há uma busca de Permanência, uma busca de ETERNIDADE, que não poderá, é claro, jamais, chegar ao Eu ou ao SER.
O ABSOLUTO e o ÚLTIMO não podem coexistir, de nenhuma maneira, com isso, dado que é a própria Negação do ABSOLUTO.
É necessário, de algum modo, reconsiderar e recolocar o próprio Ego ou o próprio SER no que eles São e no que eles não serão, jamais.
Esse exercício não é uma prática – nem Mental, nem Espiritual, mas efetivamente, uma Evidência que é necessário iluminar, de maneira Lógica e total.
Eu repito-o, também, para esta questão: nada do que te é Conhecido ou Cognoscível conduzir-te-á ao ABSOLUTO, nem releva do ABSOLUTO.
A Aceitação, para o Ego ou o SER, do NEANT, do Desaparecimento, é a preliminar indispensável para A ONDA DE VIDA, Testemunho do ABSOLUTO.
Há, portanto, um conjunto de procedimentos, situados no Finito, que consiste, precisamente, em ver o que é Finito, a fim de ali não aderir, de maneira alguma, não tornar pesado o que já é um peso, a não, de algum modo alimentá-lo.
O mais frequente, por essa Forma de investigação extremamente Lógica na qual vocês definem, por vós mesmos, o que vos é Cognoscível ou o que vos é Conhecido, essa investigação conduzirá, necessária e muito logicamente, ao ponto de Oscilação.
E, portanto, o ABSOLUTO revelar-se-á a vocês.
É claro, isso não vai passar sem algumas Manifestações de Cólera, de Tristeza, de Alegria, de Perturbações, Interiores ou Exteriores, mas reconheçam que o que se manifesta, nesse momento, é, também, Limitado e Conhecido.
Lembrem-se, e lembra-te, de que não há objetivo, de que não há também, Caminho .
Há apenas A VERDADE, nua, sem apoio, sem amarras, sem outra coisa além do próprio SER: A VERDADE, Não-Condicionada, Não-Condicionante.
O ABSOLUTO, do ponto de vista da imagem que pode dar dele o Ego ou o SER, é AMOR e LUZ, e VIBRAÇÃO.
AMOR, LUZ e VIBRAÇÃO são o que aparece no Ego, revelando-se o SER.
Mas tudo isso tornar-se-á Supérfluo, mesmo que isso seja vivido, e deverá ser considerado como tal.
Mesmo os Processos os mais violentos da própria Consciência Ilusão, como o Despertar do Canal do Éter ou da Kundalini, em definitivo e no ÚLTIMO, apenas representam um espetáculo, apenas uma Representação, apenas uma Ilusão a mais.
Restar-vos-á, então, reencontrar, reencontrarem-se, no Não-SER, na Não- Consciência, no que vocês podem denominar, do ponto de vista do Ego, O NEANT, que se revelará ABSOLUTO e ÚLTIMO.
Mas não há nenhum Caminho, nenhum objetivo.
Somente o SER crê nisso, só o SER estruturou um certo número de Ensinamentos.
O ABSOLUTO não conhece nenhum Ensinamento, nenhum Aprisionamento, nenhum Limite e nenhuma possibilidade de Estrutura.
Mesmo a Forma desse Corpo é vivida pelo que ela é: uma Ilusão Consciência Efémera e, no entanto, aceite.
Mas vista tal como ela é.
A Liberdade não tem preço, e não é um preço.
A Liberdade não é, tampouco, um Estado.
O ABSOLUTO é a única Liberdade, bem além de um Estado, bem além de uma Etapa.
Examinem tudo o que é Limitante, tudo o que é condição.
Examinem tudo o que é Relação e, mesmo, Comunicação.
Examinem o que vocês denominam AMOR e LUZ, do lado da “pessoa” ou do SER, e refutem tudo isso.
O ABSOLUTO não está ali.
Mas o AMOR e a LUZ são, é claro, e evidentemente, a tradução do ABSOLUTO, aqui e algures, mas não o AMOR e a LUZ vistos pela “pessoa”, ou vistos pelo SER, mas, efetivamente, na Essência e na própria Natureza do que É o ABSOLUTO.
Nada há a compreender, nada há a apreender, nada que possa ter-se, porque, por Essência, Efémero.
Saiam de toda ideia, de toda bagagem espiritual, deixem-nas onde elas estão: no SER ou na Personalidade.
Vocês têm que Ser o Não-Ser, apenas isso.
Nesse Momento, nesse Instante, a Oscilação far-se-á, sem nenhuma participação da vossa parte.
Porque é o tempo.
***** Pergunta:- Eu tenho Consciência de que o Mental mantém o Ego em perfusão e, quando esse Mental se retira, é o Sono que se instala ou um Estado de Semi-Consciência. O Casamento Místico é facilitado por esse Estado de Sono?
R:- Sim.
A partir do Instante em que te parece afundar ou partir no que denominas Sono, tu jamais estiveste tão próximo do ABSOLUTO, porque o Sono é, de algum modo, no Limitado, o desaparecimento do Mundo e o desaparecimento do Consciente.
Mas um Sono no qual não existiria Sonho.
O Sono é, portanto, a Manifestação, no Limitado, de uma Forma próxima do Sem-Forma, do ABSOLUTO.
Tudo o que reduz o Mental, tudo o que não luta contra ele, mas faz-lhe ver a sua própria presunção, é útil.
Mas não façam disso uma finalidade.
A Meditação é apenas destinada a ser o Observador do vosso próprio Mental, fazendo-vos tomar uma espécie de Distância em relação a ele.
Isso, evidentemente, não é suficiente para o ABSOLUTO, mas poderia fazer parte das condições prévias para que o ABSOLUTO se revele a vocês.
Se o Mental desaparece, sem Sono, total e inteiramente, então, A ONDA DE VIDA nasce.
O Medo, as Dúvidas que estão inscritos no complexo Emocional e Mental manifestar-se-ão, mas, devido, mesmo, ao adormecimento do Mental e da Consciência, isso poderá ser vivido muito mais fácil e simplesmente.
É importante que as questões que vocês se colocam, ou que me colocaram, tenham uma resposta.
Não, eu repito, para satisfazer um nenhuma Ego, mas, efetivamente, para restituir-vos à lucidez e à estupidez de vocês mesmos, porque nada há de mais estúpido do que algo ou uma Consciência que se acredita bem-sucedida no Limitado.
A Consciência tem necessidade de Limites.
A Consciência, mesmo dita Ilimitada, Não-Separativa, da Realização, conhece o seu próprio Limite, através do seu próprio desaparecimento e sua própria inscrição no Corpo.
O ABSOLUTO desinscreve-vos do Corpo e inscreve-vos não importa em que Realidade.
Vocês não são mais tributários de uma qualquer Forma.
Vocês não são mais assimilados e assimiláveis a uma “pessoa” ou a um SER.
O que há de melhor, para representar-se isso, que o Estado de adormecimento ou de Sono?
O Sono, que é representado, pelo Ego, como a Ignorância, é para o ABSOLUTO, a aproximação do verdadeiro Conhecimento, que coloca um fim à Ignorância.
Essas palavras que eu emprego podem, de momento, apresentar-se sem Sentido, sem Lógica, mas elas imprimem, em vocês, a sua ABSOLUTA VERDADE, e o ÚLTIMO.
***** Pergunta:- Tenho, sempre, muitas questões em mim. Hoje, não me vem nenhuma e, no entanto, estou certa de que sempre esperei por este momento. É o Medo? Pode ajudar-me?
R:- Em que é que tu terias necessidade de uma qualquer ajuda?
Não existe nenhum Salvador e nenhuma Ajuda.
O ABSOLUTO pode aparecer, de algum modo, re-aparecer, dado que ele jamais desapareceu, a partir do Instante em que cessa toda a questão, toda a atividade.
Se vocês fossem capazes de parar o Ego, se é que se possa empregar essa expressão, durante dez segundos, o ABSOLUTO estaria aí.
O que subentende, evidentemente, que vocês jamais puderam parar o Ego.
Vocês podem Transformá-lo, e viver o SER.
O SER, que pode representar, de algum modo, uma conclusão do Ego, mas que, como eu o disse no meu preâmbulo, não vos permitirá, jamais, ser ABSOLUTO.
O próprio Abandono do SER é a última possibilidade, e a única possibilidade.
No próprio Abandono do SER há a Oscilação, há o ABSOLUTO que vos encontra.
É necessário, portanto, passar do «EU SOU», ou do SER, ao «NÃO-SOU» e ao «NÃO-SER».
Se não há questão é porque resta, em ti, a única questão: - Eu tenho Medo?
A Ausência de questão, é claro, no Ego e na “pessoa”, não é o fim do questionamento, mas, bem mais, a dificuldade de se colocar a última questão, que é aquela do seu próprio desaparecimento como Ego ou como SER.
E isso realiza-se sozinho, alcançando A CRUCIFICAÇÃO e A RESSURREIÇÃO.
É necessário, aí também, Aquiescer, do mesmo modo que, quando a Forma toma um fim, e isso é anunciado, vocês devem, também, passar por algumas Etapas.
Apenas quando da última Etapa, que é a Aceitação, é que há, realmente, Capitulação e Rendição do Ego e do SER.
E é nesse momento que A LIBERDADE aparece, e que a LIBERTAÇÃO re-aparece.
Não há alternativa, não há outra possibilidade além dessa.
REALIZAR O ABSOLUTO é, portanto, além de toda a Realização, além de toda a Consciencialização é, portanto, Transcender, do Efémero ao Eterno, da Forma ao Sem-Forma, do Limitado ao Ilimitado.
Não é, simplesmente, uma Revolução, não é, unicamente, uma Transformação, não é, tampouco, uma Finalidade, mas o ÚLTIMO.
O ÚLTIMO revela-se apenas quando tudo o resto, tudo o que é Conhecido, tudo o que vos é Conhecido como Experiência, como, o próprio Conhecimento ou Crença, se resolve por si mesmo, no que o Ego chama “O NEANT”.
Esse algo não pode ser procurado porque, assim que ele é procurado, ele foge.
Ele pode apenas ser encontrado na Evidência de uma não-procura, que coloca um fim à busca absurda, do que É, além de toda a Projeção, de toda a Consciência, de todo o Mundo, de toda a História.
Há, para quem está Consciente, a possibilidade de viver isso como um abismo sem fim, o que foi denominado, o momento em que A ONDA DE VIDA vem colocar um fim às Dúvidas e aos Medos, inscritos no que são denominados Chacras.
Mas não são vocês que o realizam, não são vocês que trabalham.
É A ONDA DE VIDA que trabalha, Testemunho do ABSOLUTO e Marcador do ABSOLUTO.
É a partir do Instante em que vocês aceitam não mais controlar, não mais dominar, não mais dirigir que A ONDA DE VIDA e o ABSOLUTO tomam, de algum modo, o controle, a direção da Vida.
Vocês não podem fazer de forma diferente.
Vocês não podem pretender conhecer o que quer que seja disso.
Há, através disso, um convite para o viver.
Esse convite para a Transcendência é, muito exatamente, o que se produz em vocês.
É necessário banir do vosso vocabulário, como de toda a Acção, a Culpa, os Limites, as Condições e, é claro, as Questões.
E é aí que eu quero chegar, para ti:
«FELIZES OS SIMPLES DE ESPÍRITO», porque a Ausência de questões conduz a isso.
***** Pergunta:- Porque é que não tenho nenhuma pergunta a fazer?
R:- Então, escuta o teu próprio Silêncio e, no Espaço desse Silêncio, onde não existe nenhuma questão e nenhuma resposta, se estabeleça a ressonância do que é denominado «de Coração a Coração», bem além da localização de teu Coração e de meu Coração, que é o Coração como Centro: Espaço e Tempo onde se estabelece A VERDADE, bem além do Ego e da “pessoa”, bem além do SER.
Espaço de Silêncio no qual não existe nenhuma Reivindicação e nenhuma Justificação.
Nesse momento, pode surgir o que deve acontecer.
Agora ou depois, na perspectiva temporal do Ego, inscreve-se, no teu Coração e no meu Centro, o Silêncio, a Ausência de questão e o abrasamento dos teus Sentidos que te conduzem à tua Essência e à Natureza.
Silêncio.
A questão pode ser considerada como Ausência de Silêncio.
Toda a questão, como toda a resposta, nas nossas conversas, que eu denominaria, se vocês efetivamente o quiserem, entre vocês e eu.
Porque nada existe entre, nenhuma Distância, nada existe nada que se mantenha.
As questões, como as respostas, mantêm um Espaço.
Esse Espaço, em si mesmo, nada é, mas ele é, também, Ondas que, além desse Mundo, são um Sinal.
O Silêncio É, de algum modo, o Sinal da Resolução.
Ele é preparação, como o Sono, a partir do Instante em que não é preenchido por nada mais, nem Desejo, nem Projeção.
Então, sim, ele é Preparação, ele também.
***** Pergunta:- quando se tem ainda uma Personalidade, portanto, quando se está também sujeito à Doença, à tristeza. Nesse caso, podemo-nos programar e entrar no ABSOLUTO ou isso não é possível?
R:- - Quem está sujeito? -A “pessoa”.
Enquanto houver consideração, desse modo, na Crença numa Doença, quem está doente?
O ABSOLUTO nada conhece de tudo isso.
Enquanto a Consciência atribuir crédito a uma qualquer perturbação da “pessoa” , denominada de Doença, Alegria ou Dor, vocês consideram, portanto, e essa “pessoa” considera, que ela está inscrita numa Linearidade,
Nada pode representar um obstáculo ao ABSOLUTO, além de vós mesmo.
Essa questão denota um comportamento, de Natureza ilusória, de Adesão aos seus próprios Limites, aos seus próprios Condicionamentos.
- Como é que se pode aderir aos seus próprios Condicionamentos, efetivamente, e conceber, ainda, que o ABSOLUTO possa existir?
As proposições dessa questão denotam uma Vontade de compreender o incompreensível, de apropriar-se do ABSOLUTO.
Isso não será jamais, jamais realizável.
Enquanto não houver Rendição, enquanto o Ego quiser compreender, enquanto o Ego acreditar que está doente, que existe um Nascimento, que existe uma Morte, ele próprio inscreve-se, de maneira formal e veemente, nos seus próprios Limites, nos seus próprios Condicionamentos, e na sua própria estupidez.
Não se pode vislumbrar uma Realidade qualquer no Nascimento e na Morte.
Não se pode vislumbrar uma qualquer densidade na Doença e no Sofrimento, a não ser colocando-se, a si mesmo, nos seus próprios Limites e reforçando-os, a si mesmos, ou seja, fechando a porta duas vezes.
Não há lugar algum para o ABSOLUTO nisso.
A prisão está fechada.
Acreditar que o que é Efémero, como uma “pessoa”, nas suas alegrias, como nas suas dores, na Doença, como na Morte, vai poder libertar-se disso, é a estupidez a mais total.
Só o Ego é estúpido.
Querer resolver, querer sair da prisão permanecendo na prisão é, verdadeiramente, ilógico.
Vocês não são nem essa prisão, nem esse Corpo, nem essa Doença, nem esse Nascimento, nem essa Morte.
Enquanto vocês colocarem essa equação, vocês giram em círculo e não saem jamais, disso.
- Vocês querem, aliás, sair disso? - Aí está a questão!
Seguramente, não.
O que quer que vocês digam, o que quer que declamem, o que quer que reivindiquem, vocês inscrevem-se, através dessa questão, no Ego e na persistência do Ego, o que é igualmente ilusório, dado que o Ego não tem nenhuma persistência.
Mas não é um paradoxo.
O ABSOLUTO não é, em nenhum caso, uma reflexão, não é, em nenhum caso, uma compreensão, pelo Ego ou pelo SER.
O ABSOLUTO É.
Vocês não podem ter nenhuma pretensão ao ABSOLUTO, porque ELE É.
Mas, enquanto vocês não fizerem calar o Ego, sem forçá-lo, mas, simplesmente, refutando-o, vocês não estão na Lógica da Vida, mas vocês estão na Lógica da Negação da Vida.
Vocês estão presentes numa Ilusão chamada de Corpo, vocês estão presentes numa sucessão de vidas a que chamam de Reencarnação.
Vocês aí estão desde Tempos imemoráveis.
Vocês jamais saíram disso?
Vocês querem sair disso?
Reflitam: onde está a Lógica?
Vocês querem apreender-se do inapreensível!
Vocês querem apropriar-se do que Sois!
Isso é absurdo, totalmente absurdo!
Vocês dão importância e densidade ao vosso próprio Efémero, reivindicando a ETERNIDADE!
Isso não pode funcionar desse modo!
- O que é que vocês procuram?
Nada há a procurar!
O que vocês perseguem?
Nada há a perseguir, nem a seguir!
Parem, parem-se, assuma-se e abandonem-se!
O Milagre da Vida está aí.
Independentemente de vocês e… felizmente!
Para além de toda a História e de toda a condição.
O Ego representa um conjunto de Reivindicações e quer colocar as suas condições.
O que é impossível !
***** Pergunta:- Tenho um extremo Medo da noção de NEANT e a ideia de desaparecer aterroriza-me. Como posso desembaraçar-me desse Medo, porque, ao mesmo tempo, sou muito atraída pela noção de ABSOLUTO, mas é, ainda, muito intelectual. Como me desfazer dessa rejeição do que eu Sou, verdadeiramente?
R:- Nada há a rejeitar.
Há uma incompreensão.
Refutar não é rejeitar, mas, precisamente, tudo aceitar.
Há uma incompreensão Intelectual e Mental, total.
O Ego atua para não compreender, porque ele quer apropriar-se dessa noção de NEANT.
Não há nada que desapareça.
Há, bem mais, o que aparece.
Só o Ego acredita nisso.
Esse Medo é segregado e tu dás importância a esse Medo.
Deleitas-te, portanto, de algum modo, no teu próprio jogo, reivindicando a Sedução do ABSOLUTO, mas mantendo, com isso, a tua NEGAÇÃO DO ABSOLUTO.
Dizes bem, que desaparecerá um dia, quer queiras ou não.
Tu és falível e és Efémera.
Se te colocas no Ego, apenas pode aparecer o Medo.
O Ego, que se crê infalível e imortal, é falível e mortal.
- Não é risível e, ao mesmo tempo, patético?
Nada há de permanente no que acreditas: Apenas há o Efémero, apenas há o ilógico.
E tu quererias apoiar-te nisso para superar algo?
É rigorosamente impossível.
Morre a ti mesma.
Considera o teu aspecto Efémero, aceita-o, na sua totalidade.
Aceitar a condição Efémera do Ego é o único modo de ali chegar.
A UNIDADE e, consequentemente o ABSOLUTO e ÚLTIMO, não podem existir enquanto o Ego jogar esse gênero de Jogo, porque tu não existes antes do teu Nascimento e não existes após a tua Morte.
Como é que tu também podes pensar que nisso, podes vislumbrar viver o ABSOLUTO, dado que te inscreves, a ti mesma, no teu próprio Desaparecimento e no teu próprio Medo de Desaparecer?
Então eu, efetivamente, falei de Aparecimento, e não de Desaparecimento.
O Ego inverte e reverte tudo. - Aí está o seu problema.
Mas tu não podes lutar contra isso: podes apenas rir-te disso, ou seja, colocar uma Distância e não uma Rejeição, porque isso é e faz parte do que vives.
Mas isso não é a Vida.
Aceitar isso é, já, ríres-te de ti e ríres-te do teu Ego.
Não lhe dar mais importância do que ele não tem, não lhe atribuir crédito e, sobretudo, não acreditar nele.
Sobretudo, quando ele te afirma que vais encontrar ou és atraída pelo ABSOLUTO.
Não se pode ser atraído pelo que se É, é apenas o Ego que te faz crer nisso.
Convém, portanto, mudar de Olhar, mudar de Estratégia e não crer em tudo o que te diz o teu Ego, porque ele fará tudo o que está nos seus meios, e ele sabe que tem toda a potência para o fazer, para afastar-te do que ÉS.
Ele não te será de nenhuma recurso, nem de nenhuma utilidade, para o ABSOLUTO.
Não podes, portanto, vislumbrar, de maneira alguma, encontrar uma qualquer solução enquanto permaneceres aí onde estás.
Apenas tu é que pode aceitar e aprovar a estupidez do teu Ego, sem, contudo, rejeitá-lo.
Vê-lo, Observá-lo não é rejeitá-lo.
Simplesmente compreendê-lo e talvez, domesticá-lo e, sobretudo, não forçá-lo, porque ele voltará a propor, sempre, o Medo do ABSOLUTO, considerado, para ele, como NEANT.
***** Pergunta:- porque é que ser Tudo e Nada é tão difícil e tão fácil, ao mesmo tempo?
R:- Se esse é o caso, realmente, na tua vivência, então, não me coloque a questão e não te coloque a questão.
Porque, se essa questão emerge, se isso é ao mesmo tempo, tão simples e se isso não é, unicamente, uma afirmação Mental, então, não haveria essa questão.
Portanto, essa questão apenas faz traduzir o jogo do teu próprio Mental entre O TUDO e O NADA.
Podes discorrer do ABSOLUTO até à exaustão, poderias escrever uma enciclopédia, isso não é, significa contudo, que o viverás, porque tu não podes dar Testemunho Mental do ABSOLUTO.
Apenas podes descrever dele os Efeitos, os Sintomas que ele propicia nessa Forma.
Todos aqueles que viveram o ABSOLUTO empregaram a mesma Linguagem:
A LINGUAGEM DO AMOR, DA LIBERDADE, A LINGUAGEM DA ONDA DE VIDA.
Colocar a questão do TUDO e do NADA, que é tão simples e tão difícil, é apenas uma Forma de Aceitação ou de Acepção Mental de uma interrogação que continua nesse nível.
Isso é simples, mas torna-se extremamente complicado, logo que o Mental enreda-se nisso, porque ele emaranhar-se-á, necessariamente, nos teus próprios Raciocínios e não poderá, jamais, sair disso, porque o ABSOLUTO não é nenhum Raciocínio, ELE É apenas Lógico e Simples.
É Lógico e Simples, que o que também te permite, expressares-te é, efetivamente, esse Corpo, essa língua, essa boca.
Terá ela numa qualquer existência além do Nascimento e de tua Morte?
Reflete nisso.
- Será que poderias colocar essa pergunta, estando morta?
- Que questão poderia emergir do Sono ou da Morte?
O TUDO e O NADA continuam conceito Mental, que são as duas extremidades do teu próprio Limite.
O TUDO não é o ABSOLUTO, caso contrário, ele se chamaria O TUDO.
Assimilaste, de modo perigoso, O TUDO e O NADA, ao ABSOLUTO, porque isso agrada ao teu Mental, que se abastece, assim, de um álibi e de um pretexto de interrogação ao nível Mental.
Mas, enquanto permaneceres nesse Limite do TUDO e do NADA, é como se continuasses no Limite do Bem e do Mal.
Essa equação é insolúvel no Mundo da Acção e da Reação.
Não podes resolver essa equação ao nível em que estás situada.
O BEM e O MAL, O TUDO e O NADA podem ser expressos através de Noções Filosóficas, Morais ou outras, mas permanecem no interior do contexto.
A Personalidade apenas pode conhecer a Personalidade.
Ela pode dela descrever todas as Engrenagens, todos os Mecanismos, mas, conhecer os Mecanismos e as Engrenagens não permitirá jamais, escapar do Mecanismo e da Engrenagem.
Reflete nisso.
O próprio intitulado, da tua questão reforça os teus próprios Limites e os teus próprios Freios.
Colocas-te, de algum modo e em definitivo, num Limite que eu chamaria de Mental, inscrito na sua Lógica de BEM e de MAL, de TUDO e de NADA.
Esse Mental espera dominar, controlar, reduzir, de algum modo, o ABSOLUTO ao seu próprio alcance.
Mas, eu repito:
Não é o teu Mental que vai encontrar o ABSOLUTO, é o ABSOLUTO que vai dissolver teu Mental, a partir do Instante em que aceitares capitular, ou seja, perder a cabeça.
Aquele que tem Medo da Loucura apenas faz refletira sua própria Loucura.
Aquele que tem Medo do Vazio apenas faz refletir o seu próprio Vazio.
É uma questão de Projeção ou, se preferes, de “fantasma”, que apenas tem Realidade na Personalidade, e que vem reforçar a Personalidade.
E isso é sem fim.
Reflete nisso.
***** Pergunta:- Acontece-me ainda, ser desestabilizada após ter sido espontânea ou na Simplicidade, constatando que a pessoa não me compreendeu ou compreendeu exatamente o inverso do que eu pensava ter dito. Perco, então todos os meus meios, sigo cada vez menos claramente nas minhas explicações, tomada pelo Medo de passar por depreciada. Continuo, apesar de tudo, a deixar-me ir para a Espontaneidade e Simplicidade e, depois de algum tempo, faço de modo a não mais me justificar sobre o momento, mas depois. Como encontrar o que não funciona no meu modo de ser Espontânea?
R:- Quem tem necessidade de ser justificado, no exterior de si?
-Quem quer ser compreendido, tal como se expressou?
Tu és responsável pelo que expressas, mas não és, de modo algum, responsável pelo que é compreendido.
Enquanto fixares uma importância ao que é compreendido, tu estás numa Projeção e, portanto, numa necessidade de Aprovação ou numa necessidade de Recompensa.
- O que é que, em ti, tem necessidade de Recompensa, de Aprovação e de Reconhecimento?
- O que é que, em ti, é ferido pela Ausência de Reconhecimento, além do Ego?
- O Ego que tem necessidade de ser Reconhecido como válido.
- Mas será que um Ego pode validar outro Ego, quer ele o tenha compreendido ou não?
Enquanto te mirares no Olhar do Outro, através de uma Compreensão, o outro, que apenas é um Ego como tu, nenhum Ego pode tranquilizar-te, nem o teu, nem aquele do Outro.
Essa equação não pode ser resolvida, porque o Ego estará sempre, insatisfeito.
Aí também, ele faz-te crer que podes chegar a uma Perfeição.
É impossível.
E, quanto muito, haveria o Sentimento de uma Perfeição, Perfeição essa que não te faria, de modo algum, sair do teu próprio Ego.
Isso reforçá-lo-ia porque, nesse momento, haveria o Reconhecimento, haveria Recompensa e haveria Afastamento do ABSOLUTO.
Portanto, a forma de chegar a isso não é, certamente, um Conselho que eu poderia dar-te.
Mas, efetivamente, se eu puder dar-te um Conselho, é:
Não te prendas mais a isso, porque te fechas, em ti mesma numa Relação, e essa Relação é uma Relação de Distância.
Há, através do que colocas, a necessidade de Reconhecimento, mas além disso, a necessidade de ser Reconhecida e ainda além, a necessidade de Empatia, que não será jamais, A FUSÃO DO ABSOLUTO, e, ainda menos, A UNIÃO MÍSTICA.
Enquanto não tiveres rejeitado, e eu falo aí, de Rejeição, e não de Refutação, esse mecanismo de funcionamento, nem o SER, nem o ABSOLUTO poderão aparecer.
Tu vislumbras A Perfeição no Conhecido.
Nenhum Conhecido pode ser Perfeito, porque ele é Efémero.
E a Perfeição não pode pertencer, de modo algum, a um Efémero.
Ela pode dar um sentimento, o sentimento de algo que foi realizado, perfeitamente, como numa Relação, como o facto de ser Compreendido no que foi expressado.
Eu repito-te:
Tu és Responsável pelo que expressas, mas não és Responsável pelo que é compreendido.
Assim crias, tu mesma, as próprias circunstâncias de tua própria ferida e, ao invés de fechar a ferida, tu reabre-la a cada vez.
Eu esclareço, contudo, que o ABSOLUTO não se importa com esse Jogo.
Mas, enquanto jogares isso, através dessa necessidade de Reconhecimento, dessa necessidade de Ser Reconhecida, colocas-te, incansavelmente, sob a esfera do Ego, porque o ABSOLUTO não tem necessidade de ser Reconhecido.
Cabe-te saber que jogo e que partitura pretendes tocar.
Mas não podes pretender as duas partituras.
Não pode existir nenhuma ABSOLUTO numa Relação Verbal, numa Relação Afetiva.
Em contrapartida, aquele que é ABSOLUTO pode vislumbrar estabelecer uma Relação Absoluta, mas que não será mais uma Comunicação, nem um Afetivo.
Mas entre essas duas Consciências estabelecer-se-á então, aí também, uma Transcendência que se estabelece de Coração a Coração, de Cabeça a Cabeça, de Quadril a Quadril, de Perna a Perna, de Corpo a Corpo, até ao ponto em que o Outro se torna tu.
Não é mais uma Relação, não é mais uma Comunicação, é uma UNIÃO MÍSTICA, que não condiz com nenhuma Julgamento, com nenhuma necessidade de Reconhecimento ou Ser Reconhecido e, sobretudo, com nenhuma necessidade de Justificação.
É, portanto, urgente apreender que nada há a experienciar no Exterior do SER, do mesmo modo que nada há a encontrar no SER, como no exterior do SER, que toda demanda de provas é, como eu o disse, apenas o Reflexo dos teus próprios Medos de ser tu mesma, independentemente do Olhar do Outro, independentemente da compreensão do Outro.
Existe, portanto, uma forma de Dependência ao Outro, porque tu esperas encontrar, no Olhar do Outro ou no Assentimento do Outro, o que é, rigorosamente impossível e te afasta de ti mesma.
Nada há, portanto, a querer resolver nessa questão que colocas.
Há apenas a ver claramente no que colocas, e o que há, portanto, a depositar, para SER LIVRE e encarar A LIBERDADE.
***** - Não temos mais perguntas, agradecemos-vos.
Eu agradeço-vos, portanto, pelas nossas conversas, entre vocês e eu.
Certamente, até muito em breve, de acordo com a fórmula consagrada.
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NDR:
Na sua intervenção de 29 de Março de 2012, BIDI apresenta as suas modalidades de intervenção.
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