BIDI- 28.10.2012
Pois bem… BIDI está com vocês e
saúda-vos… e nós vamos prosseguir, se vocês o desejarem, as nossas permutas e
conversas.
Eu escuto, então, as vossas questões.
***Pergunta:-
Quando estamos carregando Responsabilidades Espirituais e Materiais devemos
deixar-nos viver os últimos sobressaltos da Vida sensual deste Mundo Carbonado com
o risco de esquecer ao que nós nos consagramos ao longo de toda a nossa Vida ou
essas últimas provas são para nos permitir vê-las, para as melhor superar?
R:-
A tua questão é múltipla.
Considerar que há o que quer que
seja para se lembrar, relativamente à tua Vida faz portanto, apelo a um Processo
de Memória ou Recordação.
Nem a Memória, nem uma qualquer Recordação,
concernem ao que tu ÉS.
O que apareceu um dia e que
desaparecerá um dia e que designas de tua «pessoa», tua Vida … está inscrito,
necessariamente, num Efémero.
De um lado, o que designas de «Prova»
… o que designas de «Responsabilidade» apenas pertence justamente a esse Efémero
e absolutamente a nada mais.
Somente a Personalidade se coloca
entre um Início e um Fim… correspondente ao Aparecimento e ao Desaparecimento
da Vida na Consciência.
A noção de Prova… a noção de Responsabilidade…pertence
apenas a esse «Saco de Comida» e a esse «Saco Mental» e em caso algum, ao que tu
ÉS.
Reagir ou não-reagir, pertencerá
sempre ao desenrolar do Efémero.
Eu convido-te portanto, a considerar
que o conjunto das Proposições pertence apenas ao que é Efémero e portanto, respeita
apenas à «pessoa» dentro de uma Crença numa Evolução…uma Crença em provas…uma Crença
na perpetuação da Memória ou de uma Recordação.
TU NÃO ÉS NADA DE TUDO ISSO.
Assim não se coloca a questão de Agir
ou de Não-Agir… mas antes de… Olhar Agir ou Não-Agir, já que tu não és
concernido pelo Agir ou pelo Não-Agir.
Enquanto houver a implicação através de um Efémero…não
pode haver ABSOLUTO.
*** Pergunta:- Especificou que a Perpetuação da Memória não tinha razão de ser. No entanto, através das suas intervenções, utiliza a sua Memória?
*** Pergunta:- Especificou que a Perpetuação da Memória não tinha razão de ser. No entanto, através das suas intervenções, utiliza a sua Memória?
R:- Absolutamente
não, porque tu consideras que existe um Tempo Linear e que quem se exprime
é a consequência de uma ou de Encarnações que esta Consciência tomou.
Por outro lado, não é de modo algum
questão de uma qualquer Perenidade, de uma qualquer Memória.
Considerar a Perenidade da Memória mantém-te
de uma maneira ou de outra, deste lado aqui do Véu como do outro lado do Véu...
na Ilusão de um Eterno.
Nenhuma Perenidade da Memória pode
ser Eterna.
O Eterno não tem o que fazer da Memória.
Este que se exprime hoje, transcende
o que vocês designam de «Barreiras do Tempo».
O que eu exprimo neste instante, não é a
sequência lógica do que eu exprimia, a um dado momento, mas inscreve-se no
mesmo Tempo além do vosso Tempo.
É muito difícil para o Intelecto conceber
que o que é dito hoje, não é uma Continuação ou uma perpetuação, mas antes a
mesma expressão… a mesma qualidade… independente da minha Vida passada… independente de qualquer Tempo.
O que é exprimido e este foi o caso
quando, segundo os vossos dados Temporais, eu fui Encarnado…não tem nada a ver precisamente,
com a minha Memória ou qualquer Encarnação, porque o que eu exprimo não é uma Continuidade…
mas inscreve-se no mesmo Tempo além do nosso Tempo e do vosso Tempo.
Toda a Memória está em Ressonância com
a Lei de Acção/Reação.
Nenhuma Memória pode existir quando
não há mais Acção e Reação… mas o Estado de SER ou ainda o ABSOLUTO.
Experienciar e estabelecer-se na INFINITA
PRESENÇA… no Estado de SER ou no ABSOLUTO… coloca um fim a toda a Memória.
Na Consciência… a Memória pertence
ao Efémero.
A Consciência apoia-se sobre a Memória…
apoia-se sobre a Antecipação… mas Memória e a Antecipação pertencem sempre à Acção/Reação,
à Dualidade e, portanto ao Efémero.
Tu não te podes apoiar sobre nenhuma
Memória…sobre nenhum Antecedente e inclusivamente sobre nenhuma Projeção para
seres o que ÉS.
Isto muda o «ponto de vista» … muda o Olhar e
coloca-te de maneira irremediável no que ÉS e não no que tu crês… e não como
resultado de uma Memória ou como Antecipação de uma Projeção.
O mais duro para a «pessoa» como
para a Consciência, é precisamente, parar de se crer.
Nenhuma Consciência pode conduzir à A-Consciência.
Nenhuma Memória pode conduzir ao Estado
de SER… à UNIDADE… como à INFINITA PRESENÇA ou ao ABSOLUTO.
Enquanto a Memória existir…enquanto
houver uma relação a um Passado… a uma História… tu inscreves-te na Consciência,
nessa Memória e nessa História e tu não ÉS então, LIVRE.
O
que é que permanece quando esse «Saco» desaparece?
O que é que se torna a Memória, quer
acredites ou não numa qualquer re-Encarnação?
O que é que permanece do que tu eras
antes, quer esse antes seja ontem, um Século ou mil Anos?
Libertar-se da Memória, esquecer a Memória,
é estar disponível para o Presente.
Se existe Memória… há
indisponibilidade para o Presente.
*** Pergunta:- A Passagem
nesta Dimensão de Dualidade encarnada, não vai servir para nada, então?
R:- Não
serviu para nada, não servirá para nada e jamais servirá de nada!
Este «Saco» aparece um dia… ele
desaparece no outro dia.
A Consciência vai acreditar que ela
é uma sequência de Experiências, delimitadas num Tempo chamado «Encarnação»…mas o que é que permanece de uma Encarnação
a outra? Nada.
O
que tu ÉS jamais se moveu… jamais existiu…. sempre Esteve aí…e
sempre Estará aí!
Apenas o Olhar da «pessoa» e da Consciência
vos leva a considerar suposições que não são consistentes.
O que tu expressas através disso, é
o que deseja a Consciência: é uma Forma de Perpetuação… uma Forma de Infinito…
uma Forma de ETERNIDADE que não pode existir.
A Consciência sonha uma ETERNIDADE.
A «pessoa» sonha uma Perenidade.
Isso não pode ser.
O que ÉS não corresponde a nenhuma
dessas proposições.
Se o que tu ÉS hoje nesta Vida, te devia
servir para uma Vida posterior… porque é
que ela desapareceria quando tu aparecesse de novo sobre este Mundo?
- Qual é o valor do esquecimento, em
relação à Memória? …Explica-me isso.
Todos os Mecanismos do vivente
dentro deste Mundo, passam por Mecanismos que vocês chamam «Aprendizagem».
O que ÉS não tem necessidade de
nenhuma Aprendizagem… de nenhuma Educação… de nenhuma Sociedade e de nenhum Mundo.
Aceitar isso além da Crença, é já
mudar o «ponto de vista» … mudar o Olhar e descobrir-se tal como ÉS.
Enquanto conservares através da
«pessoa» ou da Consciência a ilusão de uma Memória… de um Progresso… de uma Evolução…de
uma Transformação… tu inscreve a ti-mesmo no Efémero… o que tu não ÉS.
***
Pergunta:- qual é a diferença entre ABSOLUTO e o NADA?
R:- Para a «pessoa» … para a Consciência… o ABSOLUTO
é o Nada.
Para o ABSOLUTO, o Nada é uma
estupidez da «pessoa».
Nada mais.
Enquanto tu não poderes Ser o que ÉS,
porque existe uma distorção induzida pela «pessoa»…induzida pela Consciência…
então tu estás no erro e consideras que o ABSOLUTO é O NADA.
O Desaparecimento dos Limites resultante
do «Saco» de Comida como o Mental, cria a suposição de uma Identidade…de uma Delimitação
e de um Espaço Limitado. O que tu ÉS, não é absolutamente isso.
-Como é que… o que é limitado pelas Ideias…
pelos Pensamentos… pelas Concepções…pela Forma, ela própria, da carne, pode
pretender ser ABSOLUTO?
Para ele, isso designa-se de NADA.
Somente aquele que é ABSOLUTO se dá de
algum modo conta por si mesmo… que O NADA é uma Secreção de Medo do
«Saco».
-
Quando tu dormes…o Mundo está aí?
-
Quando tu dormes… o “EU” está aí?
O ABSOLUTO faz-te ver que tu está
além de uma História… além de uma «pessoa» … além de um qualquer «Saco» e além
de uma qualquer Consciência.
Mas enquanto tu não o vivenciaste…esse
ABSOLUTO é um ABSURDO, um NADA.
***Pergunta:- Que
diferença há entre UNIDADE e ABSOLUTO?
R:-
Na UNIDADE, a Consciência está presente, ela olha-se a si mesma num Espelho
especial… sem fundo… sem reflexo…é um Auto Espelhamento.
A UNIDADE é uma Contemplação… um Estado
da Consciência com diferentes Etapas denominadas «SAMADHI» correspondente à Consciência
TURIYA.
O ABSOLUTO não é uma Consciência… é
o que tu ÉS.
A Consciência existe sobre a Cena de
Teatro … na poltrona daquele que olha… no Teatro ele também.
O ABSOLUTO sabe que existe um Teatro,
mas também sabe perfeitamente…que ele não é nada do que constitui o Teatro…
tanto a Dualidade como UNIDADE.
O ABSOLUTO corresponde à A-Consciência.
A UNIDADE corresponde à Consciência
total ou se preferires… uma Consciência Absoluta.
O ABSOLUTO não é em nada concernido
pelos jogos da Consciência.
Constatar a UNIDADE… viver a UNIDADE,
é um Estado da Consciência.
Ser ABSOLUTO, é Ser além de qualquer Estado e,
sobretudo… não uma Consciência.
O ABSOLUTO vive-se após a Dissolução
ou durante a Dissolução.
A UNIDADE vive-se enquanto Comunhão
de Consciência… de Ser a Ser…ou de qualquer Ser a outro Ser.
A Consciência é Experiência.
O ABSOLUTO não é concernido por
nenhuma Experiência…nenhuma Contemplação.
A Consciência não pode apreender o ABSOLUTO.
É o ABSOLUTO que contém a Consciência.
É o Centro presente em todo o Centro.
A UNIDADE é ter Consciência do
conjunto das Consciências… mas isso não é sair da Consciência.
***Pergunta:-
O ABSOLUTO move-se?
R:-
Ele permite todos os Movimentos.
Sem ele, não há nenhum Movimento.
Sem ele, não há Consciência.
O ABSOLUTO é ao mesmo Tempo
preliminar a qualquer Movimento e é todos os Movimentos tal como a Imobilidade.
Mas, para o ABSOLUTO, não existe diferença
entre a Imobilidade e o Movimento.
Dar um qualificativo ao ABSOLUTO
torna-se muito rapidamente UM ABSURDO.
É por isso que aquele que é ABSOLUTO
não pode de modo algum e como eu já o disse… traduzir em palavras o que é
vivido.
O que é vivido não é uma Experiência
da Consciência, mas antes a cessação total de toda a Consciência que faz
aparecer o que tu ÉS.
O que tu ÉS poderia ser denominado «anterior
à Consciência» e todavia não é nada…porque é o que contém todas as
possibilidades da Consciência.
***Pergunta:- Então,
é o ABSOLUTO que vem a nós. Em nenhum caso, nós podemos ir a ele?
R:-
Como eu vos disse… enquanto vocês acreditarem «procurar o ABSOLUTO» … vocês
fracassam.
O ABSOLUTO é o que tu ÉS.
O que ÉS, não pode ser nem procurado…
nem encontrado… porque já está aí.
Enquanto o procurares… é a «pessoa»
que busca.
Enquanto acreditares… é a «pessoa»
que crê.
O que cria a dinâmica da busca é a Consciência
e ao mesmo Tempo…o que é designado de Separação.
O que exprime também que a «pessoa»
é Separada.
Ela se vive como tal, inscrita em um
Limite Temporal chamado o Nascimento e a Morte.
Ela cria para si, dentro desta Vida…
Histórias... Espirituais… Sociais… Materiais…Afetivas… de Responsabilidade.
Essa
noção de Responsabilidade…essa noção de Evolução… muda o que quer que seja para
o Desaparecimento do Efémero?
Quaisquer que sejam as Crenças desse
«Saco» … quaisquer que sejam as Experiências desse «Saco» …ele terminará um dia…o que é que fica então?
Eventualmente podes-me responder… «a
Consciência», se a tua Consciência, ela própria, não estiver mais Limitada, Separada
e Dividida… mas tiver acesso às suas próprias Memórias.
***Pergunta:- Porque
é que o ABSOLUTO disfunciona, isto é…mergulha-nos num Sonho que não existe?
R:-
Mas não é o ABSOLUTO que disfunciona… tu és.
***Pergunta:- Ser ABSOLUTO
com Forma, está programado anteriormente?
R:-
E seria programado segundo qual Lei…qual prazo e qual calendário?
É impossível.
O ABSOLUTO é o que Foste…o que ÉS… o
que Serás além de todo o SER… de toda a «pessoa» e de toda a Consciência.
A Consciência não pode se programar
para SER ABSOLUTO.
É precisamente, uma des-Programação
total da Consciência.
Quanto à «pessoa», para ela, é O
NADA.
Do «ponto de vista da pessoa» … o ABSOLUTO
não pode existir… não pode ser e não pode aparecer.
Eu recordo que não existe Passagem da
«pessoa» ao ABSOLUTO… como da Consciência à A-Consciência.
É o parar da procura, ela mesma.
O parar de prosseguir um Objetivo.
O parar de toda a Crença… de toda a suposição
que desvela através da Refutação…da Pesquisa…da Maturidade… o ABSOLUTO.
***Pergunta:- Dizer
«que a Libertação seja feita» pode ajudar-nos a sair desta ilusão?
R:-
A partir do momento em que tu pronuncia essa frase… tu consideras portanto
que tu não estás Liberta…colocas então uma distância ao que tu ÉS.
-
Como é que colocando de imediato uma distância ao que ÉS… podes tu esperar
encontrar o que ÉS?
Tu inscreves através dessa frase, o ABSOLUTO
como um Objetivo… como uma Busca... como uma Falta…É um erro.
***Pergunta:- O que
é o ABSOLUTO… é o AMOR e isto é tudo?
R:-
Quando dizes «o ABSOLUTO é o AMOR», então tu defines o ABSOLUTO.
-O
ABSOLUTO pode ser definido?
Acrescentar «isso é tudo» significa
que limitas e delimitas o AMOR e o ABSOLUTO.
O ABSOLUTO naturalmente, contém o AMOR…
ele é o recipiente do AMOR… o conteúdo do AMOR.
Mas tu não podes dizer … «o ABSOLUTO
é isto ou aquilo», porque procura para te situares, sobre uma definição, o que
para ti é o AMOR no teu Ideal… na tua Consciência… nas tuas Projecções… nas tuas
Metas…nos teus Objetivos.
Tentar definir assim o ABSOLUTO…
distancia-te dele.
Não mais definir…não mais dar um
qualificativo…não procurar uma Razão… um Sentido… uma Explicação… uma Lógica…a Capitulação
de todos os aspectos da «pessoa» e da Consciência… faz-te Realizar o que de
toda ETERNIDADE ÉS.
Não há outra possibilidade.
Toda a definição pertence à Consciência.
O ABSOLUTO não é a Consciência.
***Pergunta:- Repete-nos
«que não há nada a fazer» … mas nós ainda vivemos sobre esta Terra onde estamos
e portanto… obrigados a fazer as coisas, sabendo inteiramente que são da
ilusão?
R:-
Mas eu nunca disse para não fazerem nada!
«Permanecer Tranquilo» refere-se à Consciência.
Eu mesmo especifiquei que tudo o que
era para fazer através desse «Saco» … era para se fazer.
O ABSOLUTO não é ser Preguiçoso.
O ABSOLUTO consiste em mudar de Olhar…
de «ponto de vista» … de Consciência.
Eu jamais disse que não era
necessário fazer o que era necessário fazer através desse «Saco», bem pelo contrário.
A «pessoa» escuta sempre o que
ela quer.
Eu jamais disse isso.
Ninguém jamais vos disse isso.
Foi especificado, por alguns Anciães
há alguns anos… que havia Circunstâncias de Vida a mudar para desbloquear A
LIBERDADE.
Mas ninguém jamais disse e eu ainda
menos… que era necessário nada fazer.
Quando eu digo «não faças nada» … eu
não falo das atividades da «pessoa» … eu dirijo-me ao que Sois.
-
Em que é que Um ABSOLUTO com Forma deve recusar a Encarnação?
A recusa é uma Oposição da Consciência
e não concerne em nada ao ABSOLUTO.
O que ÉS não tem o que fazer do que
se faz… de como tu o fazes… ou como tu o realizas.
As Obrigações concernem à «pessoa» …
mas não ao que tu ÉS.
Acreditar que a tua «pessoa»
extraindo-se das Obrigações… vai encontrar o ABSOLUTO, é um erro.
A «pessoa» não pode compreender o ABSOLUTO,
tu tens a prova.
Ela interpreta os dizeres segundo o seu
«ponto de vista», isto é… a própria «pessoa».
Enquanto raciocinares assim e agires
assim… isso mostra que tu não «Permaneces Tranquilo».
***Pergunta:- Existe
Mudança de Consciência para perceber que tudo isso é ilusão?
R:-
Nenhuma Mudança na Consciência conduz ao ABSOLUTO.
O que dizes é uma 1ª Etapa que
desencadeia a Mudança de «ponto de vista».
Mas se rejeitares a ilusão ao te
opores a ela…tu vais necessariamente reforçá-la.
R:-
Eu creio que...
O que tu acreditas não tem nenhuma
importância.
É o que ÉS, que é importante.
Crer ou não crer, não muda nada do
que tu ÉS.
Acreditar é uma dinâmica da Acção…
do Movimento e da própria Ilusão.
***Pergunta:- Desinteressar-se
das Experiências de Vida revela uma Mudança de «ponto de vista»?
R:-
Ambos são possíveis: seja porque existe uma Indolência ou porque há ABSOLUTO.
Mas só tu conheces a resposta.
Como eu o disse… aquele que é ABSOLUTO
não se questiona sobre o ABSOLUTO.
Ele não pode fazer-se perguntas
sobre isso.
Da mesma Forma que aquele que faz
uma saída do seu Corpo sabe que ele existe fora deste Corpo.
Ele não se questiona sobre a
existência ou não... de algo após este Corpo, porque ele o viveu.
Mas aquele que não o viveu poderá
fazer-se todas as perguntas do Mundo… criar todas as Crenças do Mundo… todos os
Pensamentos do Mundo…isso não serão mais do que Abstracções… porque ele não o
viveu.
Enquanto vocês não estivem mortos a vocês
mesmos… vocês não podem Viver o que Sois.
Mas vocês não podem submeter à Morte
a «pessoa».
***Pergunta:- Abandonar
todo esforço e contentar-se em viver o que a Vida oferece, dia após dia, é isso
o que convém fazer?
R:-
Não há nada a fazer.
Enquanto considerares que existe um Estado
prévio, através de uma pesquisa… através de «viver o dia a dia»… isso concerne
ao «Saco» e à Consciência, mas não ao que tu ÉS.
Para alguns «Sacos»… este estilo de Vida
é o que é proposto pela INTELIGÊNCIA da LUZ.
Assim, fá-lo... Realiza-o.
Mas entende que o que tu fazes ou o
que realizas… não te afastou nem te aproximou do que ÉS:
Aí, está a Maturidade.
O ABSOLUTO não tem o que fazer com o
teu grau de Atividade ou Inactividade.
O ABSOLUTO não tem o que fazer com o
teu grau de Evolução… de Iniciação ou de qualquer outra coisa, como a tua idade
ou o teu sexo, ou de não importa o quê.
Aí, está a Verdade.
Eu recordo-te que o ABSOLUTO ocorre
quando da Capitulação da Consciência.
Esta Capitulação não é nem «um fazer»
…nem uma Acção… nem mesmo um Estado de Ser…é espontânea, imediata.
A partir do momento em que tu estás
de alguma forma… extraído sem o desejares… sem o almejares das Ilusões e de
todo Efémero… isso não põe fim ao teu Efémero… isso não põe fim às Responsabilidades
deste «Saco».
É totalmente independente disso.
Para alguns, isso vai ser assim.
E para outros, a INTELIGÊNCIA da LUZ
coloca-os perante Desafios.
Tanto um como o outro são, muito
exatamente, o que vos é proposto.
Mas eu recordo-vos de que…o que quer
que seja que vos proponha a INTELIGÊNCIA da LUZ… é destinado a conduzir-vos ao SER…
à UNIDADE… até mesmo à ÚLTIMA PRESENÇA ou INFINITA PRESENÇA.
Mas o Mecanismo Último, se assim o posso
afirmar…sobrevém de alguma forma… quando também tudo isso é desprendido na sua totalidade.
É o momento em que a Consciência não
reivindica nada mais…nem mais a si- mesma, no SER ou na UNIDADE… o que de algum
modo se mostra… é o que tu ÉS.
***Pergunta:- Porque
o SER, se narcisista, renunciaria a ele mesmo?
R:-
Ele não pode.
A Consciência não renuncia jamais a
ela mesma.
A Projeção conduz à Projeção.
A Criatividade conduz à Criação.
A Experiência conduz à Experiência.
Porque o conjunto do que é
conduzido, envolve uma Comparação: Consciência Unitária, Consciência Dualitária,
etc., etc.
Mas o que ÉS não está de forma alguma,
relacionado a isso.
Não é a partir do SER que se realiza
O ABANDONO do SER.
Não é um «Acto de Vontade».
Não é um Acto relacionado com uma
prática, muito menos com uma Ascese e muito menos com uma Moral… mas antes… esse
famoso Vazio do SER ou da «pessoa»… este Cataclismo final da própria
Consciência, que te faz descobrir o que tu ÉS.
Da mesma forma que quando a maior
parte dos Irmãos e Irmãs Humanos vivem «Experiências fora do Corpo» ou de Aproximação da Morte…não há propriamente
um Traumatismo qualquer que seja…uma Ruptura da Continuidade e portanto essa forma
de des-Continuidade que leva a ser o que tu ÉS…mas não antes.
Vou retomar outro exemplo, que vos é familiar, porque é utilizado em numerosas
ocasiões, pelo Comandante dos Anciães (ndr: O.M. AÏVANHOV).
A Consciência, que vocês procuram,
parece-vos distante.
Esta Consciência é o amendoim no
pote.
Quando vocês vêem o pote e os
amendoins, é necessário colocar a mão dentro do pote, para agarrar os amendoins…e o que acontece nesse momento?
A mão não sai mais do pote!
Convém portanto, superar o amendoim…
o pote… a mão.
Mas enquanto considerares que existe um pote…
os amendoins… uma mão para agarrá-los… não existe Solução!
A consideração das Refutações conduzidas
ou não por vocês até agora… foi destinada a fazer-vos mudar de «ponto de vista».
Era uma forma de lógica que se
dirigia à «pessoa» e ao Mental.
Qualquer outra atividade Mental da
«pessoa» ou até mesmo da Consciência, a mais ampliada …não vos é de qualquer
utilidade.
REALIZAR O ABANDONO DO SER, NÃO É
UMA REALIZAÇÃO… É UMA LIBERTAÇÃO.
Não é um Objetivo a atingir.
É antes pelo contrário… algo a
soltar.
Mas este «algo a soltar» não deve
ser confundido com o facto de não fazer nada mais.
A Consciência é o que mantém.
A A-Consciência é o que soltou.
O que quer que vocês mantenham com a
Consciência… com as Ideias…com as Crenças… com as Memórias… com as Projeções…enquanto
vocês mantiverem o que quer que seja disso… VOCÊS NÃO SÃO LIVRES.
Aquele que é Livre não apagou as suas
Memórias.
Elas estão sempre aí… mas elas não o
afetam mais.
A «pessoa» como a Consciência… o Ego
tal como a Consciência Unificada…estão sempre à procura de uma Experiência… de
um Objetivo e de um propósito.
Nenhum Objetivo… nenhuma Experiência
… nenhum propósito… não ressaltam o ABSOLUTO.
***Pergunta:-
A percepção de um Movimento quando tudo está tranquilo revela o Abandono do SER?
R:-
O Movimento é um Processo Vibratório.
Tudo depende, se este Movimento
nasceu em algum lugar neste «Saco» ou se ele toma todo o «Saco» de uma vez.
O Movimento… a Impressão de Movimento…
ou a Percepção de um Movimento… podem estar ligados a uma das Etapas finais da
própria Consciência.
Mesmo que não exista nenhuma Passagem,
rigorosamente falando… entre a INFINITA PRESENÇA ou ABANDONO do SER totalmente
realizado e o ABSOLUTO… então pode-se dizer que estas são as Primícias…os Testemunhos,
se preferires… de que o «ponto de vista» começa a mudar.
Da mesma forma que as Experiências
de Comunhão…de Fusão … de des-Localização vos prepararam.
Da mesma forma, que o contacto com
outros ABSOLUTOS através do Canal Mariano vos preparou.
A ONDA de VIDA é também um Movimento.
Quando a «pessoa» é apagada… e
quando a Consciência pára de se observar a si-mesma ainda no SER…então A ONDA
de VIDA precipita-se.
O ABSOLUTO está, então, presente.
Isso é vivido.
Isso é plenamente consciente, porque
vocês tocam a vossa natureza, além da própria Consciência.
Isso é o que Sois.
***Pergunta:- Ter o
Olhar que não vê nada mais e que salta, reflete uma Mudança de «ponto de vista»?
R:-
Não, porque o que naquele momento é visto… é visto pela própria Consciência.
Certamente, diferente daquele da
«pessoa», mas muito ligado à Consciência pessoal, independentemente e qualquer
que seja o género de Visão e a forma de Visão.
O ABSOLUTO não é uma Visão.
O ABSOLUTO não é um Estado.
Mas naturalmente, existe nos Estados
finais da Consciência antes do Abandono do SER, mesmo que isso não seja uma Finalidade…
a Manifestação de um certo número de Elementos Vibratórios que vos são Conhecidos,
mas que para o ABSOLUTO, não passam de uma ilusão.
A Identificação da Consciência com
as Vibrações conduz à Expansão da Consciência até à UNIDADE e até à INFINITA
PRESENÇA…mas nunca ao ABSOLUTO visto que o ABSOLUTO é o Desaparecimento da
própria Consciência.
Ora
como é que a Consciência que Vibra… que se expande, poderia desaparecer?
Esta é uma Experiência da Consciência.
O verdadeiro Olhar é, com efeito…sem
os olhos… sem discriminação… sem nenhuma sensorialidade…sem nenhuma Percepção…
sem nenhuma Concepção… sem nenhuma Lógica Aparente.
O melhor testemunho é A ONDA DE VIDA,
que é uma Propagação e um Movimento que visa como vocês o sabem…a superar
alguns Obstáculos da «pessoa» e da Sobrevivência da «pessoa» e de seguida é
destinada a favorecer o Coração.
Estes Mecanismos são os Testemunhos da
colocação em Acção Inconsciente… da Confrontação… da própria Consciência que tu
percebes com ABSOLUTO.
Mas isso ainda não é o ABSOLUTO.
Isso não é um precedente, porque se
eu emprego a palavra precedente …tu vais considerar que esta é uma etapa que
acontece.
Mas esta Etapa não é absolutamente
indispensável ou mesmo necessária.
Ela é talvez a mais adaptada às
condições de LUZ atual, aí onde vocês estão.
Na minha Encarnação, isso não era
necessário.
***Pergunta:- Haverá
muitos Absolutos com Forma antes do Fim?
R:-
Eu posso-te responder, dizendo-te que haverá um monte de Absolutos com a Forma,
como sem Forma, depois do fim.
O fim não existe para o ABSOLUTO.
***Pergunta:- O que
fazer enquanto se espera o Fim?
R:-
Eu empurro para mais longe o teu raciocínio.
A partir do momento em que tu está
na idade de conceber que ÉS uma «pessoa», depois dos três ou quatro anos…tu naquele
momento sabes intimamente que o que apareceu dentro desta Forma, este Corpo,
este Campo de Consciência tem um Fim.
Será
que portanto, tu decides a partir da idade dos quatro anos, não fazer nada?
O sentimento de um Fim… se ele deve conduzir
a um desinteresse… não te leva a nenhum lugar, porque se vai tratar
sempre de uma fuga.
Aquele que é o ABSOLUTO não é
afetado…nem pelo início… nem pelo fim de si-mesmo, como do Mundo.
Não há nenhuma Atitude Mental
satisfatória para o ABSOLUTO, porque se tu dizes a ti-mesmo que dentro de
tantas semanas é o fim e que tu espera este fim… tu enganas-te.
Observa:
O
mais frequente quando se anuncia a um «Saco de Comida» que ele vai partir de uma doença grave, o que é
que acontece?
Na maioria das vezes, essas pessoas
estão mais vivas mais do que nunca!
Elas saboreiam cada minuto, cada dia
e a cada hora.
Isto é independente da atividade ou
da não-atividade.
Esta é, eu diria… uma atmosfera
Interior.
É como se… sabendo que tu ÉS uma «pessoa»
de 4, 5 anos… que acabará um dia, tu se dissesses: «este dia é inevitável… de
que serve deixar viver esse «Saco»?
Ora,
a recusa da Ilusão mantém a Ilusão.
Da mesma forma toda a Expectativa,
mesmo justificada, mesmo real… de um evento real testemunha o que tu ÉS.
A Expectativa coloca uma Distância ao
que tu ÉS.
Esperar que o Fim do que quer que
seja, permitir-te-á SERES ABSOLUTO…é um erro.
O fim do que quer que seja lembra-te,
simplesmente, o que ÉS além da «pessoa».
Isto chama-se de LIBERTAÇÃO.
Aquele que é o ABSOLUTO… é Liberado
Vivente.
Ele não precisa esperar por um
eventual ou um real fim do que quer que seja para SER isso.
Vigiem para que nunca se colocarem a
vós-mesmos num Sentido de expectativa… porque o Sentido de espera, como de
expectativa ou de esperança… coloca uma Distância.
Há uma armadilha.
Como já foi dito…vivam cada minuto
aí onde vocês estão… plenamente…inteiramente…como se fosse O ÚLTIMO… porque de
qualquer modo ao aparecer numa «pessoa» … há a certeza e a inevitabilidade do Fim
desta «pessoa».
***Pergunta:- Amar a
ilusão, isto é, amar a Natureza, amar as flores afasta-nos do ABSOLUTO?
R:-
Mas tudo depende do que designas por Amar.
Há tantos Seres Humanos quanto
definições do AMOR.
Se tu amas, sem te apegares… não há nenhuma
Razão para que a Natureza te afaste do que tu ÉS… já que a Natureza é ABSOLUTA além
da Aparência.
Tudo depende do que tu amas.
É
a cor, é a Forma, é o Cheiro, é a Aparência ou é a Essência?
Toda diferença vem de ti, mas não da
Natureza.
Nada te pode afastar…nada te pode
aproximar.
Existem apenas Circunstâncias que
reforçam a ilusão, que a mantêm e a conservam.
E existem Circunstâncias que te
Libertam disso.
Mas as Circunstâncias são
Interiores: elas não pertencem à Cessação de uma Atividade ou de uma Responsabilidade.
O facto de estar na Natureza ou num Apartamento…
em ABSOLUTO, não muda nada.
Mas naturalmente que a Natureza e o
que é natural permitem de maneira mais ampla e a priori, Expandir a Consciência.
Mas não é necessário confundir as Manifestações,
de um Objetivo qualquer com o ABSOLUTO.
***Pergunta:- Vocês
disseram que a Natureza é ABSOLUTA. Poderia desenvolver?
R:-
Além da Forma… da Aparência… dos Odores … das Cores.
Como
é que o que está sob os vossos olhos poderia escapar de ser ABSOLUTO?
Enquanto vocês considerarem que o ABSOLUTO
é um Objetivo… uma Meta…uns Finalidade… uns Prática… vocês não estão lá.
Uma Árvore é Absoluta.
Existe uma Consciência na Árvore.
O ABSOLUTO não faz diferença entre
uma folha de grama… uma Árvore… uma Galáxia… um Universo.
Ele contém-nos a todos da mesma
maneira.
A Árvore, como qualquer outro Elemento
da Natureza…obedece a um Projeto…o Projeto de Vida ... Nascimento… Crescimento…decadência
… Morte.
Além desta Aparência… além dos seus Movimentos…
das suas diferentes Formas… existe o ABSOLUTO.
-
Será que a árvore se questiona sobre ser uma Entidade… uma Consciência… ou um ABSOLUTO?
Não, ela é tudo isso ao mesmo Tempo.
Existe apenas o Mental Humano que
criou a Distância.
Uma Arvore não pode criar Distância.
***Pergunta:- O Porco
que se abate ou o Pombo e o Pato que Hildegarde de Bingen recomenda que se
coma, como eles se situam em relação ao ABSOLUTO?
R:-
Da mesma forma que tu… quer isso seja um porco… um pombo ou tu… isso não
faz nenhuma diferença.
O ABSOLUTO não é dependente de uma Forma de Vida
ou de uma outra Forma de Vida.
Tu procuras Julgamentos de valor ou
definições ao que não tem.
Quem é ABSOLUTO com Forma vê as
diferentes Formas.
Concebe que um porco não é um pombo…
que um pombo não é a sua «pessoa» … mas que isso não muda nada.
Tu queres trazer o ABSOLUTO para o teu
Campo de Compreensão… para o teu Campo de Percepção… para o teu Campo de Experiência…
mas isso é impossível.
***Não temos mais
perguntas, agradecemos-vos.
Pois bem, Bidi cumprimenta-vos, e
vai-se encontrar com vocês uma última vez e digo-vos então até logo.
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