BIDI- 2012.06.03-1
***** Pergunta:- Como deixar de ir expectativas e a procura do ABSOLUTO?
R:- Foi dito que o ABSOLUTO não pode ser procurado.
- Como procurar o que tu já És?
Toda a procura, todo o suposto Caminho, praticado ou procurado, toda a busca num Passado, no que quer que seja d’outro além deste EU SOU, AQUI e AGORA, apenas te pode afastar do ABSOLUTO.
O ABSOLUTO não pode ser Conhecido… Ele faz parte do Desconhecido. …Então, é-te necessário, refutares tudo o que é Conhecido.
Passe o teu tempo, não a procurares o ABSOLUTO, tu não o podes, mas passa o teu tempo a Refutar o que te é Conhecido.
A um dado momento,…e esse momento está muito próximo, porque o que te proponho é muito simples…, o Cérebro, a Personalidade, o Ego, e mesmo a Individualidade, não pode manter além de um certo tempo, em relação à Refutação.
O significado do «Eu» aparece antes dos 3 anos.
É o momento em que aparece a distância entre o sujeito e o objeto.
É o momento em que a Consciência toma consciência de si mesma e se distancia relativamente a tudo o que pode ser sentido, entendido, visto, percebido, estabelecendo, de algum modo, um Limite e uma barreira entre ti e o Mundo.
É esta distância e esta barreira que criam a «pessoa» que criam o Indivíduo.
Se tu aceitas isto, é suficiente simplesmente aceitar, que não há nada a procurar, não há nada a encontrar, não há nada a esperar, mas simplesmente, a colocar um Olhar Lucido em tudo que é Efémero.
Tu Eras, antes de seres neste Corpo.
Tu Eras, antes de o Mundo existir.
E Tu Serás, logo que o Mundo tiver desaparecido.
- Mas que serás Tu?
Isto não é uma Projeção no Futuro, ainda menos no Passado, mas o estabelecimento da Consciência além da Consciência.
A Consciência é a Experiência.
Ela nutre-se da Experimentação.
Até certo ponto, tu acreditas ser aquele ou aquela que experimenta.
Tu identificas-te com a cena, identificas-te com o teatro, tu pensas que há um Caminho e tu percorre-lo, porque o criaste.
Eu não vos ensinarei nada, ao vos dizer que o Pensamento é criativo.
- Mas de onde vem o Pensamento?
- Será que era precedente à existência deste «saco de comida»?
- Tens tu a recordação?
- O que é que acontece quando tu meditas?
- O que é que acontece quando das Experiências Místicas, mesmo a mais improvável, a mais extraordinária?
Bem, é simples, há sempre «qualquer coisa» que Olha!
E esta «qualquer coisa» que Olha, não é afetada pela Experiência, nem pela própria Consciência.
Aquele que observa, não é uma pessoa, não és tu, no sentido de Individualidade, mas és muito mais vasto e ilimitado do que tu poderia imaginar, conceber ou pensar.
A partir do momento em que tu observas os teus próprios Pensamentos, o modo como eles nascem…este é o Princípio da Meditação… tu vais poder, num primeiro tempo, sair da Linearidade.
Não para escapar ao que quer que seja ou a quem quer que seja, porque eu lembro-te que o ABSOLUTO engloba também a Ilusão. …Tudo o que é Efémero, é Ilusório.
O que é Permanente é Infinito e Indefinido.
Observa o Finito.
O ABSOLUTO observar o efémero.
O Efémero está contido no ABSOLUTO.
Nada pode estar fora do ABSOLUTO.
O problema é que a Consciência se coloca sempre no Relativo, em «qualquer coisa» de Limitado, Fragmentado, onde há o Sentido de posse, onde há o sentido de uma atribuição de um papel, duma função, de um pertencer ao que quer que seja.
Quer isso seja o Corpo, seja a Família, seja um Objeto ou mesmo para aqueles que Realizam O SER, o Sentimento de ser a Terra inteira e as Consciências nela contidas.
Este não é o ABSOLUTO, mas está contido no ABSOLUTO.
Ora, tu És ABSOLUTO… Nada de Limitado pode Ser o que TU ÉS!
Têm portanto, primeiro e numa forma de lógica, que estabelecer um «EU SOU», porque o SER não pode ser edificado e construído em oposição ou em confronto com o «NÃO-SER».
É o mesmo para o «EU» que se construiu e elaborou a partir dos 3 anos, a partir do NÃO-EU…É a distância Sujeito / Objeto.
O ABSOLUTO diz-te:
«Tu não és nem o Sujeito nem o Objeto…. Tu não és igualmente, a relação entre o Sujeito e o Objeto».
E isso É, de toda A ETERNIDADE, porque A PERFEIÇÃO nunca é Efémera. …E tu ÉS Perfeito.
Apenas a visão da construção do «EU» e, para aqueles que estão no Caminho Espiritual, a construção do «SER», são apenas Afastamentos da Verdade.
Todas as Verdades que tu descobres, todas as Verdades que tu estabeleces como válidas, na tua Vida, são, num momento ou noutro, apagadas.
Tu estás num Corpo…. Este Corpo vai desaparecer, isso é inevitável.
Esta Terra desaparecerá, o Sol desaparecerá, o Universo desaparecerá.
Os vossos Cientistas afirmam-no.
- O que será de ti, nesse momento?
Então, é claro, enquanto tu estás dentro do «EU» e jogas o Jogo, isso não tem nenhuma importância, porque a escala, chamado de Tempo, escapa totalmente à tua Compreensão como a todo o Conceito.
O próprio significado da Identidade de uma «pessoa», um Indivíduo, do SER, é apenas um Conceito.
O Ser Humano Encarnado tem o hábito de definir… Ele define a partir de uma Forma Limitada, objeto ou sujeito, mas tudo isso é Efémero.
O mais difícil, e que é em simultâneo, o mais simples, é aceitar, de uma vez por todas, que não há nada a rebuscar, nada para buscar e que o Caminho apenas existe, se tu considerares que há um Caminho, se tu considerares que há uma montanha para subir ou descer, é a mesma coisa.
- O que é que escala a montanha ou …o que é que a desce?
A noção de Esforço é conhecida neste Mundo… Tudo é um esforço.
É necessário ganhar a sua Vida.
O que eu te proponho… não é, …não mais a ganhar,… mas, …compreender, …a fim de integrar, …de Exceder, …de Transcender, e de alguma modo… romper as Amarras ao Finito.
Não, em te desviares …o que seria, …ainda uma vez,… um erro,.. mas posicionares-te bem, …aliás,… no que é Conhecido.
Para isso, não existe outra solução além de Aceitar o próprio Princípio que deve ser refutado.
Sair do aprisionamento, é superar todos os Limites, e não numa espécie de desordem, mas muito mais,… superar a Ordem e a Desordem.
É estabelecer-se além da Ordem e Desordem, como além do Bem e do Mal.
Além da Dualidade… Além da UNIDADE.
É não mais desempenham nenhum Papel, mas… aceitar Viver o que quer te proponha este Mundo.
Não é uma questão de se afastar deste Corpo, dado que tu está dentro dele!
Mas, tu não és este Corpo!
Esta não é uma Negação do Corpo, nem uma Negação da Vida, mas, bem mais, a Transcendência, a Transfiguração e a Ressurreição da Verdadeira Vida.
Aquela que não é Finita e que, aliás, nem nunca começou!
O que incomoda é o Testemunho.
O que incomoda é o SER.
O que incomoda é acreditar que existe um Caminho, acreditar que há uma Verdade a ser encontrada.
O Mundo é uma Projeção…. - Uma Projeção do quê?
Do Pensamento e da Consciência!
Tu não és nem o Pensamento nem a Consciência, …nem o Agente que planeou a Consciência ou o Pensamento! …Tu estás além de tudo isso!
Como eu o dizia, isto não é uma pesquisa, não é um Tempo, porque a partir do momento em que consideras que existe um Tempo para consagrar a…, tu permaneces no Finito.
E o ABSOLUTO, não pode estar aí para ti.
Tu desviaste-te, de algum modo, do ABSOLUTO!
O ABSOLUTO está além da Alegria, porque a Alegria é a Contemplação do SER, colocando efetivamente, um fim a uma certa forma de Sofrimento, mas, que jamais responde à pergunta de quem TU ÉS, porque o SER, também ele, é apenas uma Projeção ao nível de uma Densidade diferente daquela que vocês conhecem no «EU», mas que permanece inscrita no «EU».
- Onde queres tu estar inscrito?
A única agonia dos Seres Humanos, é o desaparecimento.
Vocês não podem desaparecer!
Este «saco de comida» desaparece… O Mundo desaparece… O Universo desaparecerá…Conceitos e Pensamentos desaparecerão.
Mas o que sustenta isso, não desaparecerá jamais, porque nunca apareceu, precisamente!
Então Olha, sem procurar!...Muda simplesmente o Olhar!
- O que é que jamais apareceu?
- O que é que jamais desapareceu?
- O que é que sustem todas as Experiências, sem participar na Experiência?
Se não é nem o Testemunho nem o Observador… É qualquer coisa que está a montante, se me posso exprimir assim … É O QUE TU ÉS, … não no « EU SOU», …mas na Negação do «EU»!
Lembra-te que as minhas palavras não são destinadas a serem compreendidas por todo o Mundo, porque perdem o controle, indignam-se.
Eles irritam-se com o Fim e ficar-se irritado com o Fim, é por vezes, prejudicial.
Enquanto considerares que tu não terminaste de conduzir as teus Experiências, que não te pertencem mais do que o teu Corpo, então, é claro, o SER regala-se com o Despertar da Kundalini, com as suas Viagens, os seus sonhos e «castelos no ar», a sua Paz, a sua Alegria.
Mas mesmo que isso flutue, mude … quem pode dizer, mesmo dentro do SER, ele passa à ETERNIDADE no SER?
Reflitam:
- Que se torna o Ser, uma vez que o Corpo não está mais aí?
- O que acontece com a Consciência, uma vez que o Corpo não está mais aí?
-Onde estavas tu, antes de seres este Corpo?
- Estavas Tu noutro Corpo?
E mesmo que isso seja o caso, se existe aparentemente, uma solução de continuidade entre um outro Corpo e este Corpo, …onde estavas tu entre os dois?
- Tens Tu a nítida Visão, o nítido Sentimento?
-Sabes Tu o que está além da ESSÊNCIA?
Enquanto houver indagação, vocês não estão instalados no Olhar correto ou no correto «ponto de vista», porque a inquirição inscreve-se no Tempo e como o disseram, muitos Ensinamentos, O TEMPO NÃO EXISTE.
Está tudo bem. …Se o Tempo não existisse, …este Corpo não existiria… Absolutamente!
Esta Consciência não existiria…. Esta Presença não existiria…. Apenas permaneceria ABSOLUTO, este Último.
Mas este Último, repito-o ainda uma vez, não é uma demanda.
É uma Verdade que não depende de nenhuma Experiência, de nenhum Corpo, de nenhum Conceito, de nenhuma Consciência.
A Consciência está ligada à Experiência e à Projeção, independentemente da Consciência.
O único momento em que vocês não têm Consciência, é quando dormem, e portanto logo que vocês acordam de manhã, tendo, como eu disse antes, o sentimento de ser o mesmo.
- Porque há o quê?
A Memória de ontem, a Memória de uma história limitada a esta Vida, ou, para os Buscadores Espirituais, para todas as vossas Vidas.
Mas qual é a importância?
O que foi ontem não é o que Sois hoje.
E o que Sois, realmente, não tem nada a ver com o Tempo.
O Tempo é uma Criação Artificial, qualquer que seja o Tempo.
Aliás, o Tempo é do Espaço desprovido de Tempo, mas tu não pertences, nunca mais, a nenhum Espaço.
Vocês não dependem do Espaço / Tempo.
O que depende do Espaço / Tempo é uma «pessoa».
Vocês não são, uma pessoa.
É um jogo.
Enquanto permanecerem na «pessoa», vocês alternarão Prazer e Desprazer, Sofrimento e Alegria.
Desde que haja Emoção, há Tempo, há Reação.
Enquanto houver Conceito, enquanto houver Pensar, há Tempo.
O Tempo é Ilusão, que vos faz crer num Caminho, e que vos perde num Caminho, que vos dá Satisfações, que nutre a Ilusão e a Esperança ou o Desespero.
Mas, vocês não são nem a Esperança, nem o Desespero!
Vocês são o que tem sido chamado de MORADA DA PAZ SUPREMA, A BEATITUDE ABSOLUTA que existe a partir do momento em que não sois mais uma «pessoa» ou um Indivíduo!
Ora o Paradoxo, é que «a pessoa», como tu a exprimes ou o Individuo, se tu estás no SER, passa o seu tempo a reivindicar uma demanda por aquilo que já está aí.
Quando tiveres entendido que não há nada para procurar, não há nada para prosseguir, não há nenhum Caminho, o Caminho pára por si-mesmo, a demanda pára por si-mesmo.
Tu sairás da Esperança e do Desespero.
Tu não serás mais afetado pela vida deste Corpo, pela vida desses Pensamentos, desses Conceitos.
Mas no entanto, isso não desaparecerá, porque isso tem um termo, mas o Ego vai-te fazer acreditar que se tu concebes este «ponto de vista», tu coloca um fim à tua Vida, o que é falso.
O Ego é muito astucioso para te fazer evitar de pensares assim, porque ele sabe que se tu perceberes este género de Pensamentos, esta Refutação, ele vai desaparecer!
O «saco de comida», que tu és, ocupará sempre um Espaço e um Tempo determinados, mas tu não serás essa pessoa nem essa Identidade.
Nesse momento, …que não depende de um tempo, … mas de um ponto de vista, …saiam dessa Noção Linear de Tempo!
Não há espera,… ele já está aí!
Aceitar isso já extrair-se do Jogo da «pessoa» ou Individuo.
Repito novamente, para ti… A espera é o Tempo,… o Caminho é o Tempo. …O Ego vai encontrar todos os pretextos para vos dizer que a Vida é Eterna, …mas tu sabes o que é Vida? …Onde está a Vida? …Será que ela está no Efémero? … No que é perecível? …Ou no que sustenta absolutamente tudo?
Se eu insistente tanto sobre o «ponto de vista», … é porque o «ponto de vista» vos faz sair do Tempo!
E a única maneira de sair do Tempo é entrar no Espaço, …não para ocupar o Espaço ou os Espaços, …não unicamente…para estabelecer Comunhões ou Fusões ou mesmo Dissoluções,… mas, muito mais, …para vos extrair… vocês mesmos… da vossa própria Consciência, … o que designei de uma A-Consciência.
A Consciência tem tanto medo de não mais existir, que ela constrói-se de Quimeras no «EU», como no «SER».
A Incompletude do «EU» ou do «SER», adula-vos para que indaguem essa Completude, quando ela sempre esteve aí!
Simplesmente a Completude, instala-vos num Tempo de uma Vida ou várias Vidas ou nos Conceitos e Pensamentos que se espalham no Tempo também.
E vocês mantêm assim, indefinidamente, a Experiência.
Experiência não é o ABSOLUTO.
Justamente, é a cessação da Experiencia, de toda a Ilusão.
A MORADA DA PAZ SUPREMA é o testemunho do ABSOLUTO, na Forma.
A Forma não é mais afetada, nem pelos Conceitos nem pelos Pensamento, nem através das Experiências.
Ela vai para onde ela deve ir.
A Vida desenrola-se como ela se deve desenrolar,… na maior das facilidades,… mesmo com uma doença muito grave,… mesmo sem comer, ….mesmo sem dinheiro, …ou mesmo na riqueza e felicidade.
Isso não muda nada!
- O que é que mudou? - O ponto de vista!
Mudar de ponto de vista! …não há outra alternativa!
Agora, devemos também entender que a culpabilidade não serve de nada!
Se tu considerares que as Experiências são boas para ti, …então tu tens a Eternidade do teu Tempo para as Realizar!
Não consideres jamais, o ÚLTIMO, como o objetivo,… porque isso não é um objetivo!
Esta é uma Realidade Absoluta que já está aí!
É isso que é de algum modo, o cerne do problema!
A Consciência está ligada ao Linear e ao Tempo!
Vocês não estão ligados à Consciência e ainda menos ao Tempo!
Prosseguimos….
***** Pergunta:- Como viver a Paz e a Alegria?
R:- Refutar-te-ei:
- Porquê viver A Paz e A Alegria?
Já na pergunta, tu significas que a Paz e a Alegria não estão aí.
A Morada da PAZ SUPREMA não tem o que fazer com as «Pazes» e Alegrias Efémeras.
Mesmo a Alegria do SER não o tem...ele faz isso apenas através da lembrança da Experiência ou pela repetição do SER instalado no Samadhi, enquanto Experiência.
Tu deves primeiro definir o que tu queres, porque quando tu dizes: «como viver a Paz e Alegria ou estar em Paz e na Alegria?», quem demanda isso, além da Personalidade que deseja ser apaziguada, mas sobretudo, manter-se, continuar a existir?
- O que é faz com que a Personalidade tenha necessidade de se manter e existir?
É claro, o Medo!
Mas enquanto o Medo estiver aí, qualquer que seja, nenhuma Paz, nenhuma Alegria, te pode conduzir à Morada da PAZ SUPREMA.
O Medo está inscrito na Memória, na História e nas Experiências, porque o «saco de comida» apenas existe através do Medo...Sem Medo, ele nem sequer teria aparecido.
Não teria, portanto, necessidade de desaparecer.
Procurar a Paz e a Alegria, é procurar um Medicamento Espiritual, não química, mas um Medicamento.
É já saber que «qualquer coisa», não vai bem…É querer trazer uma Solução.
Não há Solução…Não há problema, também!
Tudo depende dos Olhar.
A Paz, a Alegria é qualquer coisa que vocês querem conquistar, porque consideraram que é Exterior ao que Sois, porque tudo isso é oriundo do Princípio da Carência, do Princípio do Medo.
Justamente, o Medo e a Carência são as características do Efémero, de tudo o que é dual.
O equilíbrio da Dualidade não poderá jamais, aceder à Morada da PAZ SUPREMA, porque esse equilíbrio é instável, ….ele oscila, quer isso seja no «EU» …ou no «SER».
Apenas O ABSOLUTO, que tu És desde toda a ETERNIDADE, te vai permitir superar esse «como» ou o «porquê».
Aí também, o «ponto de vista» é primordial, porque enquanto refletires,… enquanto fizeres esforços, …enquanto acreditares progredir, …tu permaneces e persistes dentro da Personalidade e, em caso algum, …na Morada da PAZ SUPREMA.
É necessário mudar Morada.
Este Corpo está aí e se tu o suprimes, ele retornará.
Portanto, não há nada a fugir, …não há nada a rejeitar, ou adotar.
Apenas a mudar o teu Olhar, porque todo o Olhar adotado pela Personalidade ou pelo SER, é o resultado de uma Projeção, de um Conceito, de um Pensamento, de uma ideia, ou qualquer outra coisa.
Se tu queres viver A LIBERDADE, ao invés da Paz ou da Alegria, então, LIBERTA-TE, porque tu, já o ÉS!
A Consciência, recordo-vos, é uma Projeção no Exterior.
Tu constróis o «SER», como o «EU», através da Negação do que não és tu, do que não é o SER.
Definiste para isso, um certo número de Critérios ou Ideais. …E, procuras!
Então, é claro, é mais fácil ser no «SER» do que no «EU», porque, no «SER», …a Paz, a Alegria são muitas mais frequentes em Intensidade, no Tempo, no Espaço e na Consciência.
Mas isso não será jamais, a Morada da PAZ SUPREMA, porque tu estás dependente do que tu mesmo criaste, como um Conceito, como Ideia, como Pensamento, como Objetivo!
A partir do momento em que aceitas que …não há nem comentário,… nem porquê, …e portanto, nenhum Objetivo, …a Verdadeira PAZ, podem começar a aparecer ao teu Olhar, …porque a Verdadeira Paz não depende de nenhuma Circunstância Exterior, …nem mesmo Interior.
Esta Paz, chamada Morada da PAZ SUPREMA é o que é O ABSOLUTO,… não dependendo de nenhuma Condição, … nenhuma Ideia,… nenhum Conceito,… e sobretudo… de nenhuma Projeção.
Aceitar isso é Vivê-LA!
Mas não colocar atrás, a noção de Objetivo… Não colocar atrás a noção de uma expectativa…Em resumo, não coloquem nenhum Tempo, porque o Ego , tal como o SER,… vai tentar prender-te no Tempo, …um Tempo mais ou menos amplo, …mais ou menos alargado, …mas ainda Tempo.
Substitui Tempo por Espaço.
Ou seja…não procures localizar-te noutro lugar, …não procurares mais localizar-te, nesse Corpo, nessas Ideias, nesses Conceitos ou Pensamentos.
Nesse momento, a necessidade de Experiência acalmar-se-á.
O observador será ele próprio visto…. E tu ÉS, …muito exatamente,… o que se mantém detrás do observador,…e que, …ele, … jamais experimentou, …o que quer que seja.
É o Sono é da Dissolução.
São os momentos que vocês todos conhecem toda a manhã ao acordar…Quem sou eu e onde estou?
Quando acordam assim, …ao invés de pensarem em se angustiarem a vós mesmos, ao vosso marido, à vossa esposa, o que é que acontece?
Vocês estão muito precisamente, um milionésimo de segundo, um segundo… na Morada da PAZ SUPREMA!
Lembre-se de que é sempre a Consciência que procura provas, que procura a Experiência, que procura o Tempo.
A partir do momento em que tu apreendes isso, tu não colocas mais a questão da Paz e da Alegria.
Mas para isso, é-te necessário, extraíres-te de todas as Identificações….Eu sou um homem, …Eu sou uma mulher, …Eu tenho tal idade, …Gosto de tal trabalho, …eu ocupo tal função... VOCÊS, NÃO SÃO NADA DISSO!
Eu não disse que isso não existia... Muito pelo contrário, …ela existe! …Mas,… Será que tu és o que existe ou ÉS outra coisa?
Se tu queres a Paz e a Alegria, não seja nada disso! …Extrai-te, tu mesmo!
Para isso, «a pessoa», deve desaparecer, …não desaparecer por um fim da Vida, apenas seria, …repito mais uma vez, … um espetáculo ridículo, …mas mais… extrair-se de toda a Consciência,… de toda a Experiência, … de todo o folclore, … de todo o espetáculo.
Se conseguires fazer isso, …além de alguns milionésimos de segundo ou segundos,… tu não terás nenhum problema de Paz ou de Alegria ou de Corpo ou de Consciência…A Vida desenrolar-se-ia sem a intervenção do Ego ou do SER…. Tu esperarias serenamente, …fazendo o que se tinha que fazer, …o que a Vida te dá a fazer neste Mundo, …mas não serias afetado pelo quer que seja... Aí, há Liberdade!
Então é claro que há entre vós, quem fez Experiências fora do Corpo, fora deste Tempo, fora desta Dimensão, mas isso, continuam apenas a ser Experiências.
O ABSOLUTO está além de toda a Experiência.
Mas se tu tens sede de Experiências, então,… Vive-as!
Se tu tens sede de Encarnação, então, vivê-las-ás até satisfação da sede.
O Ser Humano Encarnado tem sempre sede, porque ele está construído sobre o Medo e a Carência.
Se um dia tu não tiveres mais sede, isso significa que não há mais Medo e mais Carência, que não há mais busca da Paz e da Alegria, porque tu tornar-te-ás o que Tu ÉS desde toda a ETERNIDADE, … a Morada da PAZ SUPREMA.
Mas, enquanto estiveres apegado a ti, ao que acreditas seres, … tu, … a esse Corpo, …a essa «pessoa», …essas ideias e conceitos, …esta busca, …este espetáculo, …tu participas do espetáculo, …de uma maneira como de outra, …como ator, …ou aquele que observa…., mas tu não sais da Ilusão!
E a ironia, … é que o Ego, …como o SER, …estão persuadidos de que eles vão poder continuar a ser este Efémero, … porque afinal, o Ego e o SER, gostariam que o Efémero durasse!
Mas o Efémero não se tornará jamais O ABSOLUTO! … É uma Ilusão!
Nesse sentido, buscar O ABSOLUTO não significa nada!
Buscar a Paz e a Alegria é uma Projeção da Consciência e nada significa,… para O ABSOLUTO!
O ABSOLUTO, é o momento preciso, no qual todo o Ponto se torna o Centro, …e não existe Centro a procurar, …porque tudo é o Centro…E não há nada a projetar, …quando tudo é o Centro, …porque cada Centro produz as características de todos os outros Centros, …suposto, …projetado ou imaginado.
Tu não és o «ponto de vista» da «pessoa», tanto nas suas Alegrias como nos seus Sofrimentos.
Aquele que é ABSOLUTO pode manifestar qualquer coisa neste «saco», até mesmo qualquer coisa de manifestado, muito dolorosa, e portanto, ele não é isso!
E, se ele o sabe, então, … qualquer que seja a dor, …ele não pode ser afetado ou alterado!
Aí está a Verdadeira Paz…. Aí está a Verdadeira Alegria …Bem além da Contemplação da Luz, …porque enquanto vocês contemplarem ou observarem, vocês colocam uma Distância!
Quando eu digo «mudar de Olhar» ou melhor «mudar de ponto de vista», … isso conduz-vos a se extraírem de toda a Observação, e, portanto, não mais Olhar, …porque a única maneira de tudo ver é, … estar colocado no Centro!
Ora o Centro não se move jamais! … Ele está em toda a parte!
A Imobilidade, como o sono, participa do estabelecimento do que denominei de A-Consciência.
Enquanto a procura de um Ideal, de um marido, de uma esposa, de um trabalho, de um além, … vocês afastam-se!
- Este é o PARADOXO! …Vocês creem avançar, …mas vocês recuam.
Enquanto não tiverem compreendido que vocês nunca se moveram, … vocês passam de um para outro, … e os vossos Humores flutuam no mesmo sentido, …e os vossos Pensamentos flutuam no mesmo sentido!
É como quando dizem que vocês procuram o Amor! …Mas vós Sois O AMOR!
Vocês não podem procurar O ABSOLUTO, …porque é o que SOIS!
Vocês não podem procurar O AMOR, …porque é o que SOIS!
Vocês não podem procurar A LUZ, …porque é o que SOIS!
É também esta noção de Busca que, a um dado momento, na vossa Busca Temporal, deve cessar.
Podemos dizer que este Mundo apenas existe, porque uma multitude de Consciências estão projetadas.
Quando dormem, como eu o disse, o Mundo desaparece.
Vocês não se colocam a questão de saber se ele vai reaparecer amanhã.
- Aliás, vocês têm a Certeza?
Não existem, como o sabem, nenhuma certeza sobre este Mundo, além da Morte deste «saco»!
Não se coloquem a questão do Futuro deste «saco», nem das Leis deste «saco», mas verdadeiramente, … o porquê e quem vocês são, …sabendo que não encontrarão nenhuma resposta no que vos é dado a perceber, a sentir e a experienciar, …porque Vós SOIS, além de tudo isso.
Mas, enquanto a vossa Consciência estiver voltada para a Projeção de um Ideal, …mesmo o mais elevado,… mesmo o Amor, …ele permanece ainda, e permanecerá sempre, …uma Projeção que vos afasta da Morada da PAZ SUPREMA.
Aceitem este postulado… Façam dele A VERDADE, porque não há outro.
Lembre-se:
O Efémero é construído sobre o Medo e as Carências.
Se vocês procurarem preencher os Medos e as Carências, …vocês mantêm o Efémero,… nesta Vida ou noutras Vidas.
- Vocês são verdadeiramente isso?
Agora, se vocês forem verdadeiramente isso, então continuem!
Compete-vos decidirem:
- A Efémero ou O ABSOLUTO? …- A Morada da PAZ SUPREMA e Alegria do SER?
- Contemplarem-se a vós-mesmos, o umbigo ou o coração, …ou parar a Contemplação,… afim de serem o que SOIS, além de todos os Tempos?
Cabe-vos definirem-se!... Cabe-vos decidirem-se!
Nenhum Elemento Exterior pode decidir no vosso lugar… nenhuma Paz projetada, …nenhuma Alegria projetada, … nenhum Amor projetado, …nenhum Efémero!
O cúmulo do Efémero é fazer-vos acreditar que vocês podem encontrar o Infinito no Efémero…Isso é falso! … A melhor forma de encontrar a Paz e a Alegria Eterna, é esquecer-se de si mesmo….e isso é o que acontece quando tu dormes normalmente.
***** Pergunta:- Como posso refutar o Medo de não saber formular e fazer uma pergunta?
R:- A pergunta é uma interrogação. -Toda a pergunta, seja aquela que me podes colocar ou não importa a quem.
Quando te colocas a questão de saber se chove, tu olhas para a janela ou vais ver o céu.
O problema é que, se te colocas uma questão do ABSOLUTO, não é possível obter uma resposta.
O Princípio é: «Tu és o que tu procuras».
- O que quer dizer o Medo, ainda uma vez?
O Medo é a Carência, colocada ao extremo.
E todos os Medos, como eu o disse, surgem no Mito da Morte.
É muito fácil dizer que o Ciclo de Vida e Morte faz parte da Vida.
Nesse caso eu refuto-te:
- Onde estás tu quando tu está morto, …dado que tu não está mais vivo, tal como tu o definiste?
A Consciência desse Corpo, do «EU», como do «SER» desaparece.
-Será que tu, … tu vais desaparecer?
Sim! …O Medo está aí!
O Medo de colocar uma pergunta, ou não a saber colocar, destina-se apenas a te dar ainda mais Medo.
Enquanto colocares uma Identidade ou Não-Identidade, sobre o Medo, tu consideras que o Medo é a tua Vida, …pouco importa saber se o Medo vem disto… ou daquilo, …dado que, em definitivo, …todo o Medo, está apenas ligado e justificado, através do Efémero.
- Quando tu dormes, sem sonhos e sem pesadelos, tu tens Medo?... O que é Medo?
Enquanto nutrires o Medo de não saber, …de viver qualquer coisa desagradável, …tu não pode ser ABSOLUTO… que já estás aí!
Pode-se até dizer que o SER, apenas está sustido pelo Medo, …porque o SER que é sustido pelo AMOR, através do que ele que É,… É ABSOLUTO!
Aí também, e mais uma vez, o que faz a anomalia, é a Carência e Medo.
A Carência e o Medo inscrevem-se no Limitado…e isso quer dizer o quê?
Que estás identificado com o teu saber, …com a tua «pessoa» …Que tu estás portanto, apegado ao Efémero…E daí, vem o Medo... Aí está a origem inicial e final do Medo.
Ora, a única coisa à qual que tu não podes estar apegado,…é ao que TU ÉS, na Verdade.
É o Apego à «pessoa», …que não é o que TU ÉS… que inicia o Medo e o mantém.
O Medo é uma Secreção do Corpo, e os vossos Cientistas sabem-no.
Existem hormonas do Medo, … como existem hormonas da Alegria.
- Mas será que tu és uma Secreção do Corpo?
Não!… Tu estás simplesmente identificado!
Porquê? Por causa do Medo.
O Medo, engendra Medo… Não há nenhum meio de sair d’aí.
Tu podes colocar o bálsamo apaziguante do SER …Podes colocar o bálsamo calmante ou químico do sono, …para lutar contra o excesso ou insuficiência no Corpo.
Mas, …tu não és nem o excesso … nem a insuficiência, …tanto de um como do outro!
Imagina, porque é a Verdade, …que o Medo é segregado pelo Corpo… O Medo tem um odor, aliás, existe lá química inclusive… Mas será que tu és essa química?
Não! …Simplesmente, a tua Consciência está aí identificada!
E tu vais-me retorquir que, quando tu vives o Medo,… tu tens Medo. …Ou quando vives a fadiga, … tu estás cansado… Ou quando tu vives a Morte, … tu vives a Morte.
Mas tu não podes morrer! …É este Corpo quem morre!
Enquanto tiverem Medo da Morte, …vocês têm Medo de … Viver!
Enquanto tiverem Medo de Viver, …vocês têm Medo da Morte, …porque vocês não sabem o que vem depois do Efémero!
Mas vocês não o podem saber, de nenhuma maneira, em nenhuma experiência, mesmo no re-encontro com a LUZ.
Isso apenas vos pode vos criar lembranças felizes, bálsamos calmantes sobre a Dor e o Medo, substituindo a Secreção de Medo pela Secreção de Paz ou de Alegria.
Mas a Morada da PAZ SUPREMA não está inscrita na química.
É o Olhar que muda.
Aquele que tem Medo inscreveu a sua Crença na Efémero, …qualquer que seja o Medo, …qualquer que seja o Efémero que é vivido.
Vocês não podem encontrar nenhum contentamento definitivo fora do que Sois, Verdadeiramente, porque todas as Alegrias, todas as Tristezas, apenas duram um Tempo.
Todos os Seres Humanos sabem-no.
Mesmo os grandes Seres que viveram a Morada da PAZ SUPREMA e viveram portanto, O ABSOLUTO, na Forma, …passaram por estas etapas, porque isso, …faz parte da Ilusão deste Mundo.
Tu não podes demonstrar a Ilusão deste Mundo.
Tu não podes demonstrar a Ilusão deste Corpo, porque, se lhe batemos,… dói, …e a Consciência vive-o.
Tu apenas podes refutar isso…. Refutar não é demonstrar …Refutar não é opor-se, … e muito menos, …como eu já o disse, …Negar. …É mudar de Olhar, de «ponto de vista».
Vocês não são nem isso que sofre, … nem isso que está contente, … nem o «SER»,… nem o «EU»!
Se aceitarem isso, … vocês vivem-no.
Nenhum Medo pode emergir…. E mesmo que surja, ele não tem nenhum controle!
Mas, enquanto lutarem, …enquanto se opuserem ao que quer que seja na Ilusão,… vocês mantêm a Ilusão!
Quando tu dormes, a Ilusão não existe mais.
É aí que reside o problema.
O Medo é um aguilhão que te mantém na Ilusão, porque, para aquele que está na Ilusão,… a Ilusão é menos Medo que o ABSOLUTO!
Aliás, para ele,… o ABSOLUTO não existe… Ou talvez ele o encare num tempo futuro, …como um esforço a fornecer, …qualquer coisa que está longe, …no Tempo como no Espaço.
Isso apenas assinar o compromisso formal com o «saco de comida» ou o «saco de Pensamentos».
É a mesma coisa, mesmo que tu não o vejas!
Quem disse: «Eu penso, logo existo», não pode penetrar o NÃO-SER, não pode abandonar o «EU».
Ele apenas o pode refinar e construir.
Mas quanto mais ele o refinar e construir, mais ele se fechará, ele-mesmo, no seu próprio Medo,…nas suas próprias proteções, …nos seus próprios limites.
Enquanto houver Limite, …enquanto houver «proteções»,… não existe liberdade!
E no entanto, vocês todos reivindicam A LIBERDADE!
Mas vocês têm Medo da Liberdade, porque é o que Sois!
Apenas a Consciência vos impede de o ver.
Não é, uma «coisa qualquer» para consciencializar, mas é algo para fazer cessar!
É exatamente o oposto do que vos quer fazer crer a «pessoa», que vocês crêem ser, … este «saco de comida», este «saco de Pensamentos».
Lembrem-se:
Nenhum «saco», mesmo o mais perfeito, é ABSOLUTO, porque «um saco» é um Limite entre o que está dentro e o que está fora.
Então, enquanto vocês considerem que sois «um saco», isso significa que vocês consideram que há um fora e um dentro...E enquanto vocês considerem isso, o Medo está aí…É uma Secreção do «saco».
Vocês não são o «saco» …Não são, tampouco, o que constitui «o saco» … Não são, aliás, todos «os sacos».
O ABSOLUTO não conhece Limites… Não há portanto… «saco».
Mas deixando tranquilo este «saco», ... Não te ocupes com ele, …deixa-o viver o que ele tem que viver,… seja no trabalho, ... no amor ou …o que quer que seja.
E tu aperceber-te-ás que, …se o deixares viver, …a tua Vida tornar-se-á maravilhosa e o ABSOLUTO estará aí!
Este é justamente o envolvimento da própria «pessoa» ou do próprio SER, que fecha o «saco» e que torna este «saco» medroso.
Tudo o que vocês chamam de Controle, a Matriz, é Ausência de Liberdade…É uma restrição, um constrangimento.
Então vocês vão-se defender dizendo que vocês estão Encarnados e que é necessário estabelecer Regras.
Mas as Regras são boas para o «saco», …para os Pensamentos, …para a moral, …mas não, …para o que SOIS, … a menos que te consideres que tu és «uma qualquer coisa» de moral.
Tu não és mais, tanto a moral como o Medo.
Tu não és esta Vida que se vive, …que esta Morte que se vive, …que este Nascimento, que se é experienciado.
É um concurso de Circunstâncias…que tu chamas de Cármico ou Evolutivo,… é falso!
Sai de tudo o que te congestiona e verás que o Medo não existe em outro lugar, além do que te sobrecarregava.
O «saco» não é culpado, …nem o da comida, … ou dos Pensamentos.
Ele está aí e é isso tudo!
Mas tu, … tu não o és!
Descobre onde… tu ÉS, …fora do Tempo… e verás que este «saco» de comida e Pensamentos portar-se-á às mil maravilhas. … o que quer que ele viva ou não viva!
Enquanto permaneceres tributário dos Afetos, dos Medos, das Perdas ou dos Ganhos, …é a mesma coisa…. Isso é ilusório.
Os Seres Humanos, de maneira geral, querem colocar A ETERNIDADE no Efémero… Mas isso é falso!...É o Efémero que é, na ETERNIDADE.
O ABSOLUTO contém o Efémero … Mas nenhum Efémero pode conter o ABSOLUTO.
É matemática elementar.
Tu não podes ser o Centro e a Periferia.
Tu não podes estar em Movimento e Parado.
Salvo se te tornares o Centro e que traduzas este Centro por toda parte, dado que é o mesmo Centro.
Quando eu vos dizia ou quando vos disseram, …sobretudo agora, …para manterem a Calma,… isso não significa permanecer sentado num canto e não fazer nada.
Trata-se de permanecer tranquilo nos Pensamentos, não dar peso e decisão, nem ao Medo, nem às Experiências, nem ao que quer que seja.
- Vocês querem ser a Morada da PAZ SUPREMA, que Sois já, e que vocês fazem tudo para se afastarem dela?
A Morada da PAZ SUPREMA não tem o que fazer, com o que fazem ou com o que vocês acreditam ser.
Ela É já, o que vós Sois…Vocês são isso.
Vocês são o Centro.
Vocês não são o Centro do Mundo, … sem isso, …é o «EU».
Vocês não são também o Centro do Coração… sem isso, é o SER.
Mas vocês são todos os Centros, não apenas esses dois.
- O que é que vos limita?
O «saco» !
Mas vocês não são esse «saco», …nem de ideias, …nem de Pensamentos, …nem de comida.
Aceitem isso, porque é A VERDADE!
Isto, não é uma Crença, é justamente o fim de todas as Crenças.
Parem de acreditar!
Quando me dizes, «Eu estou com Medo», …mostra-me o teu Medo.
- Tu és capaz de mo mostrares?
Quando tu dizes, «Eu sou este Corpo», …eu vejo este Corpo, …mas… prova-me que tu és este Corpo?
É uma Crença, uma Experiência, mas isso não é A VERDADE.
Se te libertares desses pesos, mesmo que isso te pareça Absurdo… mas, é evidente que o Ego vai achar isso Absurdo e, …o SER também, …mas se tu fores no que tu nomeias de Absurdo, descobrir-te-ás ABSOLUTO!
Porque recorda-te que, para o Conhecido, tanto para a «pessoa» como para o Indivíduo,… o ABSOLUTO é um Absurdo.
Mas, evidentemente que, desse «ponto de vista», …sim!
Gira o «ponto de vista» e tu viverás o que TU ÉS.
***** Pergunta:- Do dia para a noite, a Vida que eu vivi e que era aquela que eu sempre tinha sonhado, pareceu-me vazia, como se fosse a Vida de outro. Hoje não me reconheço mais, nem nas escolhas que fiz, nem naqueles que se apresentam a mim. O que fazer?
R:- Justamente… não fazer nada!
Não há nenhuma Solução a trazer, dado que tu encontraste a Solução!
Se me posso assim exprimir, você estás a cavalo entre o Jogo do «SER» e do ABSOLUTO.
Naturalmente, como o sabes, não há Passagem, nem do «EU» nem do «SER», para o ABSOLUTO.
Mas ser ABSOLUTO, que é quando o «EU» e o «SER» são Absurdos!
É exatamente o que tu vives!
Então, quero felicitar-te e tu deves felicitar-te.
Isto prova simplesmente que o «EU» não quer mais jogar.
Isto prova que o «SER», que era o objeto da tua Atenção, também, se dissolve.
Sobretudo, não perguntes nada… Não planeies nada.
Tu estás no Caminho certo, …aquele que te diz que não há Via.
Não escutes aliás, nenhuma voz, …mesmo a minha, porque tu já lá estás.
Vai para os limites do que te parece,… justamente ….Absurdo.
O ABSOLUTO está aí.
O que acontece, e o que vives, tem sido chamado «a Dissolução da Alma» ou «a Consumação da Alma», que não está mais voltada para a Ilusão, nem para a Experiencia, mas que se reúne ao Espírito.
Vocês conhecem aquela que era uma grande Dama, Ma Ananda Moyi, que vos falou em inúmeras reuniões.
Não existe outra maneira de desaparecer e de se aniquilar.
O desaparecimento não é a Morte.
Desaparecer é sair do aparecer.
É enfim, ser Claro,… não parar nada mais, …não desejar nada mais.
Isso não é a Morte do desejo, …não é o desinteresse, …mas é A VERDADE.
É o lugar fora do Tempo, o Centro de todos os Centros, onde se encontram todos os Contentamentos.
Então, é claro, a partir do «ponto de vista» do que é Limitado, isso pode parecer inquietante, desesperante, vazio.
Mas se fores ao extremo, …é pleno, …é o ABSOLUTO, é isso.
Há apenas, aí também, a percepção do Observador que observa que tudo o que fazia a tua Vida, não existe mais.
Mas como eu o disse, …tu não és a tua Vida,… inscrita entre o Nascimento e a Morte.
É necessário colocar um fim no que é Conhecido, em tudo o que é Conhecido, para enfim ser, além do «EU SOU», na «NÃO-CONSCIÊNCIA», que eu denominei A-CONSCIÊNCIA, que não é o INCONSCIENTE.
Portanto, e sobretudo, não faças nada, não mudes nada!
Descansa em PAZ... Porque à força de observares este NADA, NEANT, …como tu o observaste, …o ABSOLUTO está aí.
Não há nada de mais simples.
Logo que isso parece complicado,… é o «EU» que está envolvido,… «a pequena pessoa», … «o saco».
Permanece onde estás, e deixa desenrolar o que acontece.
Se aceitares isso, …sem te envolveres, …sem indiferença, …sem desejo do que quer que seja, …e se tu fazes cessar também o Jogo do Observador, tu sais do Teatro.
Esta é a única condição possível para Viver e Ser a Morada da PAZ SUPREMA, aqui como em toda a parte.
Tu irás experienciar as tuas Sombras, que no entanto, denominarás de tuas Luzes que são partes.
Não te esqueças, que tu está invertida neste Mundo: o que vocês chamam de Vazio, está cheio e que o que chamamos de Matéria, está Vazio.
Os vossos Cientistas sabem disso.
Mas tu tens a chance de o Viver!
Então, sobretudo, não procures saber,… porque o Conhecimento é uma Projeção.
O que tu vives, coloca um fim à Experiencia e, portanto, à Consciência Limitada.
Nenhuma Dúvida, é possível em relação a isso.
E se vocês se interrogarem a vós-mesmos, uns e outros, vocês aperceber-se-ão que este é o caso de muitos de vocês, que trabalharam para o «SER».
Aí também, cada vez mais, há que compreender que não é o Conhecimento nem uma Compreensão, nem uma Experiência, nem «o EU», nem «o SER», mas simplesmente, mudar de «ponto de vista».
Aceitem a aparente absurdidade da coisa, … para descobrirem o verdadeiro significado, …isto é, …a ESSÊNCIA, e não… os sentidos, em 2palavras.
Não há nenhum Sentido.
Os sentidos enganam-vos.
Apenas a ESSÊNCIA, numa palavra, é a Solução.
E, enquanto houver sentido, não há ESSÊNCIA.
Enquanto vocês quiserem dar um Sentido, uma Lógica, à vossa Vida, às vossas Experiências, ao vosso «SER», vocês não estão prontos para abandonar, vocês agarram-se ao Efémero.
Então o que vives, ou melhor, o que tu não vives, é exatamente isso, O QUE TU ÉS.
Então, é claro, a Personalidade, o «SER» devem fazer o luto, porque é uma execução do Efémero.
E isso pode assustar ou, em qualquer o caso, interrogar.
Se tu ultrapassares o Medo ou a interrogação, constatarás muito rapidamente que tu és a Morada da PAZ SUPREMA.
É isso…Tu ÉS isso.
Ainda uma vez, não procures entender agora.
Terás bastante tempo para refletires e compreenderás então, que não há nada a reflectir.
Há apenas, a deixar cair, o que morre, não mais o nutrir, não mais procurar saber.
Então, dito de uma forma poética, dir-se-vos-á:
«Voltem a ser como uma Criança».
Mas uma Criança ainda é um «saco».
Vai além da Criança, antes do «saco».
Tu estás aí.
***** Pergunta:- Uma fragilidade faz-me passar do Riso, da Ligeireza, à Densidade, aos Pensamentos Obsessivos contínuos, mesmo sem o consciencializar. Então, eu sou incapaz de amar e ser amado, de me Centrar e mesmo Refutar. Como sair deste Inferno?
R:- Mas, o Inferno és tu, …no que crês Ser!… Não existe outro Inferno!
Reflete.
Amar ou ser amado é já considerar que há uma falta, dado que tu És AMOR.
Projetar o Amor é afastar-se de SER AMOR, porque aquele que É AMOR, em absoluto, não tem necessidade de decidir amar ou de procurar amar, ou mesmo de ser amado…dado que, é a sua ESSÊNCIA.
Há, atrás da tua pergunta, Culpabilidade.
O Efémero oscila… tu, não podes encontrar equilíbrio, de forma alguma, de modo durável, no Efémero.
O problema é o Narcisismo porque, fundamentalmente, este Inferno que descreves está ligado ao teu próprio Narcisismo, à necessidade de voltares a ti próprio, no «EU».
É o Centro do umbigo.
É procurar as Causas nos Sofrimentos, nas Oscilações, nos Humores.
Mas, fazendo assim, tu manténs a Ilusão de não te achares digno de amar e ser amado.
Mas tu não tens que ser digno ou indigno, dado que tu És AMOR.
Enquanto procurares o Amor no acto de Amar, na necessidade de Amar, ou na necessidade de ser amada, tu não fazes mais do que negar a tua própria Natureza.
Todos os Seres Humanos reivindicando agir, no mínimo uma vez nas suas Vidas, por Amor, qualquer que seja a expressão desse Amor, Sexual, Filial, Passional, Espiritual.
Enquanto procurares,… haverá falta.
Se não procurares mais, ….a falta deixa de existir.
Procurar o Amor é como pedir a uma maçã para procurar uma semente.
Mas a semente está dentro dela!
Tu não podes procurar, no Exterior, uma Satisfação Interior, se não for para ficar e permanecer na Dualidade e na Alternância Prazer/Desprazer, num qualquer Amor que seja…Sexual, Passional, Filial.
Tudo isso são apenas Amores Humanos que refletem apenas a falta de Amor do que vocês realmente Sois, porque o vosso Olhar não é bom.
Tudo isso vem das Crenças, de todas as Crenças, quaisquer que sejam, de todas as Memórias…tanto as vossas como as dos outros, …quaisquer que elas sejam.
Mas vocês não são um Ser de Memória ou de Crenças.
VÓS, SOIS ABSOLUTO… VÓS, SOIS AMOR.
-Como é que o que é ilusório, Maya, poderia trazer uma qualquer satisfação que fosse durável? …Porque mesmo a Satisfação mais durável, desligar-se-á com a tua própria Morte, desse Corpo, desse «Corpo de comida».
O Ego crê-se, em permanência, Imortal.
Em todos os Amores que existem, ele quere-os Infinitos e Eternos, além da Morte.
Mas nenhum Amor, vivido aqui, é O AMOR.
Todo o Amor, mesmo o mais desinteressado, mesmo o mais espiritual, é apena sa tradução da falta de reconhecimento do que vós Sois, AMOR.
Como o Medo, como o Narcisismo, como o Inferno, que apenas são o Não-Reconhecimentos da vossa Natureza, da vossa ESSÊNCIA.
Vocês colocam peso onde não existira nenhum peso.
O Amor não é uma Responsabilidade.
O Amor não tem que ser Justificado e não é Justificável.
Ele não tem que ser procurado ou encontrado.
Nem há mesmo que se colocar a questão da sua Manifestação, ou da sua Ausência, ou da sua Presença, …porque é o que Sois.
É o Ego que queria ser AMOR.
Mas ele não o poderá jamais Ser, …dado que o Ego está construído sobre a falta de Amor, …sobre o Medo.
Portanto, tu não podes permanecer no teu umbigo e reivindicar o Amor.
O único verdadeiro AMOR é aquele onde vocês… desaparecem, …enquanto «pessoa», …enquanto Indivíduo, …enquanto Consciência, …enquanto procura.
Se vocês pudessem parar tudo isso, com um golpe de varinha, e,… permanecer tranquilos, … vocês constatariam instantaneamente, como eu o disse já, …que vocês não são nem o Ator, nem a Cena do Teatro, nem o Espectador, nem o Teatro.
Vocês desempenham um desses papéis e vocês acreditam completamente nele, mesmo sabendo, pertinentemente, …que todo o «papel» tem um fim, como esse «saco».
Então, podemos falar da Alma, do Espírito…. Mostrem-mos!
A ÚNICA VERDADE É O AMOR, MORADA DA PAZ SUPREMA,
ABSOLUTO, ETERNO, NÃO-EFÉMERO, NÃO-EU, NÃO-SER.
Enquanto houver reivindicação sobre a «pessoa», isso simplesmente quer dizer que vocês estão instalados na «pessoa».
Se não houver «pessoa», a «pessoa» não pode ter o mínimo problema… É impossível.
Dando um outro exemplo:
É como se tu me dissesses: «eu não quero mais estar no rés-do-chão, mas quero estar no 4º andar do imóvel», …mas tu persistes em permanecer no rés-do-chão, sem querer mover-te para o 4º!
A expressão que vocês poderiam empregar é, «querer um e o outro».
Vocês não podem querer, ao mesmo tempo, o Efémero e Serem Absoluto.
Lembrem-se:
O Efémero não pode conter O ABSOLUTO.
O ABSOLUTO contém o Efémero.
É de tal modo simples que o Ego, jamais o aceitará, …que o SER também, jamais o aceitará…porque eles querem-vos fazer passar o Efémero por ETERNO.
Assim, mesmo se isso seja difícil de entender para a «pessoa», … tu não és essa «pessoa».
Mas enquanto permaneceres na «pessoa», … tu permaneces no Narcisismo, que é o Sofrimento ou, no melhor, …a Alternância entre o Sofrimento e a Satisfação.
Ora, toda a Satisfação apela à sua reprodução, …em todos os sentidos do termo, «reprodução», … em ti, através dos Medos que vão e voltam, …e igualmente, através da necessidade de se reproduzir, …para esperar se encontrar numa continuidade Efémera.
Toda a «pessoa», está inscrita nesta necessidade de Reprodução.
Todo o «saco de comida» apenas pode existir através deste Princípio de Reprodução.
É justamente disto que é necessário tomar Consciência e, extrair-se.
E depois, desembaraçar-se, também, da Consciência que a reconheceu, …porque quanto mais cavarem esperando encontrar A LUZ, …mais vocês se afundam nas Trevas.
Eu poderia chamar isso de «Psicologia de saco»… E é a Verdade.
Procurem sem procurar… Parem e,... vocês avançarão.
É necessário desembaraçarem-se de tudo o que chega à Consciência.
Então, eu imagino que a «pessoa» confinada vai querer desembaraçar-se do que a faz sofrer.
Mas ela não chega a compreender como é que ela se deve também, desembaraçar do que a faz feliz.
Isso não quer dizer sair de uma Relação mas é, aí também, mudar de «ponto de vista».
Quando me dirijo assim a vocês, a «pessoa» pode compreender indevidamente, que é necessário afastar-se de uma Profissão, de um Marido, de uma Mulher, de uma Relação.
Mas eu Jamais disse isso!
É o que vocês entendem, ao nível da «pessoa» …E vocês entendem-no sempre assim, …enquanto estiverem instalados na «pessoa».
Aceitem não ser ninguém e, vocês verão.
Mas a partir do momento em que vocês empreendem uma Acção para não serem ninguém, … suprimindo isto ou aquilo,… vocês não apreenderam nada, …porque eu não me dirijo necessariamente à parte que «entende» as minhas palavras, num primeiro tempo.
E é por isso que vos digo, a cada vez, para usufruírem do tempo para compreender.
Se tu não compreenderes nada, …agora, …tanto melhor, …porque eu, me dirijo ao que está além da compreensão…Eu não me dirijo à «pessoa» que escuta, …mas àquela que entende.
*************************** 
Compartilhamos estas informações com toda transparência.
Agradecemos-vos por fazerem o mesmo, se a divulgarem, reproduzam integralmente o texto, citando a fonte: www.autresdimensions.com.
