sábado, 12 de maio de 2012

BIDI - 12.05.2012

BIDI - 2012.05.12
Pois bem, BIDI está convosco para trocar, entre nós.
Saúdo-vos e agradeço-vos pela vossa PRESENÇA, pelas vossas questões.
Podemos começar.
***** Pergunta: - Disse, há alguns dias: Refuta esse «EU», essa «pessoa» que tu crês ser, sem «Falsa Humildade», sem «Falsa Simplicidade». Poderia desenvolver?
R:- Pois bem, é muito simples.
O «EU» também, «o meu», se tu preferires, tem muitas vezes tendência a se minimizar… é o que eu chamo de «Falsa Humildade», porque não é minimizando «o mim» que tu vais encontrar o SER, e ainda menos O ABSOLUTO.
Existe, com efeito, uma propensão, no Humano Encarnado, a querer jogar o Jogo da Humildade.
E, para isso, ele vai apagar-se, nas suas Relações, ele vai dar a aparência de «ser Simples». O seu Ego vai estar colocado atrás dele.
Mas é o próprio Ego que se coloca atrás dele.
Não há nenhuma possibilidade de passar do Ego ao ABSOLUTO, eventualmente ao SER.
Portanto, quer o Ego seja, como vocês dizem, positivo ou negativo, não muda nada no problema, É SEMPRE O EGO.
Assim, portanto, quando jogas para te apagares, … - O que é que se apaga além do Ego?
Sempre ele.
Eu chamo assim «Falsa Simplicidade» e «Falsa Humildade», daquele que se vai apresentar de uma certa forma:
Ele não coloca o Ego na frente, mas é sempre o Ego.
O Ego tem o belo Jogo para te fazer crer que se ele é gentil, que se ele é útil, que se ele é amoroso, isso é suficiente para te contentar, a ti, o que tu És.
Pois bem, não há nada de mais falso!
Ser Simples não corresponde a um comportamento.
Ser Simples, é Ser Simples de Espírito, como uma Criança.
E não, nas Estratégias do Ego, chamado «negativo», que se vai apagar crendo deixar existir o AMOR.
Isso é para rever, Clara e Simplesmente.
O Ego tem à sua disposição, imensas Estratégias.
O teu Mental vai-te propor uma Estratégia.
- Se, de algum modo, tu te apercebes de que é uma Ilusão, o que vai ele propor-te?
 Uma outra Estratégia!
E vocês passam as vossas Vidas a jogar às Estratégias.
Vocês não estão mais no imediato, vocês estão num Papel, num Julgamento de Valor de vocês mesmos.
O que, evidentemente, é tudo, menos Simples…. E bem longe da Simplicidade.
A Simplicidade é aquela da Criança, aquela que é espontânea, imediata e Presente.
A Personalidade é inumerável nas suas Máscaras, nas suas Apresentações.
Mas apreendam que isso apenas são papéis, nenhum é melhor do que o outro.
No ABSOLUTO, o destruidor de corações é a mesma coisa que aquele que não tem coração, e a mesma coisa que aquele que coloca o coração na frente, na «pessoa».
É o mesmo Jogo.
Mesmo que vocês o chamem de outra forma, é sempre uma «cena de Teatro».
É isso que é necessário compreender!
É isso que é necessário ver!
É isso que é necessário nivelar e não jogar um Papel mais agradável, para ti e para os outros.
Qualquer que seja o Espetáculo, isso permanece um Espetáculo, do guru vestido com o seu vestido de cor, ou da religiosa que se apaga, isso não muda nada: é um Espetáculo.
É necessário ir… além do Espetáculo.
***** Pergunta: - A Refutação, como o Abandono à LUZ são finalidades que não o são?
R:- É exato, tu podes dizê-lo assim, aí onde tu estás!
Mas atenção que essa afirmação não te torna imóvel no Ego e não te impede de realizar o que é para realizar, ainda no Ego!
Apreendam que a Refutação age sobre o Ego, sobre a Ilusão.
Ela faz Silenciar a Ilusão, porque o Mental não tem mais iniciativa.
Atenção que o Mental não te diz que, finalmente, ele não tem propósito, e não faz com que sejas obrigado a abandonar porque a tua razão prevaleceu.
As palavras empregues, nas vossas perguntas como nas minhas respostas, devem ser ultrapassadas.
A apresentação da Refutação é um exercício que vos vai conduzir a Observar, a Olhar, e a não se fiarem unicamente na vossa Razão ou nas vossas Crenças mas, evidentemente, a irem além disso.
 É como quando um Humano fala de AMOR.
O Amor Humano é uma Projeção, em permanência, porque ele está Condicionado com os Sentidos, Olhares, Crenças.
O único AMOR Verdadeiro, é aquele em que é ele mesmo, que não sabe porque Ama, porque isso é a sua Natureza, descoberta e revelada.
Enquanto o AMOR for tributário de uma Relação de sangue, de uma Relação Carnal, de uma Relação, qualquer que seja sobre esta Terra, isso não é o AMOR, é a Ilusão do AMOR.
Os Anciães disseram-vos, durante anos:
 O AMOR É VIBRAÇÃO, A CONSCIÊNCIA É VIBRAÇÃO.
Todo o mundo, sobre esta Terra, diz: «eu amo».
- Mas será que para tanto, ele sente o SER? É a Personalidade que ama uma Outra Personalidade, porque ela se encontra aí e se completa.
 O AMOR flui, como uma Fonte espontânea, desde o instante em que o « EU SOU» está Realizado, desde o instante em que A PRESENÇA está aí.
E isso não é dirigido a qualquer um, é uma Emanação Natural do que ÉS, que te conduz, a partir do instante em que mesmo isso não é mais observado, no ABSOLUTO.
O que não é uma finalidade, exatamente, porque é muito exatamente o que És.
Apenas o lugar onde tu te colocaste, é que não é correto.
Então, atenção porque o Mental não se detém nesta noção de Finalidade ou de Não-Finalidade.
Sem isso, isto vai reproduzir a mesma coisa que para o AMOR.
É necessário estar vigilante.
Mas essa Vigilância não é Mental, é uma Vigilância da Consciência que vos instala no Presente, no «EU SOU».
E, uma vez o « EU SOU» Realizado, será necessário ultrapassar o «EU SOU», ou então, aterrar diretamente no ABSOLUTO que Sois, de toda A ETERNIDADE!
Mas isso não são vocês que decidem!
Pelo contrário, ao nível da Personalidade, são vocês que decidem praticar a Refutação, ver claramente as coisas, tal como elas são, e não como vocês queriam que elas fossem, ou como vocês crêem que são.
É profundamente diferente.
Quando o SER se descobre, o que vocês denominam de Chacras ativam-se.
Vocês percebem a Vibração, e naturalmente, banham-se na Vibração, porque é tão novo, tão agradável, e tão diferente!
Mas vocês sabem muito bem que a Vibração está condicionada às vossas meditações, aos vossos Humores, aos Ciclos da Lua, do Sol, portanto é Efémera também.
É necessário ir além da Alegria.
Tudo isso são Experiências.
Evidentemente que abrem a Consciência mas, recordo-te que, O ABSOLUTO não é A CONSCIÊNCIA.
Nada pode ser dito do ABSOLUTO.
Tu apenas podes Testemunhar, aqui mesmo, nesta Forma, o que se acontece e que é, portanto, também Efémero, porque existe uma Alegria e uma Felicidade a comunicar do que é vivido.
Mas isso é apenas um Reflexo, A VERDADE não pode ser conhecida desta Forma!
Pelo contrário, o Testemunho pode ser feito, porque esse Testemunho feito, tal como eu faço, vai permitir-vos colocarem as perguntas certas, e realizar o «Curto-Circuito Mental».
O ABSOLUTO não é uma Finalidade, porque se tu falas de Finalidade, evidentemente, isso quer dizer que há uma Estrada e um Caminho, e portanto um Tempo.
Enquanto considerares que existe uma finalidade, enquanto considerares que necessitas de Tempo, certamente, isso não é Real.
O ABSOLUTO não está no Tempo!
 É tudo isso que é necessário compreender.
 É a Verdade.
O Mental tem horror que lhe digamos que nada existe daquilo que ele propõe.
É a pior das soluções para ele.
Lembrem-se que, a Meditação coloca o Mental em repouso, ela dá-vos a ver os Pensamentos.
- Mas quem é capaz de parar os Pensamentos?
Apenas aquele que é ABSOLUTO!
Senão, os Pensamentos estão sempre aí.
Eles estão à espreita, prontos a surgir, desde que tenham uma contrariedade, desde que oiçam barulho, desde que vos toquem, desde que as Leis da Encarnação vos alcancem, no Corpo ou no Mental.
O ABSOLUTO não tem o que fazer com tudo isso!
Ele não está nem dentro, nem fora, está em todo o lado.
***** Pergunta: - A Refutação deve ser permanente, ativa, durante todo o dia, para todo o pensamento que se apresenta?
R:- O objetivo da Refutação não é ser permanente.
É o de te colocar à Distância, como Observador, como Testemunha.
Quando esse Corpo come, tu não És esse Corpo, és um veículo que tu alimentas.
O problema da Consciência Humana, pouco importam as razões, é que ela está persuadida de que ela não pode sair desse Corpo, que ela está presa aí, mesmo que isso lhe agrade.
É como se tu me dissesses que conduzes o teu veículo e que, à noite, não podes sair dela quando te vais deitar, tu tornaste-te o teu veículo.
A Refutação não é o desaparecimento.
 O Corpo, ele estará sempre aí, enquanto for vivo.
Quando ele morrer, tu estarás sempre Vivo.
Antes que o Corpo apareça tu estavas Vivo, mas disso não tens lembrança.
- O que Eras tu?
A Refutação vai-te conduzir a perceberes o que tu ÉS e não mais o que tu Crês.
Não vale a pena dizer, por exemplo, quando comes feijões e os feijões penetram o teu Corpo, o feijão é uma Ilusão, porque, para o Corpo, é uma Verdade, é o que lhe permite existir.
Mas tu não és isso que existe!
A Refutação deve sair, eu diria, como um mecanismo salutar e espontâneo.
Não o facto de comer os feijões mas, por exemplo, de afirmar que tu não És o veiculo.
Portanto, isso refere-se às coisas, igualmente onde existe um Princípio de Identificação, quer isso seja a esse Corpo ou a esse Mental.
Isso refere-se, efetivamente, mais aos Pensamentos, aos Mecanismos Habituais.
Lembrem-se de que é a vossa Consciência quem perdeu a sua UNIDADE, quem perdeu O ABSOLUTO, no seu Não-Desaparecimento, e que dáPRESENÇA e densidade a este Mundo.
Mas contudo, nos componentes deste Mundo, alguns são Multi-Dimensionais.
Vocês, não.
 Os Anciães, as Estrelas, disseram-vos que vocês não estão mais presos.
Mas não confundam o desligamento com a Negação.
Não é porque a Refutação é uma Negação que é necessário estar em Negação com a Vida, qualquer que ela seja.
Sem isso, o Ego vai-se aproveitar disso!
E vocês arriscam chegar ao resultado oposto: a depressão. Porque vocês não chegam lá, porque o Ego vos vai dizer que é necessário lá chegar.
O exemplo que eu dei, relativamente ao Teatro, é o mais gritante. O exemplo da corda, também é importante, que é tomada por uma serpente, até que a LUZ ilumine a corda e, portanto, o medo desapareça:
«Não confundir o recipiente com o conteúdo». (ndr: exemplo citado na intervenção de O.M. AÏVANHOV - 2012.05.06.pdf )
Quando tens um recipiente, que está cheio de ar, selado e que esse recipiente se parte, será que o ar desaparece?
Não, o conteúdo permanece, mas ele não é mais contido, não está mais limitado.
Da mesma forma, quando vocês falam de uma jóia em ouro, que tem uma forma, o que é que é importante para vocês?
Certamente, é a forma da jóia.
O que é importante para O ABSOLUTO, se tal se podemos dizer, é a realização, por ti, pois «o ouro», sempre está lá!  …E que não o é, porque ele tomou uma dada forma, que o ouro não existe mais.
Vocês estão, visceralmente, atrelados a esse Corpo.
Vocês estão, visceralmente, atrelados a esse Mental.
Mas nem o Corpo, nem o Mental, vos são de uma qualquer utilidade, para O ABSOLUTO.
Não é uma questão de queimar o Corpo, mas em contrapartida, podemos queimar o Mental.
O que será, depois, muito mais fácil para viver o facto que, realmente, tu não És esse «saco de comida»!
***** Pergunta: - Quando se Refuta e o Mental parece responder «eu não sou nada», que fazer?
R:- O Mental mente-te.
Ele é tudo, menos nada.
Mas ele quer fazer-te crer que ele não é nada, para que te afastes dele.
É o Princípio, também, da «Falsa Humildade», como procedimento, ou da «Falsa Simplicidade».
O que é nada, em definitivo.
É todo o complexo Efémero contido no «saco de comida» e o «saco de comida» também.
É necessário mudar o «ponto de vista».
A Refutação é o meio de mudar o «ponto de vista», na sua totalidade.
Não é negando o Corpo, ou matando-o, que vais ser ABSOLUTO.
O ABSOLUTO contém o Corpo, mas ele sabe que ele é uma Ilusão.
O ABSOLUTO não pode estar fora do que quer que seja.
Simplesmente, existem, no Mental como no Corpo, elementos que impedem de ver O ABSOLUTO.
E portanto, se deslocas o teu «ponto de vista», como no exemplo do Teatro, tudo correrá bem.
A Refutação, como eu disse, deve preencher-vos de PAZ.
Ela deve preencher esse «saco de comida» de Alegria.
E num momento, tudo vai desaparecer.
Isso parecer-te-á ser uma Consciência Liberada de tudo.
E se também, abandonas esta Consciência…então, O ABSOLUTO é dado a Ver e a Viver.
Não antes.
Enquanto derem a menor das importâncias, enquanto aceitarem a mínima Consciência, a esse «saco», ao que vocês acreditam ser… vocês não mudaram de «ponto de vista», …vocês ainda estão em vias de atuar na cena, ou ser o observador da cena. …Vocês crêem que ainda existe um Teatro!
Mudem de «ponto de vista».
Aceitem nunca mais serem apreendidos e delimitados, pelo Espetáculo, pela poltrona, pelo próprio Teatro.
E vocês verão a Verdade.
É muito Simples.
A Simplicidade está aí.
***** Pergunta: - É o quê, «O NÃO-SER»?
R:- Mas O NÃO-SER, é o quê?
Será que eu te posso falar do ABSOLUTO?
É o primeiro Princípio que eu enunciei:
NADA PODE SER DITO SOBRE O NÃO-SER.
NADA PODE SER DITO SOBRE O ABSOLUTO.
Tu não podes dar Testemunho quando aí estás, aí onde não há nada a Ser.
Enquanto procurares compreendê-Lo, ELE afasta-se!
Tu não podes compreender o que És.
Abandona esta ideia estúpida, isso afasta-te do que És!
É necessário banir a palavra compreensão:
Isso quer dizer «assumir como», mas tu não te podes assumir a ti mesmo!
Tu olhas para aí, para onde não é necessário, e deixas a tua cabeça olhar para outro lado.
- Será que te podes ver sem um espelho?
Apenas podes imaginar-te num esquema corporal, a que chamas de «saco de comida», com a tua História, com esse Corpo.
-Mas sinceramente, será que te podes ver sem espelho?
É impossível: tu não podes ver o que tu ÉS.
O «ponto de vista» não é válido.
Portanto, querer domesticar o NÃO-SER, explicando o NÃO-SER, não quer dizer nada.
É impossível, dado que, por definição, compreender é fazer jogar a Consciência, quer isso seja no SER ou no «EU».
Mas O ABSOLUTO é A-CONSCIENTE.
Ele não pode apreender nada, porque é Tudo.
Ele é imutável, ele sempre aí esteve.
Tu moves-te o tempo todo.
Enquanto acreditares «conhecer» qualquer coisa, tu és Ignorante!
Aceita nada conhecer!
Aceita nada compreender!
Aliás, isso vos foi denominado, por uma das Estrelas, «A VIA DA INFÂNCIA».
(ndr: TERESA DE LISIEUX).
-Será que a Criança se importa em explicar porque é que o Sol se levanta?
- E se ele se levanta a oeste, ou noutro lugar?
- Será que ela tem necessidade de saber o que sabem os Adultos?
Sair da Criança, não é tornar-se um Adulto, é tornar-se um atraso, em todos os sentidos deste termo.
Compreender é adaptável a este Mundo e serve-vos para evoluir neste Mundo.
Mas evoluir neste Mundo é, já…não estar no ABSOLUTO.
É isto que é necessário compreender, sem compreender.
E isto não é uma Compreensão.
Isto não pode, também, ser uma Experiência, como para o SER.
É um Estado além de todo o Estado, é o Último, do qual nada pode ser dito.
Apenas podes dar Testemunho dos seus efeitos, mas não podes dar Testemunho disso, porque não estás Consciente no A-CONSCIENTE.
E além disso, nenhum Ego se divertiria a falar do ABSOLUTO, porque para ele isso não quereria dizer nada!
Nenhum Ego pode testemunhar O ABSOLUTO que ele não é!
Ele pode testemunhar o SER!
Ele pode escrever milhares de livros sobre o SER, sobre a Realização, sobre o Despertar!
Mas o Despertar e a Realização não te farão jamais sair do Teatro!
No máximo, isso fornecerá elementos de gratificação, nesse Mundo.
E Experiências de Alegria, Experiências de PAZ.
O ABSOLUTO não é nem Alegria, nem PAZ, ele não está preocupado com isso.
 Portanto, eu não te posso dizer nada sobre o NÃO-SER.

***** Pergunta: - Porque é que este Mundo ilusório, no qual vivemos, nos parece existir?
R:- Porque tu existes dentro dele, tu projetaste a tua Consciência em qualquer coisa que foi projetada.
É um sonho, ou um pesadelo.
Isso quer dizer que, se tu vês assim, és tu que és parte integrante e totalmente inserida na Ilusão.
- Será que alguém que esteja morto se pode preocupar ou dar relevância ao que ele era antes?
-Será que ele pode levar a sua casa, a sua mulher, os seus filhos, o seu dinheiro?
Responde objetivamente a esta questão.
Pois bem, é o mesmo Princípio entre O ABSOLUTO e o SER.
Quando tu dormes, o Mundo não existe.
Tu não estás consciente do Mundo, não estás consciente dos teus filhos, da tua mulher… dormes!
- Colocas a questão nesse momento? Deverias!
 Se bates nesse «sacode comida», ele fica doente, ele sofre.
E dizes: «eu estou doente».
- Isso quer dizer o quê?
 Que existes nesse Corpo,  ele toma a tua Consciência.
A tua Consciência expressa-se e imprime-se lá dentro.
- Podes ver? …- Podes ver as mãos, os pés, mas podes ver, além da ponta do teu nariz, sem espelho? …- Podes ver atrás de ti, sem espelho, sem te virares?
Há, portanto, uma polaridade, um eixo, se preferires.
Tudo isso não existe, é um sonho!
E, quando sonhas, tu sabes muito bem que o sonho é mais real que o Real, em alguns casos.
Mas o real desse Mundo não é a Verdade.
O Real é o que é imutável, sem Movimento, no Centro, o que sustem tudo o resto.
Coloca-te a questão para resolveres o Enigma, além do que se acontece durante as tuas noites:
- Qual é a finalidade, neste Mundo?
- Qual é a tua finalidade, enquanto «saco de comida» e de Consciência agarrada a esse «saco»?
- Será que tu, também, me podes dizer quem tu eras antes?
- Tens a lembrança, a memória, o vivido?
Isso não é possível!
- E aí, isso te parece sólido?
Não, foi construído sobre o vento!
Mas eu adicionaria, …Cabe-te a ti ver!
Se tu pensas que o que tu vives é real, porque há Sofrimento ou porque há Alegria,… então, não te interessa O ABSOLUTO, contenta-te com o SER!
A maior parte dos Humanos que buscam o SER, apenas procuram uma melhoria das suas condições na Personalidade, um Ser melhor, um Bem-Estar.
Ora, O ABSOLUTO é O NÃO-SER.
O Bem-Estar e o Ser melhor não têm nada a ver com O NÃO-SER.
Mesmo que isso nada tenha a ver com o mal-estar, com qualquer que seja a qualificação do Ser, o que quer que seja que experimentes, nos momentos de satisfação, prazer, desprazer, Sofrimento.
 Isso parece-te real, porque lhe concedeste uma relevância, porque existem Regras, Limites, Contextos, tributários deste Mundo, exclusivamente sobre este Mundo.
- Será que quando morres, pagas os teus impostos?
- Será que te levantas de manhã, será que te deitas à noite?
- Será que comes?
- O que é que desaparece?
- O que é que permanece?
- O que é que reencarna, à priori, além do «EU» dos complexos inferiores numa forma diferente, num Mental diferente, numa Experiência diferente, em diferentes relações com o Mundo?
Mas, finalmente, isso não faz nenhuma diferença: é a mesma coisa, é a Ilusão.
 Mas alegra-te, porque, o que quer que faças, o que quer que sejas ou não sejas, tu irás para onde te levam as tuas próprias ilusões!
Mas em definitivo, O ABSOLUTO permanece, É o que tu És!
Mas lembrem-se, não há nenhuma solução possível para passar do que é conhecido ao que é Desconhecido, neste sentido.
 ***** Pergunta: - Será que podemos ver a Vida que nós temos como uma grande farsa?
R:- Pois bem, eu responderia que isso depende daquilo com que ela está disfarçada!
 Alguns vivem um Drama.
E, aquele que vive um Drama, vive-o verdadeiramente, já que com ele está identificado!
Quando tu perdes um Ser querido, tu sofres.
Pelo menos existe, dentro desta Ilusão, o Sentimento de Sofrer.
- O que é que sofre?
Isso, não és tu, certamente, no entanto, tu não vives uma farsa.
Qualquer que seja o comportamento, portanto, é uma farsa, apenas uma impressão.
Esta farsa não é risível.
O que é cómico é o rir.
Aquele que existe além de toda a existência, aqui, no NÃO SER ou no SER.
Por mais que te diga é uma farsa, será que, portanto, …tu sais da farsa?
A farsa deve desenrolar-se enquanto o «saco de comida» se mantiver de pé.
Tu concordas com isso.
É, para isso que é necessário mudar o «ponto de vista».
- No que é que te vais tornar, se estás identificado com esse «saco» de comida?
- Em que é que te tornas tu, se pensas que és os teus sentimentos?
- Em que é te tornas tu, se tu, que és Eterno, aderes a qualquer coisa que Efémera?
Aí, está o Sofrimento!
Aí, está a Ilusão de estar separado, de estar dividido!
E naturalmente, quando se ama qualquer coisa ou alguém, se ele desaparece, sofremos!
- Mas que tipo de AMOR é este que sofre?
É o Apego, somente o Apego, que é responsável pelo Sofrimento.
Se não estás apegado a nada, mesmo ao fruto das tuas Acções, e deixas que as tuas Acções aconteçam, se fazes, como eu dizia… o que a Vida te dá a fazer, sem a isso te apegares, poderás dizer que é uma Farsa!
Mas tu constatarás, muito rapidamente, que se o teu «ponto de vista» mudou, o mesmo é dizer que, se te abandonaste à LUZ, se te abandonas o SER, tudo será extremamente fácil, porque, o que quer que chegue, não te pode destabilizar em nada!
Se estás destabilizado, é porque tu existes e porque és parte integrante da Farsa, da «cena do Teatro», como eu a designei.
Então, quer a «Cena de Teatro» te preencha de Contentamento ou de Sofrimento, não muda nada, fundamentalmente, mesmo que o Ego te diga, que é preferível estar contente do que sofrer, o que é lógico, já que o Ego arrebata tudo para si.
Se ele não puder arrebatar para si, ele sofre.
E se o que ele amou, no Limitado ou na Carne da sua Carne, desaparece, ou o seu trabalho, ele não pode mais arrebatar para si o que desaparece.
De qualquer modo, o mais simples, é já o desaparecer em si mesmo.
Não colocando um fim ao que quer que seja, mas, mais uma vez, mudando de «ponto de vista», de visão, se tu preferires.
Estar lúcido, totalmente lúcido.
Se te tornas lúcido, nenhuma farsa poderá sacudir o que quer que seja.
E aí, isso poderá ser risível para ti, porque não estás mais inserido no Apego, porque não estás mais inserido numa procura ilusória do que quer que seja.
É dessa forma que deixamos de ser o espectador da «cena de Teatro» e que deixamos a «cena de Teatro» desenrolar-se, para o espectador e para o Teatro.
E tu, tu não és mais o Teatro.
- Será que isso quer dizer que o Teatro desapareceu?
Não, é o «ponto de vista»!
Tu eras uma Consciência delimitada, o Actor.
Tornas-te uma Consciência liberada, o Observador ou o Espectador.
E depois, o teu «ponto de vista» não é mais o mesmo.
- O que é que constatas tu?
Que a «cena de Teatro» não te diz respeito!
Que o Observador não te diz respeito!
Que o Teatro não te diz respeito!
Porque tu és o que permitiu o Espetáculo, o Espectador e o próprio Teatro!
Não há nada além do ABSOLUTO!
Mesmo o Outro, Amado ou Detestado, apenas é uma Projeção sobre a tua própria «cena».
Então, quando são muitos a olhar o Teatro ou a representar as cenas, vocês imaginam!
 Decerto que, mutuamente, vocês reforçam a Ilusão que é real, porque vocês desempenham as interações, vocês desempenham os papéis.
É necessário descobrir que há Espectadores.
É necessário descobrir que há um Teatro.
E é necessário descobrir, atualizar, que não há mais Teatro como «outra coisa».
Mas não mates o Teatro, nem o Actor, nem o Espectador, senão, dás-lhes uma existência!
- Apreendes-te da diferença?
Não podes matar o que não existe!
É um sonho!
Como o dizes, é uma farsa!
Tu ÉS outra coisa!
 Tu és o que permitiu a farsa!
 Mas, em caso algum, tu és a farsa!
 ***** Pergunta: - Foi questionado que a última Etapa do SER seria A PRESENÇA. O que é isso em relação a esta imagem da «cena do Teatro»?
R:-A PRESENÇA, seria aquele que tomou Consciência do Actor, do Espectador, da poltrona e do Teatro, mas ele ainda não saiu do Teatro, portanto, ele não pode ver que o Teatro não existe.
Apreendam que quando eu digo «ver», é bem além do Ver….

     
***** Pergunta: - Disse-me para me colocar na ETERNIDADE e na VERDADE. Mas eu constato que há esquecimentos, hábitos que impedem de viver isso.
R:- É falso, tu não és os teus hábitos.
Tu lavas-te todas as manhãs.
Tu comes todos os meios-dias.
Tu vês as mesmas pessoas, frequentemente, toda a Vida.
São hábitos.
É o teu «ponto de vista» que está errado!
Colocaste-te no hábito.
Não há nada que possa impedir, bloquear, congelar, o que És e o que tu não és.
Nenhum hábito, qualquer que ele seja, é um pretexto válido.
É a Personalidade que crê nisso e que te sugere que são os hábitos que te impedem de ser o que tu não és.
É falso, é para recusar.
Um hábito não será nunca Eterno, mesmo que ele se reproduza!
O hábito criou uma habituação à Personalidade mas não incomoda, em nenhum caso, O ABSOLUTO.
O que tu dizes ilustra o que vocês dizem, muitos de vocês.
Vocês querem trabalhar sobre a Personalidade.
Vocês querem trabalhar sobre o que conhecem.
Não há nada a trabalhar sobre o que conhecem.
Há apenas que vê-lo pelo que É.
Há apenas que se dar conta, não há que compreender.
Há apenas que apreender que vocês não são nada de tudo isso.
Não é a vossa Vida que deve mudar.
Não são os vossos hábitos.
São vocês!
Mas vocês não são os vossos hábitos.
Quando eu digo vocês ou tu, eu dirijo-me ao ABSOLUTO.
Vocês estão identificados com o que vocês fazem.
Vocês estão identificados com o que vocês fazem na Vida.
Nenhuma Identificação vos dará algum socorro.
Eu me dirijo a vocês desde O ABSOLUTO.
Se isso não vos diz respeito, tapem as orelhas.
Mas se isso vos diz respeito, abram bem o vosso Coração.
Quando eu estive Encarnado, no sentido em que vocês estão, eu tinha hábitos, muitos.
Eu diria mesmo, o hábito agradável ou desagradável não pode prejudicar o que És, ainda menos que o acontecimento imprevisto, porque o hábito é muito conhecido e o que é muito conhecido acontece na tua Consciência.
Quando tu conduzes o teu veículo, será que tu pensas em carregar num pedal, ou será que isso se faz sozinho?
Razão de sobra.
Frequentemente, um hábito liberta-te.
Não é por isso que é necessário ter maus hábitos, sem isso vocês irão sofrer.
Esse Corpo vai sofrer.
Mas lembra-te que um hábito, frequentemente, afasta a tua Consciência do que foi vivido no hábito e, de qualquer modo, liberta a tua Consciência para outra coisa.
Aquele que não tem hábitos gasta muito mais energia, vitalidade, do que aquele que tem hábitos.
Portanto, não se queixem dos vossos hábitos.
Não se queixem de nada.
Façam o que a Vida vos pede.
Mas vocês não são o que fazem.
Aí também, está um estratagema do Ego, que vos vai fazer crer que, porque vocês têm um cônjuge que é perverso, uma filho que é terrível, impostos a pagar, vocês não têm o Espírito tranquilo e que isso afasta-vos.
 Isso afasta-vos do SER, mas não do ABSOLUTO.
ELE nunca se afastou.
***** Pergunta: - Em francês, Refutar significa repelir uma ideia provando a sua falsidade. É uma definição que se aplica à Refutação tal como vocês nos apresenta?
R:- Na sua totalidade.
Serve-te da lógica da tua Personalidade!
Por exemplo, quando tu dizes: «o Sol levanta-se» porque tu o vês levantar, quem é que observa o Sol a se levantar?
- Se és tu, onde estás tu?
- Aquele que está no lado oposto da Terra, ele vê-o a se pôr ou ausente.
- Quem diz a Verdade?
 É Efémero, não há nada de mais Efémero do que um dia ou que uma noite.
É necessário Refutar o que é Efémero.
Não a Vida, porque tudo o que muda não pode ser Real.
O Real não pode mudar.
É por isso que o hábito pode ser, de qualquer modo, uma aproximação ou, em todo o caso, tu estás mais próximo do que ÉS, do que tu não és no hábito, do que te concerne.
O sol tem o hábito de se levantar.
- Tu sabes se ele se vai levantar amanhã?
Por probabilidade, tu vais responder: sim.
- Mas o que é a probabilidade no ABSOLUTO?
Uma incerteza.
O ABSOLUTO apenas pode ser a Certeza.
Olhem as nossas trocas, entre nós, hoje.
É sempre a Personalidade que procura dirigir, porque ela quer se apreender, ela quer compreender, ela quer assimilar.
Vocês não são o recipiente.
Vocês não são uma Forma precisa.
Vocês são o conteúdo, nos meus exemplos precedentes, o ar.
No exemplo do ouro, vocês não são a jóia, vocês são o ouro.
Isso faz uma grande diferença!
A partir do instante em que vocês qualificam um objeto, vocês perdem também, o sentido da Essência.
Vocês entram numa forna, numa definição, numa caracterização.
Tudo o que tem forma, tudo o que é caracterizado, tudo o que está identificado, não pode ser Real.
***** Pergunta: - Em uma troca entre dois Humanos, o que se deve Refutar para que a relação com o Outro não implique nenhuma distância?
R:- É necessário Refutar o Humano.
É necessário Refutar a relação.
É necessário Refutar a distância.
Tudo depende do que tu procuras.
Se tu me falas dizendo que procuras a Harmonia nesta Relação, isso não corresponde em nada ao ABSOLUTO.
O ABSOLUTO não tem o que fazer com uma Relação.
O ABSOLUTO, em definitivo, não tem o que fazer com a vossa Forma Humana, mas ele permite esta Forma.
Ele permite tudo.
Ele não exclui nada.
Tu não podes estabelecer relação no ABSOLUTO, porque nada está separado.
Nada pode estar em relação a.
A Relação, no Sentido Humano, como no Sentido que vocês a vivem, talvez, vos conduza a viverem a Ausência de Separação.
Tudo o que foi denominado pelos Anciães, a Comunhão, a Fusão, a Dissolução, tudo isso são Experiências que podem favorecer a mudança de «ponto de vista».
O ABSOLUTO é muito simples, mas ele exige-vos o Sacrifício Final.
Se vocês não estiverem prontos, permaneçam no SER, porque não há que se estar pronto.
Não há Distância.
Não há Tempo.
Não há Mundo.
- Então, como é que uma Relação poderia existir em alguma coisa que não existe?
Compreendam isso e somente depois, vivam a Relação, porque vocês não estarão mais implicados.
E tudo o que não envolve, permite uma melhor Realização, porque vocês não definem a Relação, ligada à vossa Experiência passada, ligada aos vossos desejos, sejam eles quais forem.
Nenhuma Relação pode permitir-vos serem Absolutos.
Nenhuma Comunhão pode permitir-vos serem Absolutos.
Melhorar este ou aquele, favorecer este ou aquele não concerne ao ABSOLUTO, não concerne ao que És, mesmo que acredites nisso

***** Pergunta: - Quando é dito "Fiquem tranquilos" isso faz referência a um Estado de Meditação?
R:- Certamente que não.
***** Pergunta: - Ou há num Estado ou se está simplesmente tranquilo, e até mesmo letárgico?
R:- Nem um, nem outro.
Ficar tranquilo, é não interferir no que está a acontecer.
Uma vez mais, é mudar o «ponto de vista».
Nenhuma Meditação conduz ao ABSOLUTO.
O terror da Morte pode conduzir mais facilmente.
O Sofrimento extremo pode conduzir muito mais facilmente do que a PAZ da Meditação.
A Meditação é, de alguma forma, uma Farsa, ela também.
Tudo depende do vosso objetivo.
Para o SER, ela é perfeita.
Para o EU, é perfeito também, porque aquele que medita, vai estar mais calmo, ele vai ver mais claramente a Vida que ele vive.
- Mas o teu objetivo é de ver claramente o que tu vives na tua Vida?
- Ou de deixar viver a tua Vida viver-se e ser o que És?
Isto não é de facto a mesma coisa.
Ficar tranquilo, não é nem estar letárgico, nem estar ativo, é deixar fazer-se o que se faz, porque tu não és o que se faz.
Tu crês que és tu quem o faz.
Tu crês que és tu quem decide divorciar-se, casar-se, ou de realizar não importa qual Acção.
Mas tu não és nada disso!
Toma Consciência de que através da tua pergunta, como todas as perguntas, apenas há a persistência daquele que crê poder adquirir alguma coisa, ultrapassar alguma coisa.
O ABSOLUTO não é nem uma Aquisição nem uma Superação, não é nem mesmo uma Transcendência.
Olhem e vejam tudo o que vocês conhecem.
O ABSOLUTO não é isso.
Ele inclui-o, é claro.
Mas isso inclui-vos na Ilusão, e não no ABSOLUTO.
É necessário excluir-vos.
Mas excluir-se, não é retirar-se da Vida, muito pelo contrário.
É excluir-se de todas as Crenças Efémeras.
Isso não é estar envolvido, mas fazer.
O ABSOLUTO revela-se desta forma a vocês.
Mas, enquanto acreditarem, de uma forma como de outra, que vocês têm que avançar, que vocês têm que se melhorar, enquanto acreditarem que vocês são tributários de um qualquer factor de Evolução, de uma qualquer Melhora, de um qualquer Tempo ou de um qualquer Espaço, vocês iludem-se a vós mesmos.
Com efeito, é o Ego que vos ilude.
E ele levar-vos-á sempre para becos sem saída, a impasses, a zonas cada vez mais sombrias.
É isto que é necessário ver.
 ***** Pergunta: - O acolher, a aquiescência, manifesta O ABSOLUTO?
R:- O que é que queres tu acolher?
A que é que queres tu aquiescer?
Tu podes acolher a LUZ.
Tu podes acolher CRISTO.
Tu podes acolher o teu marido ou tua esposa.
Mas tu não podes acolher O ABSOLUTO.
Não podes acolher o que És.
Não podes aquiescer ao que És, dado que isso ÉS tu.
No sentido da tua pergunta, há sempre a noção de possuir.
Não se possui O ABSOLUTO.
Não se vai em direção a ELE.
Nós, não O descobrimos.
Ele descobre-se desde o instante em que expulsas todo o resto.
Já, o próprio facto de pensares que podes acolher O ABSOLUTO, considera que tu és um recipiente, uma vasilha.
Tu não és uma vasilha.
Tu és ABSOLUTO.
- Então, como podes tu aquiescer ou acolher o que já ÉS?

     
***** Pergunta: - Convém-se Refutar o Medo, devem-se Refutar todas as Emoções?
R:- O que é uma Emoção?
Ela acontece, tudo o que acontece, passará.
Não é O ABSOLUTO.
Principalmente a Emoção porque a Emoção tende a identificar-vos com o que vivem.
Quando vocês dizem:
"Eu estou com raiva" ou "estou triste", é claro que existe uma Identificação.
Mas, aí também, vocês não podem dizer que vocês não experimentam uma Emoção que se manifesta.
E o tempo em que a refutas, a Emoção já terá passado.
Uma Emoção não pode durar, mesmo que haja um fundo de raiva, mesmo que haja um fundo de tristeza, mas nesse momento, não é mais a Tristeza / Emoção.
Tu não és mais a tua Alegria como os teus Medos, os teus Prazeres como os teus Temores.
Observa passarem as Emoções.
Elas não são tu.
Elas apenas obedecem ao que já foi construído.
É uma Reação a alguma coisa.
Tu não és nem a Acção nem a Reação, nem o Fazer.
Ficar quieto, é também isso.
Não é para se deitar e esperar o fim de qualquer coisa.
Eu volto à mesma coisa:
É o «ponto de vista» que muda.
- Onde é que vocês estão?
- O que é que observam?
- O que é que fazem?
- Quem é o que observa?
- Quem é o que faz?

      ***** Pergunta: - A Refutação e a Crucificação, é a mesma coisa?
R:- A Crucificação, dói.
A Refutação não dói.
 A Crucificação envolve a Morte e a Ressurreição.
A Refutação apenas faz morrer o que é Ilusório, nas Crenças, mas não faz desaparecer o «sacode comida», até prova em contrário.
Não adiciones pregos ao que é doloroso, este Corpo.
No plano simbólico ou histórico, a Crucificação é seguida, por Cristo, de uma Ressurreição num Corpo diferente, um Corpo de Glória.
O ABSOLUTO não é isso.
O ABSOLUTO não se importa com nenhum Corpo, mesmo que seja ele o Corpo de Glória.
Isso não lhe diz respeito.
***** Pergunta: - a Encarnação é a única coisa que não se pode Refutar?
R:- Tu não podes Refutar o que está sobre este Mundo.
Mais uma vez, a Refutação apenas permite mudar o «ponto de vista».
É um movimento que te conduz a ficares imóvel.
Refuta tudo o que é Efémero, sem nenhuma exceção.
Mas se a Refutação que praticas, te conduz a deixar o que quer que seja ou quem quer que seja, isso não é a Refutação.
A Refutação é lógica.
Ela não é feita para sofrer, ela não é feita para outra coisa, que não seja, tirar-vos das ilusões, dos Apegos.
Não é porque tu refutas a Encarnação que ela vai desaparecer, ela desaparecerá por si só, sem que tu, te ocupes dela.
Não se coloquem questões sobre a maneira de Refutar.
O objetivo da Refutação é um Jogo que deixa espaço livre ao que tu És, no «EU SOU», e também no NÃO-SER, em seguida, se estiveres de acordo, para Refutar o SER.
Não há nada de obrigatório. Não é um objetivo.
Mas a sua vivência, prova que, se vocês encontram um Ser Liberado, ele não vos pode mostrar O ABSOLUTO.
Ele não pode Libertar-vos!
 Mas o que ele lhes diz, as suas perguntas e respostas, facilitam o que Sois, facilita o NÃO-SER.
Eu não me dirijo a todos os que me lêem ou que me escutam.
Poucos dentre vós, podem escutar-me e ouvir, porque muitos mantêm o seu Ego.
Muitos mantêm a sua Compreensão, ao seu Despertar.
Enquanto mantiverem o que quer que seja, vocês não são ABSOLUTOS.
O ABSOLUTO não segura nada: ele sustenta.
Mas isso não és tu que sustentas.
O ABSOLUTO sustenta absolutamente tudo.
Sustentar não é segurar.
Justamente, é estar por debaixo, inaparente, invisível, ao que segura.
Está muito além da Causa.
Eu diria que é este o que sustenta a Causa, além da aparência, além da lógica, além da explicação ou da compreensão.
Neste Mundo, vocês apenas podem analisar isso que é deste Mundo, quer isso seja através da Ciência, dos Sentidos, da Experiência.
Lembrem-se:
O ABSOLUTO não é uma Experiência.
Este não é, tampouco, um Estado visto que é um, Não-Estado.
Enquanto se colocarem, a vós mesmos, uma pergunta, e eu não falo das nossas trocas, mas enquanto em vocês existir uma pergunta, uma única, vocês não são o ABSOLUTO!
O ABSOLUTO não está nem na pergunta nem na resposta, aquela que vocês se colocam a vocês também, ou as respostas que vocês trazem para vós mesmos.
 Aí também, é um «ponto de vista» que está fora deste Mundo, fora da sua Causalidade.
O que vocês consideram como ser a Vida, a vossa Existência, o facto de existirem, é já estar de fora.
O ABSOLUTO não está nem fora nem dentro: ele está em toda parte, Ele sustenta tudo!
 Vocês não podem vê-lo enquanto ABSOLUTO, mas vocês podem, perfeitamente, ver o que é Não-ABSOLUTO.
Não há Jogo de palavras aí dentro.
É a própria Evidência.

     
***** Pergunta: - De onde vem o meu impulso de não me reencarnar mais, de me mesclar na Fonte?
R:- Mas quem se reencarna?
Quando tu dizes: «Eu reencarno-me» é falso, porque tu falas necessariamente do "EU".
O «EU» nunca se reencarna, ele é Efémero.
Ele não te segue nem mesmo de Vida em Vida.
É a Personalidade que se transforma e que joga os Jogos e os Papéis.
Afirmar que o «EU» não quer mais se re-encarnar é presunçoso.
Tu não tens nada a desejar.
Todo desejo é proveniente da Personalidade, onde todo impulso vem da Alma, mas não do ABSOLUTO.
O ABSOLUTO não tem impulsos.
Então, quando exprimes um movimento, uma vontade, um desejo, tu não estás no presente.
Se te instalares no presente e A PRESENÇA, não pode haver desejo.
No «EU SOU», já é vivido que a re-Encarnação não existe.
Ela concerne apenas aos «EU» sucessivos.
O ABSOLUTO não é afetado, o Estado de SER, também não, pela re-Encarnação.
Expressar um desejo não é o suficiente para vê-lo realizar-se.
Isso, vocês sabê-lo-iam, já, neste Mundo.
Então, como podes tu imaginar num outro Mundo ou num outro Estado, que isso seja possível?
Pensas que vais levar o teu desejo e o teu impulso quando o Corpo tiver desaparecido?
Isso é falso.
Tu não levas nada.
Tu não levas mais do que os arrependimentos que nunca serão preenchidos.
É necessário descartar o desejo, ficar quieto, aí também, porque tudo o que tu desejas é, necessariamente, considerado e vivido como exterior a ti e, portanto, como uma busca, como uma demanda. e, além disso, o que tu reportas em algo que não conheces.
Então tu projetas, já sobre o Desconhecido o teu Conhecido.
Isso não pode acontecer assim, é impossível.
Eu diria mesmo que é o inverso.
Abandona o conhecido e o Desconhecido estará aí.
Não há nada a desejar, pois o que tu desejas está ligado ao próprio Princípio da Projeção, considerado como ausente no "EU", como no SER.
A ausência não diz respeito ao ABSOLUTO.
O desejo ainda menos.
Continuemos.
Não considerem que vocês dizem asneiras, porque o fato de as dizerem, vocês suprimem-nas!

     
***** Pergunta: - Quando evocou o Acolher e a Aquiescência, eu senti tremores na nuca, nas costas e na pélvis. O que é isso?
R:- É o DUPLO.
Renuncia a ti mesmo e tu verás.
As perguntas e as respostas não são perguntas e respostas.
Simplesmente, nós limpamos o Conhecido, nós elevamo-lo.
E quando o conhecido não está mais, o que há?
O Desconhecido.
Deixa, aí também, viver-se o que se vive, não tentes explicá-lo nem compreendê-lo, Vive-o.
Logo que o explicas ou compreendes, não o vives mais, tu sais da Experiência.
É necessário sair da Experiência, mas não através da explicação, da compreensão, mas através do «deixar fazer».
Tu não estás em causa.
Apenas o SER está em causa.
Não O ABSOLUTO.

     
***** Pergunta: - Quando CRISTO disse: «EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA», isso era como dizer "EU SOU ABSOLUTO"?
R:- Não, «EU SOU O CAMINHO, A VERDADE E A VIDA» pode conduzir-te ao ABSOLUTO, sem te conduzir a Ele.
«EU E O PAI SOMOS UM», é O ABSOLUTO.
Ele e o DUPLO, ele é ABSOLUTO.
A FONTE é Absoluta e está incluída no ABSOLUTO.
Mas a FONTE não é O ABSOLUTO.
Enquanto existe um Caminho, qualquer que seja, vocês subentendem um Caminho, uma melhoria.
Isto conduz ao SER, mas certamente não ao ABSOLUTO.
A VERDADE, sim, enquanto "EU E O PAI SOMOS UM".
A Vida, sim, mas A VIDA ETERNA, aquela que não conhece a Morte, não esta Vida.
Ele queria mostrar-vos que nada pode colocar um fim à VERDADE e à VIDA.
E sobretudo, não a Morte, senão, não é A VERDADE, não é A VIDA.
CRISTO é um molde, um modelo, não que precise ser seguido, mas que é necessário integrar.
Não é a mesma coisa.
É uma Consciência que pode fazer dizer: «EU E O PAI SOMOS UM, O ABSOLUTO».
O CRISTO apresentou-vos um modelo ou um molde, ideal para este Mundo.
ELE tinha-vos dito:
Vocês não podem seguir um molde ou um ideal. Vocês encarnam-no ou não.
O ABSOLUTO não é nenhum modelo, nenhum molde.
 Ele está bem além de tudo isso.
 ***** Pergunta: - Um ouvido que assobia, ouvindo-o, há uma significação particular?
R:- Sim, mas vive-o.
 Eu não vou fazer-te sair do zumbido, dizendo-te porquê.
Absorve.
Se eu te explico, tu sais.
Se eu não te explico, tu vives a Vida.
Um dos Anciães falou-vos do Som, além de todo o Som, que é a Testemunha ou o tradutor do ABSOLUTO.
Eu não diria mais.
Vive o Som.
Não observes o Som.
Ultrapassa-o, de alguma forma.
 Aí também, como antes, ultrapassa o que acontece nas tuas costas.
Lembrem-se que, logo que vocês querem uma explicação sobre o Conhecido, qualquer que seja, é o Ego que se expressa.
Mesmo o SER não tem necessidade de explicação, ele É.
É como se o «EU SOU» se perguntasse, porque é que ele era e porque é que ele é.
- Apreendam, quem faz a pergunta?
- Quem precisa de explicações sobre o que é vivido, antes de vivê-lo?
Se tu te fundes no Som, tornas-te o Som, não há mais distância.
Mas se tu fazes uma pergunta sobre o Som, sobre o sentido do Som, afastas-te.
***** Pergunta: -Gemma Galgani precisou, recentemente, «OUSEM SER NADA, OUSEM SER TUDO». O que presume o «ousem»?
R:- É o mesmo Princípio que para O ABSOLUTO.
Se eu te disser, «OUSA SER O QUE TU ÉS, O ABSOLUTO», muito evidentemente, é ousar.
Ousar, é ultrapassar-se, transcender-se a si mesmo, ultrapassar o «EU», ultrapassar o SER, para aceder a outra coisa, sabendo-se que, literalmente, este acesso não é uma Passagem, que a porta é imaginária.
É o Ego que construiu a Porta.
É o SER que construiu a Porta.
Se tu ousas ser NADA… É A REFUTAÇÃO.
Então tu ousas ser TUDO… É O ABSOLUTO.
OUSAR SER NADA É OUSAR SER TUDO.
O «ponto de vista» simplesmente mudou!
Ousar não é um esforço.
Ousar não é um trabalho.
Ousar é uma ultrapassagem e uma transcendência que te faz ultrapassar a ultrapassagem e a transcendência.
Enquanto vocês não ousarem, seja qual for o termo que nós coloquemos por trás, o que isso significa?
 Que o Medo vos impede de ousar.
Ousar é estar livre do Medo.
É não estar mais restringido por nada nem nada projetar!
É A VIDA E A VERDADE.
***** Pergunta: - Ter Consciência do Medo do Neant é o suficiente para ultrapassá-lo?
R:- Sim, porque o Medo do Neant irá disparar o quê?
Uma Angústia.
Onde nasce a Angústia?
Certamente não no ABSOLUTO.
Certamente não no SER.
Mas, exactamente nas Resistências da «pessoa».
O Neant como o Sofrimento, podem conduzir muito mais facilmente, tal como eu o disse, a ser ABSOLUTO, que a Meditação, porque a Meditação é um reparo e um contexto, seja ele o mais agradável.
O Neant e a Angústia ou o Sofrimento, não oferecem o contexto.
-Porque onde vai parar o Nada?
- Onde vai parar a Angústia?
- Onde vai parar o Sofrimento?
 Quando isso vos acontece, vocês não sabem a razão das Angústias serem intoleráveis, os Sofrimentos intoleráveis.
Não existe Limite.
E, tudo o que é sem Limite faz-vos sair do Conhecido.
***** Pergunta: - Para acabar com a necessidade de analisar as Sensações do Corpo, podemos dizer: «eu refuto esta necessidade de analisar»?
R:- Não, tu refutas a Sensação.
Tu vives a sensação, mas não és a Sensação!
 É necessário ir além da Vibração, além da Energia.
É claro que há o que vocês denominam ONDA DE VIDA, KUNDALINI e tudo isso!
 Mas O ABSOLUTO está além de tudo isso!
Tu não levas a tua KUNDALINI, dado que é o que És, isto é A ONDA DE VIDA.
Se tu observas, estás à distância.
Mesmo que ela tenha nascido, é necessário ir além.
Observar é colocar-se à distância.
É aquele que olha o Teatro,  assiste ao filme ou à farsa.
É necessário ir além.
Portanto, é necessário não mais ocupar-se.
E, além disso, nós dissemos-vos que A ONDA DE VIDA não precisa de vocês.
Nada precisa de vocês!
É ilusório acreditar que vocês têm necessidade de vocês para realizar o que já SOIS!
 Não há nada a realizar, que não o Seja já!
Crer que vocês vão-se Acordar, Despertar, Realizar, ou Libertar, é uma Ilusão!
Vocês já o São!
Só o Ego vos diz o inverso!
 Apreendam isso.
Não procurem compreender, mas desloquem-se!
Tornem-se imóveis e vocês verão tudo da mesma maneira!
Vocês estarão no Centro!
Eu disse-o.
O Centro é o que sustém tudo o resto!
É o que SOIS!
Vocês não são todo, o que se desenrola neste Templo, ou neste «saco», qualquer que seja o nome que vocês lhe dão.
 Isto produz-se.
Isso é normal se vocês o vivem, e normal se vocês não o vivem.
Não se coloquem a questão.
Deixem-se viver o que se vive!
O vosso Corpo não tem necessidade de vocês para respirar!
Ele não tem nenhuma necessidade de vocês para digerir!
Ele não tem necessidade de vocês para andar, ele anda!
Façam a mesma coisa para as Vibrações, as Energias.
Porque, enquanto vocês observam, é como para o Teatro, … vocês estão ainda no Teatro!
*****Não temos mais perguntas, agradecemos-vos.
Bem, BIDI rende Graças ao AMOR que Sois, O ABSOLUTO.
Até uma próxima vez do seu tempo.
Até logo.
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Compartilhamos estas informações com toda a transparência.
Agradecemos-vos por fazerem o mesmo, se a divulgarem, reproduzam integralmente o texto, citando a fonte: www.autresdimensions.com.