BIDI - 2012.05.21
*****Pergunta: -Refutar e
dizer: «PAI, entrego o meu Espírito nas tuas Mãos, porque tudo está consumado»,
facilita a Dissolução?
R:-
Desde quando o PAI tem mãos?
-
Desde quando tu tens algo para dar para alguém?
Ao pronunciares essa frase, tu afastas-te
d a tua própria Dissolução no ABSOLUTO, já que consideras que existe um PAI, onde
quer que ele esteja situado.
Tu manténs então o SER.
O Abandono do SER não restitui, o que
quer que seja, ao PAI, mas remete a outra coisa além de toda a Forma, de todo o
Nome e de toda a Definição.
Não há nada a fazer. - Permanecer tranquilo,
passivo.
Tudo acontece sem nenhuma Intenção,
sem nenhuma Prece, porque a Prece considera que há alguma coisa exterior.
É o mesmo Princípio e Fundamento de
todas as Religiões que vos levaram a Criar, a Conceitualizar, algo de
inacessível.
O PAI É A FONTE… A FONTE NÃO É O ABSOLUTO.
Agora, faz como quiseres.
*****Pergunta: -O Arcanjo ANAËL tinha-nos dito
para dizer essa frase, no momento final.
R:-
Para experimentar o SER, para estabelecer o SER, mas não, o NÃO-SER.
Para
criar uma Identificação, chamada Comunhão.
Mas
a Comunhão não é a Dissolução.
Fusionar,
não é estar fundido.
Há
uma diferença.
O
próprio apelo que criaste, cria uma demanda e uma Falta.
O
ABSOLUTO não pode ser nenhuma Falta.
*****Pergunta: -Disse, «Nada
pode durar do que está inscrito no Tempo deste Mundo excepto, o que não se
move, que está imóvel». E isso revelar-se-á apenas através da Refutação e da Indagação
de «QUEM SOU EU»?
R:-
Encontre-me algo que não se mova, neste Mundo que gira ao redor de qualquer
outra coisa.
É uma Visão do Espírito.
O Centro não pode estar neste Mundo.
Ele está em toda parte, além do TODO.
O Tempo é o Espaço.
Desde que tenhas saído do Tempo, da Ilusão,
é fazer crer que existe um Tempo separado de um Espaço, e um Espaço separado de
um Tempo, criando a Distância. … Isso não existe.
O Centro não está em nenhum Tempo…Ou
então, ele É todos os tempos, mas no Espaço que É o Tempo.
A Separação do Tempo e do Espaço
participa da Ilusão.
Quando ÉS o ABSOLUTO, o Tempo não
existe.
Ele é o Espaço e, nesse Espaço tu não
tens mais pessoas, tu não És mais uma pessoa, tu não És mais um indivíduo, e
onde tu não És mais um indivíduo, …TU ÉS O CENTRO, O ABSOLUTO.
E ali dás-te a perceber, além de a toda
Percepção, dado que te fundiste, o Azul da noite e os biliões de Estrelas.
Ali, tu não te moves. …E, tu estás em
nenhum lugar e em toda a parte.
Tu não podes estar Limitado a Tempo
ou Espaço qualquer.
Só o Ego mantém o Tempo porque o que
se move, o que é Efémero, está inscrito no Tempo, sempre, quer isso seja esse «saco
de comida», os teus Pensamentos, os teus Afetos, quaisquer que sejam.
*****Pergunta: - É desejável
passar através da FUSÃO com meu PAI e a DISSOLUÇÃO N’ Ele mesmo para se tornar UM,
e apenas após isso, encarar o ABSOLUTO?
R:-
Encarar o ABSOLUTO não permite SER ABSOLUTO.
Apenas quando tu soltas tudo o que
acreditas Ser, e ainda o SER, é que penetras na NÃO-CONSCIÊNCIA ou A-CONSCIÊNCIA.
Os Mecanismos de Dissolução são,
antes de tudo, o Abandono do SER, o Abandono do EU SOU.
A partir desse momento, manifesta-se o DUPLO.
Qualquer que ele seja, não o
personifiques, ainda que ele esteja personificado, porque esse ENCONTRO permite
o ABSOLUTO.
Se fores capaz de te fundires com um
rebento de grama, tu viverias exatamente a mesma coisa.
Mas, por razões de conveniência, tu
escolhes, em geral, um deus, qualquer que ele seja, um molde ou um outro Ser.
Na verdade, tu não o escolhes.
Ele é aquele que se manifesta através da tua
própria Ressonância, como uma Imagem em Espelho.
Enquanto não realizares o SER, se for
esse o caso, é preferível escolher uma Imagem.
Mas chega um momento em que a Imagem,
ela mesma, se deve fundir, como tu te fundes.
Não há nenhuma necessidade de Entidade,
nem de ti, aliás.
É necessário sair da Visão que reenvia
tudo, a si mesmo.
O Pensamento é assim feito, o Mental também,
faz com que tenham necessidade de se verem.
Mas enquanto acreditarem que se Vêem,
através de qualquer coisa exterior a vós, vocês não se vêem.
E por uma razão: não é necessário
voltar a si mesmo, é necessário dar o SER.
Enquanto existir uma Experiência,
enquanto existir uma Sede de Experiência, enquanto existir uma Contemplação do SER,
do EU SOU, o ABSOLUTO não é Revelado.
Mas, para muitos, isso é muito
difícil.
Então, nesses casos, permanece no SER.
Mas, de qualquer forma, mantém-te
tranquilo, porque quem é que joga o Jogo
de «querer jogar alguma coisa»?
Sê o Espectador, se não podes sair do
Teatro.
Mas não sejas «Aquele representa o
papel».
Esquece-te,
totalmente.
O que quer que te diga o teu Ego, que
És O NADA, O NÉANT, que é terrível, isso não é Verdade.
*****Pergunta: -Se no SER,
ainda existem Modelos, Crenças, devemos fazer uma introspecção, a fim de
desalojá-los quando eles se escondem no inconsciente, a fim de os refutar?
R:-
Ou … esperares até que eles apareçam
no decorrer da Experiência?
A Refutação não deve concernir ao que
tu procuras.
-
Se procura, no MEU, no que é inconsciente, o que acontece?
Tu dás-lhe um peso, uma Verdade que
não existe.
Isso que aflora, isso que remonta,
como o Pensamento, deve ser Refutado, mas não vás procurar o que não apareceu,
senão, reincides do SER ao Eu, manténs a Personalidade.
Nenhuma Acção sobre a Personalidade
permite sair da Personalidade.
É o Ego que acredita nisso.
A Refutação é interessares-te pelo
que se manifesta no SER ou, eventualmente, no EU.
Mas, não vale a pena re-entrares no EU,
senão, concedes-lhe Crédito, re-valorizas-lo, Jogas o Jogo da Dualidade, ao
considerares que tu És uma Sombra.
Mas tu não És uma Sombra de ti mesmo,
TU ÉS LUZ E AMOR, nada mais.
Tudo o que aparece na Consciência é
uma sombra.
Porquê
ir acordar o que dorme e que não existe?
Para torná-lo Consciente?
E
manter o EU?
*****Pergunta: - As minhas
atividades, o meu trabalho, são incompatíveis com a Revelação do ABSOLUTO, isso
alimenta a Dualidade, a própria Ilusão, o Aprisionamento?
R:-
Tu dás-te conta do número de «eus» que pronunciaste? - «o meu trabalho, a minha atividade» ?
-
Quem te disse para deixares o que quer que seja?
-
Quem te pediu isso?
Começa já por suprimires os «eu», os «meus»!
- Tu estás identificado.
Além do Corpo, identificas-te com as
tuas Acções, a tua Vida.
Tu não podes colocar um fim na tua Vida,
dado que, tu não És a tua Vida!
Não é por suprimires o que é
aparente, desse modo, que vais remover, que vais encontrar o que quer que seja.
Convido-te a re-escutar a tua
pergunta para ver quantas vezes há « a minha Vida, me, meu, eu».
Há apenas isso.
Refuta isso e não te ocupes.
Tu não És o que se desenrola.
Deixa viver a Vida que se vive.
Deixa o trabalho se fazer.
Tu não És o trabalho que se faz.
É isso o que eu digo.
Eu não disse que se deveria deixar o
que quer que seja.
Não há nenhum obstáculo ao ABSOLUTO, além
de ti mesmo.
*****Pergunta: -Poderia falar-nos
da Linguagem e do Silêncio, na sua ligação com o ABSOLUTO?
R:-
A Linguagem é o apropriado a esse «saco de comida».
A Consciência é uma secreção desse «saco»,
tal com a nomeiam.
Mesmo o EU SOU:
-
O que é que ele se torna quando esse «saco» não está mais ali?
-
Achas que vais poder tocar clarim « EU SOU», do outro lado, sem um Corpo? - É uma ilusão!
Depois, o Silêncio e a Linguagem.
-
O que é a Linguagem?
O Espaço entre dois Silêncios.
Não há Silêncio.
Há apenas o facto de permanecer
tranquilo porque, quem pode dizer que está
em Silêncio?
Podes fazer o Silêncio das palavras.
Podes fazer o Silêncio dos Sentidos.
Mas o Corpo está sempre aí e tu está
sempre nele.
Isto é apenas uma 1ª Fase da Introspecção,
que te vai fazer viver o SER ou uma aproximação do SER.
O ABSOLUTO não tem o que fazer com a Linguagem.
Ele não tem o que fazer com o Silêncio.
Porque o próprio EU SOU é um Som.
Um Som Primordial, aquele que aparece
também no ABSOLUTO, nesse azul-escuro e nas estrelas que não o são.
Claro que podes trabalhar sobre o SER,
reforçá-lo, através da Meditação, do Silêncio.
Mas tudo isso, apenas são Jogos.
A Linguagem é um Obstáculo.
O mais importante é permanecer
tranquilo.
Se te esqueceres de ti mesmo, o ABSOLUTO
está aí, sem nada procurar, sem nada pedir, sem procurar Zonas de Sombra, sem procurar
uma FUSÃO, que se produz por si mesma.
Deixa esse Corpo viver a sua Vida.
Deixa-o falar se ele quiser.
Deixa-o fazer Silêncio, se ele
quiser.
Mas tu não És nem a Linguagem, nem o Silêncio.
Isso pertence à ilusão.
A Linguagem é criada pelo «saco de
comida», é uma interface de Consciência.
O Silêncio também.
*****Pergunta: -Uma Expansão do
Vazio, uma Paz, um Êxtase, permitem ao ABSOLUTO revelar sem apagar
completamente esse Estado?
R:-
Sim, a partir do momento que considerares que não És a Experiência que vives.
A partir do momento em que refutares
essa Experiência, sem quereres extrair-te, mas apenas constatando-a, então, o ABSOLUTO
está aí, e tu não poderá mais falar de uma Experiência.
A Experiência aparece sempre ao SER,
ou à PRESENÇA, ou ao EU SOU.
-
Porque se não existe o Observador que vive a Experiência, o que restará como Experiência? Nada!
É o SER que joga, ele mesmo e com ele
próprio!
Isso é muito sedutor, porque a Consciência
é apenas uma Experiência.
E quanto mais, as Experiências
aparecerem, mais a Consciência se alimenta.
-
Como queres tu, neste caso, chegar a Ser o que ÉS?
Existem Experiências que não podes
reproduzir.
E, além disso, esse tipo de Experiência
ocorre sempre de repente, sem aviso.
Sem isso, tu não a viverias, por Medo!
Aí também, não te extraias de nada.
Refuta-a, permanecendo tranquilo.
De alguma forma, deixa vir e
constatarás que existe qualquer coisa, que está por detrás do Observador, detrás
daquele que diz: "Eu vivi uma Experiência e um Êxtase".
Aí, tu está no caminho certo, porque
permaneces tranquilo.
Se aceitares que não És tu quem vive
a Experiência, mas o SER, então, o ABSOLUTO está aí!
*****Pergunta: -Uma das suas
intervenções pareceu-me límpida. Mas eu creio compreender que o ABSOLUTO se
revela a nós, somente quando nós não compreendemos mais nada. O que é isso?
R:-
No dia em que tu compreenderes que não podes compreender nada, o ABSOLUTO
vai estar aí.
Vá além do que é compreendido porque
compreender, é tomar, é apropriar-se, é justificar-se, é explicar-se.
O ABSOLUTO não pode ser, nem
compreendido, nem justificado, nem explicado.
E isso não é uma Experiência.
Apreende, como na pergunta anterior, que
há sempre uma Consciência que observa.
Vai além do Observador.
Tu não És aquele que olha a peça, nem
mesmo a poltrona onde está sentado.
Afasta-te do Teatro, para compreenderes…
que não há Teatro!
Mas o facto de sair não é uma Acção, é uma IMOBILIDADE
total em que tu És o Centro, em tudo.
ÉS o meio da roda.
O que eu digo não é para ser
compreendido. – Precisamente!
Quando isso aparece como límpido, isso
não é mais o cérebro.
Às vezes é o SER.
É o Imediatismo do que tu apreendeste
que cria a Sensação.
Mas vai além dos sentidos… Vai além
do que é compreendido…
Aceite que, desse lado aí onde tu
está, tu És ignorante e que todo o Conhecimento é Ignorância.
Deixa os teus Conhecimentos e, nesse
momento, considerarás, porque é a Verdade total, que tu És ignorante, porque
eu poderia perguntar-te:
-
Diz-me o que ÉS tu?
-O
que é que responderias? –
O quer que compreendas, o ABSOLUTO é
imóvel, quer ele esteja nessa Forma Efémera, ou não esteja em parte alguma!
Não há mais Experiência, nem
compreensão… É um Estado, além de todo o Estado.
Logo que compreendas alguma coisa, tu
tens a impressão de que isso te aparece como claro e que o conheces.
E no entanto, tu não podes conhecer o
que está exterior a ti.
É necessário superar isso.
O ABSOLUTO não é uma Compreensão,
pelo contrário.
Não é também uma Experiência.
Não é também um Estado.
É o Ultimo.
*****Pergunta: - Eu vivi a
Fusão com a Natureza. O resto ao redor era apenas um Cenário. Então o Véu da
ilusão rompeu-se e apareceu a Brancura da LUZ. O que foi?
R:-
Isso chama-se A INFINITA PRESENÇA.
Este é o momento, como dizes quando o
Véu é rompido.
É, de alguma forma, se é que me posso
expressar dessa maneira, a antecâmara do ABSOLUTO.
Simplesmente, isso foi, como tu o dizes,
uma Experiência.
Para o SER é uma Etapa, ela é
respeitável.
A única coisa a realizar, lembra-te, não
é comemorar essa Experiência, mas, aí também, Observar, além da Experiência
e da Memória da Experiência.
-
Quem És tu?
Coloca-te
a questão.
-
Quem sou eu?
-
Será que eu sou o Observador que viu este Véu da ilusão que se rompeu?
-
Será que eu sou a LUZ que vi?
Tu não pode ver o que ÉS, de nenhuma
maneira, quando a Experiência se pode reproduzir.
Se ela se reproduz e ela se acontecerá,
vai além do que tu observas.
Esta é a única forma de fazer
desaparecer o Observador.
Como tu o disseste, tu És um Cenário.
Mas vai além do Cenário também.
Esta é uma fase preliminar.
O que eu quero dizer com isso é que, esqueças
essa Experiência, ela já teve o seu efeito.
Ela terá ainda mais efeito.
Lembra-te:
Tu não És nunca as Experiências que
vives, mesmo que a Consciência esteja ávida dessas Experiências, e se possível,
Luminosas e Não-Sombrias.
Eu aconselho-te então, a superares
a Experiência.
*****Pergunta: -A Memória,
que se liquefaz é uma ajuda para superar o Jogo Mental ou é um Jogo, uma
recuperação do Ego?
R:-
Não, o Ego necessita da Memória.
Olha a Criança que é virgem.
Ela não é afetada por uma qualquer Memória,
pelo menos, muito jovem.
A Memória está relacionada com o Tempo
e com a tua Separação do Espaço.
Tu tens Memória do que eras antes?
A Memória não te é de nenhum auxílio.
Então, alegra-te.
-
Verás que, se a tua Memória desaparecer, o que resta? O ABSOLUTO.
A Memória pertence a este Mundo.
Ela faz parte da Experiência.
Não é Vida.
Então, alegra-te!
*****Pergunta: - Eu não
experimento mais os Estados de Beatitude que me ajudavam a viver. Devo
renunciar a esses Estados, para estar no ABSOLUTO? Tenho a impressão de perder
o Contacto com o que eu apelidava de Divino. Isso significa que eu devo refutar
este Estado, pode ser o SER?
R:-
Se tu os refutaste, ou que tu não os tenhas refutado, tu percebe que não
estão mais aí.
Tu mesmo disseste que era uma ajuda,
para suportar.
Mas o ABSOLUTO não precisa de
nenhuma ajuda, nem de ser suportado pelo que quer que seja, porque é o que tu ÉS.
O ABSOLUTO É BEATITUDE… E não viver «a
Experiência de Beatitude».
Então, é claro, que isso deve
desaparecer da Experiência para que isso se torne, realmente, o que tu ÉS.
Eu disse:
-
A Vibração, o SAMADHI, as Saídas do Corpo, tudo isso representa o quê? O
SER, A CONSCIÊNCIA.
Ir além da Consciência, é não ter
mais Consciência, nem Memória, nem Vibração, nem nada!
Quando isso chega, ou tu te desolas, e
…é o SER que se desola, ou tu aquiesces, e aí, tudo se desenvolverá, para ti, sem
esforço.
Isso provará, de qualquer maneira,
que renunciaste.
Há, realmente, um Abandono do SER.
Tu construíste o EU SOU.
Tu vivenciaste o EU SOU.
É Tempo de exceder isso.
Foi isso o que se produziu.
Então, Acolhe.
E não terás mais necessidade de
suportar a Vida.
A Vida desenrolar-se-á.
Tu estarás aí, nesse Corpo, mas
também, em toda a parte.
Tu não serás mais afetado por esse
tipo de Experiência ou o seu desaparecimento.
Tu não te deves alimentar da LUZ, mas,
SERES A LUZ… -É isso o que tu
ÉS.
Então, o Ego vai inventar Sombras,
Projeções, Experiências.
Ele chama a isso, o Divino. Mas,
quando isso desaparece… tu estás maduro!
*****Pergunta: - O que são as
Lellas do Senhor?
R:-
É um Jogo, é a Cena de Teatro.
A Vida é Jogo.
Então, por vezes, vocês têm Papéis de
Comédia, às vezes de Carrasco, às vezes Papéis de Vítima.
Às vezes vocês estão Contentes, às
vezes vocês estão Infelizes.
Mas são esses Jogos, precisamente,
que mantém a Consciência e o EU SOU ou o Ego.
AS
LELLAS DO SENHOR:
É ires além, isto é, reconheceres já,
o que se passa.
É considerares que o Mundo não é mais
Real do que tu.
É o Cenário que está ali, que permite
à Consciência manifestar-se.
Porque, sem Manifestação, não haveria
Consciência, qualquer que seja essa Manifestação.
Porque a Manifestação é sempre uma Expressão
e uma Projeção, no Exterior, qualquer que seja o Exterior.
Então, são Jogos.
A Consciência Joga a Observar-se.
O ABSOLUTO não é Consciente.
*****Pergunta: -Ignorar os seus
Pensamentos é uma maneira de dar ainda mais peso a seu Mental?
R:- Absolutamente não.
*****Pergunta: -O que eu não
teria Identificado, que alimentaria o meu EU e que eu teria de conhecer hoje?
R:-
Se algo não está lá, se a tua Consciência não o vê, porque queres tu que eu
te responda de maneira precisa sobre teu Inconsciente?
-Tu
quer que eu alimente o quê?
Coloca-te a questão: o que tu começas
agora a ver, além do teu próprio umbigo?
Não é necessário Jogar com os Medos.
Não há nada a cavar porque, se tu
cava um buraco: tu cai dentro.
É, de algum modo, lógico.
Não vás procurar o que não te pede
nada.
*****Pergunta: - Como se
manter calmo, imóvel e tranquilo?
R:-
Fica tranquila.
-O
que queres tu que eu diga mais?
Porque se eu te der algo para fazeres,
um conselho, tu ficarás ainda menos tranquila.
Tu persegues um objetivo que não pode
existir.
Sai de ti mesma!
Aí também, não olhes o umbigo e esse Corpo
que tem necessidade de se mover.
Ele expressa um Medo.
- Então queres tu saber que Medo é
esse?
Isso não serve de nada além de reforçar
o Ego.
Esquece-te, de ti também!
Tu participas do movimento, porque tu
está identificada com o movimento.
-
Enquanto acreditares que tu És o Movimento desse Corpo que se move sem parar ou
desses Pensamentos que saem, como queres tu ficar tranquila?
E se tu se opuseres a isso, coloca-te
a questão:
-
Quem se opõe?
Sempre o EU.
O ABSOLUTO não se opõe a nada: ele É,
além do SER. É o NÃO-SER, O NÃO-EU.
Então, nenhuma técnica do SER ou do EU
pode solucionar o que me perguntas.
És tu quem deve mudar de “ ponto de
vista”.
És tu quem se deve deslocar do Movimento.
Porque, se eu adiciono um outro Movimento…
- o que acontece?
O ABSOLUTO está ainda menos aí.
Então, eu não posso alimentar-te.
*****Pergunta: - Viver a DISSOLUÇÃO,
FUSÃO, DISSOLUÇÃO com a MÓNADA, corresponde a realizar a Dissolução do SER?
Isto realizado, não é, então viver as condições ideais do ABSOLUTO?
R:-
Não existe nenhuma condição para o ABSOLUTO.
O ABSOLUTO não é uma Etapa, nem uma Realização.
No entanto, o Sol, um ramo de erva,
pode permitir realizar isso mais facilmente, porquê?
Porque a Consciência não está mais
dependente desse «saco de comida».
Ela Concebe-se, ela mesma, existindo
fora desse saco, é o “EU SOU”, O SER.
Agora, o erro seria acreditar que existem
condições, pré-requisitos, - não há nenhum!
Tu procuras através de Conceitos, portanto,
através do Mental, porque tens necessidade de colocar Conceitos e te apoiar
neles.
Isso fará sempre parte da Experiência.
Logo que procures, já estás no erro,
porque não há nada a procurar.
Procurar, é deixares de estar
tranquila, é jogar o Jogo da Experiência.
Ora, toda a Experiência deve cessar.
Então mesmo o que é intitulado de MÓNADA
ou DUPLO ou Ramo de Erva, chega a ti quando tu está pronto.
Não És tu que vais para ele, sem
isso, é um Desejo, é ainda uma Experiência.
Não te ocupes mais com isso, pára de
colocares Conceitos ou Condições.
Tu não podes sair com uma Reflexão, é
impossível, toda a Reflexão é um espelho do EU ou do SER, nada mais.
*****Pergunta: -Devemo-nos
regozijar quando não vivemos nenhuma Experiência?
R:-
Sim, e mesmo quando dormes.
*****Pergunta:
-Eu já saí do Teatro, mas para encontrar um segundo Cenário. O que aconteceu?
R:-
Não te alegres, substituir um Teatro por um outro Teatro não serve de nada.
É mais uma Experiência, como tu mesmo o disseste.
Então, é necessário cessar as Experiências.
É claro que, elas se produzem porque
a Consciência é apenas Experiências, quaisquer que elas sejam.
Substituir um Teatro por um outro Teatro,
não serve de nada.
Há um momento em que todos esses Jogos
devem cessar.
É a Avidez quem cria a Experiência.
Constatarás que é no momento em que
não existe mais nenhuma Avidez, nenhuma Expectativa, nenhum Desejo, que tudo
acontece.
Mas não uma Experiência.
O ABSOLUTO não se nutre de nenhuma
Experiência.
Ele contém-nas, isso não é a mesma
coisa.
É necessário dissipar a Avidez, o Desejo.
Ainda uma vez, permanece tranquilo,
não te canses de sair de um Teatro para entrares noutro Teatro.
Quer ele seja mais bonito ou menos
bonito, não muda nada.
Toda a Experiência é da ordem da Avidez
ou do Desejo, Consciente ou Inconsciente, isso não tem nenhuma importância.
O Desejo é sempre a Expressão, seja
do «saco de comida», seja da Alma, mas isso é apenas um Desejo.
A partir do momento em que não há
mais nenhum Desejo, o ABSOLUTO está aí, porque É o que tu ÉS.
Tu não ÉS um Desejo e ainda menos uma
Experiência.
É apenas quando Aceitares tudo largar,
o Abandono do SER.
Mas enquanto o SER viver Experiências,
mesmo que ele se re-aproxime ou dê a impressão de se re-aproximar, o ABSOLUTO
não está aí.
Em todo o caso, tu, não está aí.
O ABSOLUTO, ELE sempre esteve aí.
*****Pergunta: -Isso não
estava ligado a uma “Vontade de experimentar”, mas ocorreu de forma espontânea,
quando entrei no Som.
R:-
E depois?
A Experiência, mesmo que não te
interesse, é apenas uma projeção dentro da tua Consciência.
O Som termina no ABSOLUTO, senão, termina
numa Experiência.
Transcende a Experiência.
E não me digas que tu não quiseste, porque
nada acontece se tu não desejares nada.
A palavra Avidez é correta, porque se
existe Experiência, há Desejo… Ou então, a Experiência deve ser, precisamente,
a perda de toda a referência, e não uma outra referência.
Não há movimento no ABSOLUTO.
Toda a Experiência não surge de
nenhuma parte, ela é construída em algum lugar.
Quer vejas elefantes rosa ou um Teatro
não muda nada, é sempre uma Projeção.
É apenas quando o Cenário desaparece
totalmente, que o SER desaparece também, não antes.
*****Pergunta: -Quando se
apreende que é necessário permanecer tranquilo, não há então mais perguntas a se
colocar?
R:-
Tu ÉS ABSOLUTO?
Não. Eu não o sei.
Sim, certamente.
- O que se move nessas respostas, além
do Ego?
Eu já respondi a uma questão, extensamente,
sobre alguém que não tinha questão.
A questão não é mais do que a
resposta e contudo isso não é um Jogo.
*****Pergunta: -Como deixar
tudo e se Abandonar à Simplicidade?
R:-
Reconhecendo o que tu ÉS, ABSOLUTO.
Não há nada a deixar.
-
Quem coloca a questão, além do Ego?
-
Quem acredita que deve deixar alguma coisa?
Permanece tranquilo, é nada deixar… é
Refutar.
Enquanto procures o que quer que seja
para deixar, é porque tu consideras, é claro, que existe alguma coisa para
deixar.
- O que queres tu deixar, dado que tu
ÉS,… já deixado?
*****Pergunta: -Poderia
voltar sobre a noção de ABSOLUTO, inclusive a necessidade de não negar a Ilusão?
R:-
Conceber que tu És uma Ilusão, porque Efémero, não faz portanto,
desaparecer o Efémero.
Ele desaparecerá por si mesmo.
Tu não tens necessidade de colocar um
fim a esse Corpo, ele está programado para desaparecer.
É mudar simplesmente, de “ponto de
vista”.
Mudar de “ponto de vista”, expressa a
Verdade e a Realidade.
Enquanto tu te atribui esse Corpo,
esses Pensamentos, essa Vida, tu está no “Ponto de Vista” desse Corpo, dessa Vida,
desses Pensamentos ou nessa Experiência.
Mas tu não És nem a Experiência, nem
o Corpo, nem o Pensamento, porque tudo isso passa.
Aceita simplesmente isso, tu não tens
nenhum meio de agir sobre a Ilusão porque, a partir do momento em que muitas Consciências
existem, elas criam uma Ilusão comum a que vocês chamam de Mundo.
Vive o que tu tens que viver, com Entusiasmo,
com Paixão, se tu quiseres, mas não sejas isso!
Não há nada de incompatível no que eu
digo, excepto para o Ego.
Tu não ÉS esse Corpo, muito menos, não
ÉS esse Mundo.
-
Ele não existe… então porque estás tu aí inserido?
-
Quem é responsável por esta inserção?
-
Os teus pais?
-
A tua Consciência?
-
Quem?
Se tu chegares a ver, sem ver, além
de tudo isso, portanto, mudando de “Ponto de Vista” eu não te peço para creres
no que eu digo, mas para colocares a tua Consciência no lugar certo, …então o Cenário
desaparecerá, a LUZ estará aí.
E na etapa dita Última, tu realizarás que tu é
isso e que a Ilusão está incluída nisso.
Tu És apenas, o Jogo da Consciência.
O ABSOLUTO não pode ver-se ele mesmo.
É isso o que tu ÉS.
*****Pergunta: -Se não se
encontrar o ABSOLUTO em nossa Vida, o que acontece depois?
R:-
A Consciência existe ainda e, portanto, ela projetar-se-á.
*****Pergunta: -Precisou que
o Silêncio é uma questão. Poderia responder?
R:-
Sim, as palavras que, hoje, vos podem parecer desprovidas de Sentido, o “Ponto
de vista”, o Olhar. … E sobretudo "permanecer tranquilo".
Tudo está contido nisso.
O ABSOLUTO é Isso.
*****Pergunta: - Colocar a sua
Consciência no lugar certo é colocá-la ao nível do ABSOLUTO?
R:-
Não, descarta-te disso.
Colocar a Consciência é uma Atenção.
Eventualmente, podes-te servir do Som.
Apoias-te sobre o EU SOU, mas isso
não é o «EU SOU», tu És o NÃO-SER.
Mudar de Olhar é, precisamente, não
colocar a Consciência em parte alguma.
É não mais admiti-la, não mais Experimentar,
de alguma forma, entrar no Silêncio da Consciência.
O “Ponto de Vista” mudará por si mesmo,
sem ter necessidade de se admitir o que quer que seja.
*****Pergunta: - Devemos deixar
o Som penetrar-nos?
R:-
Mas, TU ÉS O SOM.
Se considera que um Som te penetra,
encaras o Som, exterior a ti.
Portanto, o “Ponto de Vista” e o Olhar
não são bons.
*****Pergunta: - É normal ter
a impressão que meu Corpo não me pertence?
R:-
Mas como é que queres tu que o teu Corpo te pertença?
*****Pergunta: -Quando se tem
a impressão de não mais existir, És uma Experiência do ABSOLUTO?
R:-
Tu mesmo tens a resposta: És uma Experiência.
O ABSOLUTO não é uma Experiência.
Isso começa a voltar.
Vocês estão lá.
Vocês sempre estiverem lá.
Apreendam e soltem tudo.
Não há nada a soltar.
*****Pergunta: - Quando se
sente...
R:-
Quem sente?
*****Pergunta: - ... Uma Presença
à esquerda, como viver essa Ressonância?
R:-
Mas ela está lá, dado que a sentes!
Nesse
«face a face», que é um «lado a lado», o que vai acontecer? O ABSOLUTO.
A partir do momento em que tu não És
mais tu, e que ÉS o que está ao teu lado, nesse «face a face», tu compreendes
que não há ninguém em face e ninguém ao lado dado que, nem um nem o outro são
verdadeiros.
São, precisamente, essas condições
que realizam, para vocês, o que vós Sois.
É uma Descoberta e não uma Experiência
porque, quando isso É, a um dado momento, sentes…
Depois, tu experiencias…E depois,
Vibras. …E depois, Fusionas. ..E depois, há o ABSOLUTO, que não está num
depois, sempre esteve aí.
Simplesmente, a tua Consciência não
está suficientemente Des-Localizada e quando ela estiver suficientemente Des-Localizada,
ela desaparecerá.
Tudo isso foi-vos explicado pelos
Arcanjos, pelos Anciães, pelas Estrelas.
Eu digo-vos a mesma coisa.
O ABSOLUTO não conhece Distância.
De qualquer modo, o «face a face»
entre o SER e o DUPLO, vem colocar um fim à Distância.
Isso não é uma Experiência.
*****Pergunta: - E se
tivermos vivido uma Experiência de FUSÃO com o DUPLO, mas que é parcial?
R:-
É como um exame, existem exames parciais, compreendes?
- Não.
- Tanto melhor!
*****Pergunta: -Tornar-se o Som
e o Tremor, ao mesmo Tempo, é correto?
R:-
De um certo “ponto de vista”, podemos dizer que tu decolas.
Então, fica tranquilo.
Mas isso está correto.
É a PRESENÇA INFINITA.
É necessário ir além, mas está bem.
*****Não temos outras
perguntas, agradecemos-vos.
Então, façamos Silêncio.
Isto foi uma felicidade para BIDI.
E felicidade para vocês, mesmo que
não o compreendam.
BIDI saúda-vos e diz-vos até outra
vez.
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Compartilhamos estas informações com toda a transparência.
Agradecemos-vos por fazerem o mesmo, se a divulgarem, reproduzam integralmente
o texto, citando a fonte: www.autresdimensions.com.