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BIDI - 2012.05.17
*****Pergunta:- Tenho dificuldade em permanecer centrado, os Pensamentos, as
Recordações afluem, partem em todos os sentidos sem que sejam perguntas. Isso
esvazia o Mental, alimenta-o? Como sair disso?
R: - O conjunto do que te é submetido, que aparece sob o Olhar da
tua Consciência, qualquer que seja o lugar onde ela esteja situada, dá-te a ver
o que tu mesmo chamas de «partir em todos os sentidos», impedindo-te de estar
centrado.
Não há porta de saída
mas uma porta de entrada.
Querer sair dos teus
próprios Pensamentos é tão estúpido como querer sair de dentro: tu apenas podes
«entrar dentro».
O mesmo é dizer Aceitar
Observar o que se desenrola e Refutá-lo.
Olhar não quer dizer Aquiescer.
Isso vai-te dar os Funcionamentos e os Mecanismos
do que tu denominas «o que parte em todos os sentidos», dando-te a ver, então,
porque é que tu partes em todos os sentidos.
- O que é que isso
traduz, não ao nível de uma origem, mas antes no que tu dizes?
- Porque é que tu te
descentras tão facilmente? –
- O que é que te
desestabiliza e te faz perder o teu Centro?
- Onde se situa a Causa
profunda, não as Causas, não na tua História ou no teu Histórico, mas antes no
instante presente?
- O que se passa nesse
momento?
- Porque é que estás tu
perturbado?
- Em que é que esses Pensamentos,
que não te concernem, te perturbam?
Isso significa, decididamente,
que há uma incapacidade de te colocares à distância e de refutares os teus
próprios Pensamentos, traduzindo, aí também, um Princípio de Identificação com
aquilo que acontece, aquilo que não é Imutável, aquilo que não é Eterno.
Tu estás, de qualquer
modo, distraído pelo que é Passageiro, por aquilo que apenas se refere à Personalidade
e ao seu desenvolvimento dentro desta Matéria.
Tu esqueceste que não
és isso.
Há, portanto, um
sentido de implicação exagerado no Afetivo, nas Relações, no que é visto, nos Pensamentos
que se desenrolam.
Tu estás, portanto, balanceado
pelas tuas próprias Emoções e pelos teus próprios Pensamentos, porque tu lhes
dás importância, consistência e porque tu és persuadido que eles vêm de ti.
Uma coisa é aceitar que
tu não és os teus Pensamentos, de forma conceptual, e não é por isso que os Pensamentos
vão desaparecer.
Simplesmente coloca-te
no Observador que não é esses Pensamentos, mas que vê esses Pensamentos
desenrolarem-se.
Esses não são os teus.
Há, portanto, um Princípio
de Identificação dando-te a impressão e à tua Consciência, de estar em todos os
sentidos, isto é, que os Pensamentos te levam a algum lugar mas não ao teu Centro,
tu próprio o dizes.
O que significa, sem
procurar mais longe, que tu te deixas seduzir pelos teus próprios Pensamentos e
quando estes te convêm, tu estás Centrado, ou tu tens a ilusão de estar Centrado,
porque os Pensamentos correspondem a qualquer coisa que te tranquiliza.
Nenhum Pensamento pode estabelecer O
ABSOLUTO.
Nenhum Pensamento pode
tranquilizar-te, de maneira durável, quer tu partas em todos os sentidos ou quer
tenhas a impressão que eles são agradáveis.
Os Pensamentos não têm
que ser nem agradáveis, nem desagradáveis.
Eles apenas passam.
E como tudo, eles
passarão.
Isto é Efémero.
Tu dás importância ao Efémero
e isso altera-te.
Tu não estás, portanto,
Localizado no lugar certo para os ver e os Refutar.
Contudo, o facto de que
isso seja acentuado neste momento é, exatamente, o que tu tens a ultrapassar e
a transcender, na tua Refutação.
Desde que um Pensamento aja sobre o teu afeto,
sobre uma decisão, tu não és Mestre de ti mesmo porque é o Pensamento quem
decide por ti.
Reflete:
- Quem decide?
Definitivamente, é
sempre a Razão, é sempre o Intelecto, dos quais alguns se vangloriam.
A problemática vem de
que os Pensamentos, naqueles que estão, como vocês dizem, …no Caminho
Espiritual, podem perder a cor, a impressão de uma Intuição, como por exemplo
os Impulsos da Alma ou os Impulsos Etéricos, mas são sempre Pensamentos que te
levam a pensar e a conceitualizar a noção do que é bom para ti e do que é mau
para ti.
Enquanto tu pensares
assim e aceitares este Mecanismo de Pensamento, tu não és Livre, estás
submetido aos teus próprios Pensamentos, o mesmo é dizer, ao Discernimento e à Intuição
que te impedem de ver a UNIDADE e, ainda mais, O ABSOLUTO.
O ABSOLUTO não é nem
bem nem mal, ele não tem o que fazer com este referencial.
O ABSOLUTO não tem o
que fazer com o SER, não tem o que fazer com a Intuição e os Carismas, porque
tudo isso releva uma Projeção, uma Manifestação exterior ao que é Eterno, a
qualquer coisa que se manifesta e que vem impedir ou facilitar o quê?
O EU ou o SER.
O ABSOLUTO revela-se,
porque as Circunstâncias da Terra já não são as mesmas.
Se, em ti, isso se reativa
e a reaviva os Pensamentos, isso quer dizer que, na tua História, tu concedeste
muito Espaço à Razão, muito Espaço aos Afetos, ao Olhar do Outro, aos Pensamentos
do Outro.
Isso, também, te impede
de te unires ao teu Centro porque, no Centro, há toda a Força, há tudo o que é
necessário.
É um Espaço e um Tempo,
sem Espaço e sem Tempo, onde a escolha não tem mais Razão de ser, onde a Razão
não tem mais Razão de ser.
A Razão vai ser
aplicada nos setores onde a Razão é necessária e unicamente onde é necessária:
sentar-se no lugar certo para conduzir um veículo e, por trás disso, isso é a Razão.
Mas, desde o instante
em que, no Afeto, desde o instante em que, nas Relações, quaisquer que elas
sejam, tu deixas passar à frente a Razão, tu perdes-te, porque, como eu o disse
ontem, há sempre uma hipótese, em duas, de te enganares.
E é exatamente o que
chega, porque os Pensamentos são apenas e em definitivo, o resultado do Medo,
dos Mecanismos de Sobrevivência, de Manutenção da Artificialidade do Ego, da «pessoa».
Feliz aquele que não
tem mais Pensamentos perturbadores.
Feliz aquele que não
crê mais nos seus próprios Pensamentos, porque ele é Livre.
Enquanto aderires aos
teus Pensamentos, agradáveis como desagradáveis, tu não és Livre, porque estás
persuadido que és tu que pensas.
O que pensa é o Actor,
é a Marioneta, não é aquele que puxa os fios e, ainda menos, aquele que está
acima dos fios.
Nenhum Pensamento
confere a Liberdade, mesmo o mais iluminado.
A Liberdade não está
deste lado do Véu, ela não está numa qualquer Razão, numa qualquer Explicação e,
ainda menos, numa Compreensão, mas no simples facto de aceitares ver, sem
julgar, honestamente, o que se desenrola.
E são os Pensamentos
que se desenrolam.
Certamente, eles estão
inscritos na tua História, na tua Razão, mas tu não és nem a tua História, nem
a tua Razão.
O domínio do Espírito,
o domínio do ABSOLUTO, não tem o que fazer com os Pensamentos já que, no
ABSOLUTO, não existe nenhum Pensamento.
No SAMADHI, só existe
um Pensamento: a Auto-Contemplação da LUZ.
O objetivo da Meditação
não visa suprimir os Pensamentos porque, enquanto o «saco de comida» estiver
aí, haverá sempre Pensamentos.
Salvo se a Passagem foi
criada.
Então, tu podes refugiar-te no ABSOLUTO ou em SAMADHI.
Aí, não há mais Pensamento.
Mas querer resolver o Mecanismo
do Pensamento no lugar onde ele nasceu não quer dizer nada.
Querer apoiar-se na Meditação,
na Vibração, para fazer cessar os Pensamentos, é, da mesma forma, aleatório:
por vezes funciona, por vezes não funciona e vocês constatam-no nos Alinhamentos,
nas Meditações.
Enquanto subsistir um Pensamento
que perturbe, e eu entendo por perturbador, quem está na frente da cena, vocês
não são vocês.
Vocês não podem
combater os Pensamentos porque vocês reforçam-nos.
Vocês não se podem opor
aos Pensamentos, eles não são do mesmo Mundo que vocês.
A única porta de
entrada consiste em não mais aceitar a ditadura dos Pensamentos.
A primeira etapa é a
de apreender e de viver que os Pensamentos apenas surgem num ecrã da Consciência.
Mesmo que vocês tenham
a impressão de aplicar um conjunto de certezas matemáticas, essas apenas são
crenças abstratas que encontram, como certas, as aplicações neste Mundo: há uma
Lógica mas esta Lógica não tem nada a ver com O ABSOLUTO e, também, não tem
nada a ver com a UNIDADE.
- Será que o Místico que voa nos ares aprendeu as Leis Matemáticas,
Físicas, que permitem a um avião voar?
- O que é que é predominante, em vocês, em ti?
- A necessidade de explicar, a necessidade de compreender, o Medo, o facto
de ser invadido?
O que eu digo para os Pensamentos
é da mesma Natureza do que eu acabei de expressar para o voo do Místico.
E depois, num dado
momento, o Místico apercebe-se que não tem necessidade de voar.
Ele é total e inteiro,
aqui mesmo, neste saco.
Ele não tem nada de que
escapar.
O «saco de comida» e os
Pensamentos escapar-se-ão, eles mesmos, aquando da Morte.
Nenhum Pensamento
sobrevive no outro lado, além da Memória Comum.
Mesmo os maiores Pensadores,
através dos seus escritos, apenas dão a viver Elementos Irreais, aos quais
aderimos, como a uma Lei Matemática ou uma Lei Física que é suposto explicar um
Mecanismo de Funcionamento.
Mas eu lembro-vos que
esses Mecanismos de funcionamento apenas são válidos aqui, não no ABSOLUTO.
A isso junta-se, muito
precisamente, esta frase: aí, onde vocês colocam a vossa atenção, aí, onde
vocês colocam a vossa Consciência, localiza-se a Vibração e é o reflexo do que Sois,
aqui, neste Mundo, mas não permite ao ABSOLUTO revelar-se a vocês.
O Ego vai construir todas as Estratégias necessárias
à sua Sobrevivência.
Os Pensamentos são
certamente um dos Mecanismos mais potentes, porque o Pensamento surge de parte
nenhuma, apoia-se, de toda a maneira, em Conceitos e em afetos, sobre o que foi
construído antes.
Ora, é precisamente
isso que é necessário ver e des-construir, não por uma Acção da Vontade, mas
aceitando vê-lo.
O ver coloca-vos na Distância,
da mesma forma que vocês não podem ver O ABSOLUTO.
E se vocês o quisessem
ver, vocês colocá-lo-iam ainda mais à distância e distante.
O Mecanismo dos Pensamentos,
indo em todos os sentidos, aplica-se, simplesmente, para vocês se recentrarem,
porque é no Centro que tu concretizarás a Visão do que são esses Pensamentos,
como não sendo os teus.
Mas, se tu permaneces
submisso à agitação, se tu permaneces submisso ao facto de que isso parte em
todos os sentidos, tu participas, como tu o disseste, nessa des-centragem.
Estando des-centrado,
tu não tens nenhum meio de Acção sobre o Pensamento.
E também, se tu querias
agir sobre o Pensamento, ele reforçar-se-á até se tornar obsessivo, isto é
muito comum.
A Refutação, aí também,
permite, ao mesmo tempo, identificar o que são os Pensamentos, onde eles
nasceram e onde eles desaparecem, facilitando, de qualquer modo, a Não-Identificação,
já que tanto no Samadhi como na Presença do que é ABSOLUTO, isso não existe.
O importante, aí
também, é estar lúcido, Olhar claramente.
Se tu apreenderes
verdadeiramente que tudo o que passa não é Eterno, tu apreenderás que os Pensamentos
estão no primeiro plano, bem mais do que as Emoções.
Todo o Pensamento relativo
à Identidade que tens, ou que portas, mesmo que ela te pareça vir de nenhum
lugar, de onde queres tu que ela venha,
independentemente desse «Corpo de comida» que tu não és?
Tudo é um problema de Atenção
e de Intenção.
Se tu aceitares
observar os Pensamentos a passar, a se desenrolarem, e se tu não te mexeres, tu
vais vê-los pelo que eles são, elementos perturbadores que vêm alterar a
superfície da tua Consciência, fazendo-te jogar a Razão ou a des-Razão.
O que não muda nada no
sentido profundo, que é simplesmente, desviar-te do teu Centro, levando-te a
procurar uma porta de saída ilusória, através de inúmeras técnicas visando
fazer silenciar o Mental.
Mas nenhuma técnica
pode fazer silenciar o Mental porque ele não se cala nunca, excepto no ABSOLUTO.
Tu és, ao mesmo tempo,
o Problema e a Solução.
Estar afetado pelos teus
próprios Pensamentos, qualquer que seja o seu conteúdo, leva-te inexoravelmente
a afastares-te do teu Centro, a afastares-te do que És, e ainda mais, a afastares-te
do NÃO-SER.
Observem o Mundo.
Quantos preferem ir
fazer compras às lojas e comprar roupas em vez de Meditar, mas o resultado é o
mesmo: num caso, como no ouro, vocês criam um desejo e uma necessidade.
É vos necessário
ultrapassar o desejo e a necessidade.
O Pensamento inscreve-se
nesta dinâmica de desejo e necessidade, de compreensão, de explicação, de
decisão e de escolha.
Assim, esta agitação
que tu vives é um convite a ultrapassares tudo isso, a deixares desenrolar-se,
sem intervir, o que se desenrola.
Então, certamente,
aqueles que permanecem no Ego e na Personalidade vão-me dizer que isso não é Verdade,
que ele é obrigado a controlar a sua Vida, a sua Espiritualidade, a manter os
seus Âmbitos, os seus Limites, os seus aprisionamentos.
Do “Ponto de vista” do Ego,
do que é Limitado, é sempre justo.
E isso torna-se
totalmente falso no SER e, eu diria mesmo, o Oposto, quando tu és ABSOLUTO.
Nenhum Pensamento pode
ter nenhuma Acção sobre o que tu vives interiormente, excepto descentrar-te.
Mas isso nunca te pode
trazer, o que quer que seja, o que quer que vejas, o que quer que penses.
Os que estão instalados
no Pensamento não podem compreender as palavras que eu acabo de pronunciar
porque eles estão situados, exatamente, no oposto do que eu disse.
Coloca-te, portanto, a
questão:
- Tu sabes o que queres Ser?
-Tu sabes para onde vais?
- Tu sabes onde te situas?
Enquanto isso existir
tu não podes encontrar nem ser ABSOLUTO.
É por isso que a
Lucidez, a Transparência e a iluminação, são indispensáveis.
O exemplo que dei
ontem, permanece válido: vocês entram numa sala onde há, no solo, uma corda
enrolada.
Mas está escuro: para
vocês, é uma serpente.
Vocês têm, Medo, até ao
momento em que vocês compreendem que é uma corda.
Vocês riem-se.
Bem além disso, existe
o facto de que não havia nem serpente, nem corda, nem LUZ.
Vocês dirigem-se, hoje,
para aqueles que ainda não o tocaram, para este ABSOLUTO ou para esta Presença.
Tanto um como o outro
permitem-vos obter, previamente, através das Vibrações ou do Abandono do SER, um
Estado Encarnado, totalmente destacado do fruto das vossas Acções, sem nenhuma
projeção no futuro, sem nenhuma reminiscência do passado.
Se forem capazes de
permanecerem Vazios de tudo isso, de todas as informações, então não há um
único passo a dar, vocês estão muito próximos, o que quer que vos sussurre, ao
ouvido, o vosso Ego, quaisquer que sejam os teus Pensamentos.
*****Pergunta:- O que devo deixar e como posso deixar, para que A ONDA DE
VIDA nasça em mim?
R: - Absolutamente tudo. Nada reter. Deixar tudo.
Enquanto tu retiveres
qualquer coisa, isso não funcionará.
É necessário parar de Olhar
para o umbigo.
É necessário, também,
parar de Olhar o que quer que seja.
É necessário, por
exemplo, estar plenamente presente no SER e nada desejar ou nada pedir.
Nada esperar. Ficar,
simplesmente.
Se tu fores capaz de
fazer isso por alguns minutos, A ONDA DE VIDA aparecer-te-á.
Mas ninguém pode fazer
isso por ti.
Coloca-te a questão de
saber se tu és capaz de parar tudo, o que quer que te sussurre o Ego: «eu vou
morrer», «eu vou perder o controle», «eu vou ficar louco».
O Ego tem muitas
soluções de substituição para te dissuadir de permaneceres tranquilo.
Coloca-te em qualquer
lugar, e não peças nada, não faças nada, deixa-a vir a ti sem barreiras e sem Medo,
porque neste Estado, é que tu estarás o mais adequado, o mais próximo, a fim de
que aquilo que não é deste Mundo nasça em ti.
Antes, o Ser Humano era
apenas uma miscelânea e um conjunto de Crenças harmonizando-se mais ou menos
bem umas com as outras.
Tu não és isso.
É necessário, como eu o
disse ontem, sair do “Ponto de vista” da «pessoa», ela não existe.
Há, a esse nível, a
necessidade, cada vez mais premente, pedindo-te para te manteres tranquilo,
imóvel.
Tu passarás pelo Observador
e, a um dado momento, identificável entre todos, por ti mesmo.
Tu apreenderás que esse
momento é exato.
E a partir do instante
em que o momento é exato, A ONDA DE VIDA está aí.
Ela nunca deixou de aí estar.
É o teu consciente, os
teus Medos e as tuas Dúvidas que a impediram de estar totalmente consciente na Personalidade.
Eis o que é para
realizar:
É uma Não-Realização,
uma Não-Acção.
*****Pergunta:- Uriel fez-me penetrar, pelas Portas ATRAÇÃO e UNIDADE, da LUZ, para facilitar a Percepção do Coração. O que é isso, a Percepção do Coração? Ela tem uma ligação com a Refutação?
*****Pergunta:- Uriel fez-me penetrar, pelas Portas ATRAÇÃO e UNIDADE, da LUZ, para facilitar a Percepção do Coração. O que é isso, a Percepção do Coração? Ela tem uma ligação com a Refutação?
R: - A Percepção do Coração é, antes de tudo, como o seu nome diz,
uma Percepção que está instalada na região do peito.
Diferentes Percepções,
diferentes Vivências, conduzindo, de qualquer modo, segundo uma gradação, à Presença
e à mistura do que é denominado O SUPRA-MENTAL e A ONDA DA VIDA.
Estremecendo, esta
Vibração, e depois este tremor ou este Fogo do Coração, amando, numa Acção sobre
a Consciência, dado que a Vibração é A CONSCIÊNCIA do EU, do SER e, em todo o
caso, ela inscreve-se nesse «saco de comida».
Num primeiro tempo,
colocar-se na Vibração ou no Coração não é uma visão do Espírito mas um Acto
Consciente, da própria Consciência, destinado e visando fazer-te sair da ilusão
e da «Pessoa».
Depois, vem o Vazio ou
o Nada, o Neant… - A Vibração não está mais aí.
A Consciência está
instalada no Coração e ela está, de qualquer modo, amadurecida para se
abandonar a si mesma.
E aí, A ONDA DE VIDA nasce.
Ela sempre nasceu, de
toda a ETERNIDADE, mas devido ao facto da cessação das atividades baixas do
Coração, do Mental, o lugar está livre para outra coisa.
A UNIDADE, como O
ABSOLUTO, não se podem estabelecer, se o podemos dizer, enquanto existir uma
interrogação, uma atividade, do Mental.
É neste sentido que as
reuniões que vocês têm às 19 horas, (hora francesa) têm por objetivo saturar-vos
de Vibrações e de vos levar à vossa Responsabilidade, à vossa verdadeira
Liberdade.
Apreende que é
exatamente isso o que realiza O ARCANJO URIEL, denominado ANJO DA PRESENÇA e
ARCANJO DA REVERSÃO.
Isso proporcionará uma
capacidade, maior, de estar atento e de ultrapassar o que se apresenta aos Olhos
da Consciência.
Quando isso acontece, a
Refutação é automática porque aí está o vivido.
*****Pergunta:- Eu tinha a certeza interior de que eu era capaz de aceitar serenamente a partida de um Ser próximo. Hoje, a minha mãe está em vias de morrer e, muito frequentemente, a tristeza me submerge. Porque permanece todo este Sofrimento em mim?
*****Pergunta:- Eu tinha a certeza interior de que eu era capaz de aceitar serenamente a partida de um Ser próximo. Hoje, a minha mãe está em vias de morrer e, muito frequentemente, a tristeza me submerge. Porque permanece todo este Sofrimento em mim?
R: - Porque é que não te autorizas tu a viver esse luto, a viver essa
perda e vivendo-a como uma perda?
Porque, para a Ilusão,
é uma perda.
Esse «saco de comida»,
que foi a tua mãe, vai desaparecer e tu permaneces.
Há a falta de qualquer coisa.
- Porque é que impedirias tu isso de se manifestar?
Refutar não é impedir
uma manifestação.
Acreditar-se forte,
porque vivemos as experiências de SER ou do SER, é muito, muito rapidamente desafiador
por esse género de perda, por esse género de desaparecimento.
- O que é que isso mostra, sem nenhuma Culpabilidade?
É que o SER não é
Eterno, apenas O ABSOLUTO é Eterno.
Se tu estás afetada,
aceita Olhar.
Tu não tens que
criticar.
Tu não tens que
substituir, parte alguma, mas simplesmente estar Lúcida de que a Morte te remete
à tua própria Morte e, portanto, chama-te a encarar, da maneira brutal, o que é
a morte.
- Como encaras tu a tua própria morte?
Se tu aceitas que o que
morre não és tu mas, exactamente, esse «saco de comida» e a sua Consciência, a
tua mãe apenas representa uma Projeção Sincrónica de ti mesmo, ela no seu Corpo,
e a tradução de um certo número de Afetos que, a partir da partida, são Efémeros
e não são reconhecidos como tal.
Há, portanto, uma Dependência,
um Apego, um Sofrimento, que está ligado à perda.
Isso apela-te,
simplesmente, a viver a experiência, a ver isso.
O SER não pode nunca
ultrapassar a Morte, em todos os sentidos do termo.
Apenas O ABSOLUTO faz isso, porque a Vida e a Morte
estão intimamente ligadas, na ilusão.
NO ABSOLUTO não há Vida
nem Morte.
- Enquanto vocês não forem capazes de Amar sem a Presença daquele que é
amado, que amor é esse?
- Por que Razão haveria uma falta de quem quer que seja ou do que quer
que seja, para aquele que é Amor?
As Ligações Familiares dizem
bem o que elas querem dizer, são Ligações.
Estas Ligações tranquilizam-vos,
porque elas criam um Sentimento de Perenidade, porque uma Mãe perpetua-se no
seu Filho que, por sua vez, ele mesmo, perpetua-se num Outro Filho.
Então, o conjunto apenas
representa Projeções.
- Será que o teu Sofrimento vai durar além de um tempo?
- Será que ele é o mesmo dentro de 6 meses?
Por vezes sim, por
vezes não.
É a Ruptura, o Sentimento
de Perda, que desencadeia isso.
- Quem é esse que crê que perdeu alguma coisa, além do Ego?
Se tu mudares de Olhar,
tu verás que o que tu És, não sofre.
Por um momento
transitório, tu saíste da poltrona e tu entraste no papel do actor e na interacção
com um outro actor.
Esta interacção não
quer dizer nada, porque aquela que tu amaste, enquanto Mãe, noutro lugar, é um Ser
que foi o teu carrasco.
Portanto, tu estás
influenciado e marcado pelo instante, o instante da Ligação, aqui, chamada Criação
ou Procriação.
Há necessariamente esta
Perda e o Medo da Perda, que está inscrito em ti.
Porque aquele que sabe
o que é a Morte não pode ser afetado pela Morte de um próximo.
Pelo contrário, se ele
pensar no morto, ele deveria estar contente e feliz, porque ele saiu da Ilusão,
enquanto tu permaneces aí.
- Onde colocam vocês o Amor?
- Colocam-no na Ligação e na Dependência?
- Ou então, colocam-no no facto de que um Ser seja Liberado da Limitação,
do aprisionamento, da ignorância?
Isso prova, também, que
tu te colocas no teu “Ponto de vista”, mas não no “Ponto de vista” daquele que
parte, não no seu Sofrimento, mas na sua Libertação futura.
Vocês encaram a Morte como
uma Perda.
Mas a Morte é tudo
menos uma Perda.
Eu poderei
responder-vos que a Vida aqui, é uma Perda.
Sim, porque vocês
perdem O ABSOLUTO.
Aí, está a Verdadeira
Perda.
Enquanto vocês
considerarem que a Perda do vosso Corpo, de uma Ligação, qualquer que seja, vos
afeta, isso é um sinal da Personalidade, ou do SER.
Aquele que está,
realmente, no ABSOLUTO, sabe muito bem que a Morte é um Nascimento.
O Verdadeiro Nascimento.
Não aquele que vos
conduz a se projetar nesse Corpo no qual vocês habitam.
Vocês estão invertidos,
porque este Mundo está invertido.
E vocês sofrem de Inversão
quando ela desaparece.
Aceita o Sofrimento.
Vive-o.
Mas compreende o seu Sentido,
o Apego que está por trás.
Enquanto estiveres
sujeito a este género de Reação, aceita vê-la, mas olha mais longe do que isso,
porque isso traduz outra coisa além da simples Perda Afetiva daquela que te
alimentou e te colocou no Mundo.
É bem mais que isso.
Enquanto noutros
países, a morte é uma Festa, há uma tal cultura da Personalidade e do Efémero,
neste Mundo, que vocês festejam os Nascimentos e alegram-se quando uma Alma está
de novo aprisionada.
Vocês desejam-no, mesmo
enquanto Mães, confinar Almas, porque vocês estão sós.
Se forem ao limite
desta Lógica, vocês verão aparecer, claramente, as Faltas, a Necessidade de se
encherem de Ilusões.
O instinto de Reprodução,
que Apela à Vida, é apenas um apelo à Morte.
VOCÊS SÃO ETERNOS E
VOCÊS SÃO AMOR.
- Porquê caricaturar o Amor num qualquer Nascimento?
- Ou a perda de um Amor numa qualquer Morte?
Conceptualizem e vivam
que isso é apenas, um “Ponto de vista” e uma posição.
E que, dessa posição,
aí onde vocês estão, resulta o Sofrimento ou o Não-Sofrimento.
O Sofrimento não
existe.
- Quando tu morres, será que tu levas o teu Sofrimento?
- Será que o que sofreu, no momento da sua Morte, é capaz de levar o
seu Sofrimento, como as suas jóias, para algum lugar?
Enquanto vocês se
colocarem, vocês mesmos, no Efémero, qualquer que seja esse Efémero, um Filho ou
um Parente, nesse Corpo que é o vosso, vocês sofrerão, porque o Efémero é Sofrimento.
Não se trata de negar o
Sofrimento mas ver, claramente, o que se desenrola.
- Queres, simplesmente, que os teus Samadhis e a tua Alegria alternem
com o Sofrimento?
-Ou queres não ser mais tributário de todo o Sofrimento?
O Sofrimento não é
nunca inevitável.
Ele apenas está em Ressonância
com um “Ponto de vista”.
Não te esqueças que o Sofrimento,
antes de tudo, é um Processo Químico, quer este Sofrimento seja Físico ou Psicológico.
A Consciência gosta de
sofrer.
O ABSOLUTO não pode
sofrer.
Mesmo que esse Corpo seja
tocado, e eu falo por experiência.
Na verdade, a própria
expressão, quando vocês dizem: «eu estou doente», «eu tenho um cancro», «eu
estou de luto»:
- Quem é que está de luto?
- Quem é que tem um cancro?
Esse Corpo, Não vocês!
Mas vocês estão de tal forma
agarrados à vossa «pessoa» que vocês não vêem nada além da vossa «pessoa».
Coloquem-se a questão do
porque é que vocês estão agarrados ao Efémero, agora que vocês sabem que ele é Efémero
e que o Efémero é, necessariamente, Sofrimento.
- Perguntem a um bebé, se ele tiver a memória, se ele está feliz de
estar aí?
- Ele está feliz onde?
No ventre. Mas não
quando ele sai.
- Perguntem a um morto, que está morto, mas não antes que ele morra,
mas depois, será que ele está contente?
Portanto, vocês
projetam, sem parar, os vossos quadros de Referência, relativamente à vossa Falta.
Reflitam.
Se não houvesse lugar
para a Falta, em vocês, …porquê
manifestar um qualquer Sofrimento por aquele que está Liberado?
Com efeito, o vosso
“Ponto de vista “é egoísta.
Vocês têm falta de Amor
e, portanto, vocês têm falta de Respeito por aquele que está no AMOR, já que
ele parte, ou ele partiu.
E vocês amam aquele que
chega.
Do “Ponto de vista” da
«pessoa» e da Lógica Humana, Familiar e Social, é perfeito.
Do “Ponto de vista” do
ABSOLUTO, é retorcido.
É completamente o
inverso.
E é a Verdade.
- O que é que vocês exprimem quando a falta do Outro vos toma?
A falta de vocês
mesmos, simplesmente, já que o Outro é vocês!
Então, é bonito falar
de Amor e dizer que tu és UM e experimentar isso.
E vem uma separação ou
uma perda…
- O que é que vocês manifestam?
O Sofrimento, a Alegria
desparece.
-Porquê?
Sempre o mesmo, por causa
da Falta.
E a falta inscreve-se
como uma subdivisão do Medo.
Porque, aí, nesse Mundo
onde vocês estão, vocês estão Separados, Divididos e vocês estão Sós!
Porque a Personalidade
vive disso.
- Será que O ABSOLUTO está só?
É impossível refletir
dessa forma.
O ABSOLUTO não está só
nem envolvido, ELE É TUDO.
No TUDO não há
falta.
São vocês que estão em
falta.
E vocês procuram por
todo o lado.
Pela Espiritualidade,
pela Psicologia, por esta Busca desenfreada de vocês mesmos e, … esquecem-se
que tudo isso já está aí…. E vocês mantêm o espetáculo!
O teatro, ele é Eterno!
Vocês repetem os mesmos
Actos, os mesmos Cenários, os mesmos Sofrimentos, de Vida em Vida!
- Será que vocês são isso?
- Será que vocês são esse Efémero,
que se reproduz, sem parar, com as mesmas Faltas, os mesmos Sofrimentos, os
mesmos Terrores?
-É esse o vosso “Ponto de vista”?
Reflitam.
Vocês não são o Sofrimento.
Isso não quer dizer
ignorar o Sofrimento, mas não estar identificado com ele…Ele está aí.
- O que é que ele mostra?
Não há porta de Saída,
aí também não, excepto O ABSOLUTO ou a Morte.
Mas vocês não podem Refutar
a Vida ou colocar um Fim à Vida, porque O ABSOLUTO contém, também, essa Vida,
invertida.
O ABSOLUTO não está
excluído da Vida, mesmo aqui, é impossível!
Eis o que diz a perda
de um Ser Querido.
Qualquer que seja esta Perda,
é necessário ir além, porque o Sofrimento apenas expressará, definitivamente, sempre
e exclusivamente, a Personalidade e as suas Faltas, as suas Frustrações, mesmo
através do que é denominada uma Ligação de Amor.
Isso não é a Liberdade.
Ousem ir ao outro lado,
onde está A ETERNIDADE, onde está a Verdadeira Liberdade e a Verdadeira Alegria,
o Riso, bem além de todas as Circunstâncias desta Vida, desse Corpo.
Cabe-vos saberem o que
vocês querem: manter o Sofrimento ou serem o ABSOLUTO?
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toda a transparência.
Agradecemos-vos por fazerem o mesmo,
se a divulgarem, reproduzam integralmente o texto, citando a fonte: www.autresdimensions.com.